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Religião
27 / março / 2005


QUESTÃO DE CARNE

            A Dra. Rebeca Brown, em seu livro Prepare-se para Guerra, discorre sobre um bispo católico que presenciou, estupefato, dia em que, por “iluminação” de um papa, determinou-se entendimento da virgindade de Maria, sendo JESUS seu único filho, não havendo ela tido relação sexual com seu esposo José.

            Primeiro, não há nenhum demérito ou vergonha no fato de Maria ter concebido outros filhos; aliás, se conceber filhos nas Escrituras sempre foi benção de DEUS, por que se tornaria maldição depois do nascimento de JESUS? Se todos os homens criaturas espirituais feitas pelo próprio DEUS que, em toda a sua grandeza, se dispôs trazer a raça humana a luz, por que seria pecaminosa hipótese de Maria, a agraciada mãe de JESUS, gerar naquele mesmo ventre outros filhos, cujos espíritos vêm das mãos do próprio DEUS ALTÍSSIMO?

            Talvez a idéia de Maria ter havido outros filhos possa ser associado ao sexo como algo pecaminoso ou impuro; ora, ainda assim, DEUS faria algo de si mesmo impuro? Claro que não! Aquilo que o ALTÍSSIMO faz pode ser e é distorcido pelo pecado; mas, se foi DEUS quem fez, de si mesmo, é puro.

            O sexo no casamento é abençoado por DEUS conforme as Escrituras; por isso o primeiro milagre de JESUS verifica-se numa festa de casamento: as bodas de Canaã, transformando água em vinho, por pedido de Maria, diga-se, mulher que também se casara e sabia da importância da festa de casamento para aquela noiva, visto que, um dia, fora noiva também. Está escrito em Marcos, Capítulo 6, Versículos 1 a 3:

Tendo Jesus partido dali, foi para a sua terra, e os seus discípulos o acompanharam. Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.

            Noutro feito, JESUS estava pregando numa casa e sua mãe ao invés de adentrar-se para ouvi-lo, interrompeu-o e mandou chamá-lo para fora, porque a família de JESUS, sua mãe, irmãos e irmãs se escandalizaram dele. Veja reação de JESUS em Marcos, Capítulo 3, Versículos 31 a 35:

Nisto, chegaram sua mãe e seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo. Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura. Então, ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.

            A resposta de JESUS com Maria foi duríssima e o seria em qualquer cultura do mundo. Ela, ao lado de José e de João Batista e talvez mais três ou quatro pessoas, era uma das únicas pessoas que, aquela altura, sabia que JESUS era o filho unigênito do DEUS ALTÍSSIMO. O dia que JESUS se declarou abertamente filho de DEUS a toda à nação foi morto.

            Maria deveria ser a primeira estar lá dentro, assentada e ouvindo JESUS. Habacuque, Capítulo 2, Versículo 19 diz: “O Senhor, porém, está no seu santo templo, cale-se diante dele toda a terra”. Você conhece a expressão: Tal pai, tal filho? JESUS é a expressão exata do ser de DEUS em todas as reações, inclusive na exigência de respeito que DEUS reputa a si mesmo quando está falando. Tal pai, tal filho...

            Ademais, para JESUS, se sua mãe fizer a vontade do PAI, ela será mãe de JESUS; se seu irmão fizer, idem; se sua irmã também fizer, idem. Mas, seu pai, ainda que faça a vontade do PAI, jamais será pai de JESUS. Sabe por que? Leia Mateus, Capítulo 23, Versículo 9, palavras de JESUS:

A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus.

            Com toda a sinceridade, a luz do que está escrito é difícil entender como conseguiram denominar “padre” e “papa”, palavras que significam pai, líderes religiosos do catolicismo, dado tantos outros nomes disponíveis. Como conseguiram escolher justamente os que afrontam diretamente aquilo que JESUS disse, se é que se deve levar a sério o que ele diz; e eu sou daqueles que crê que sim. 

            Bem, e na prática, qual importância tem se Maria teve ou não outros filhos, se a figura que JESUS reserva com exclusividade espiritual absoluta é a de seu PAI CELESTIAL, e não de sua mãe? O que isso altera na sua eternidade espiritual?

            Para os que se arvoram como mestres espirituais e guiam espiritualmente os outros, JESUS, manifesto em gloria no livro de Apocalipse, faz a maior ameaça jamais descrita em toda as Escrituras, conforme Apocalipse, Capítulo 22, Versículos 18 e 19:

Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.

            Considerando que JESUS é o cumprimento de todas as profecias, conforme Apocalipse expressamente declara, considerando que a essência do Velho Testamento é JESUS e, que a essência do Novo Testamento também é JESUS – se as escrituras fossem sacos de laranja, se você as espremesse, o suco seria JESUS - , não existe qualquer dúvida de que essa ameaça abrange as Escrituras Sagradas em sua totalidade. Se não, pergunto, afora o livro de Apocalipse expressamente selado por JESUS nos termos acima, você se arriscaria a tirar ou acrescentar alguma coisa na Bíblia depois de ler isso?

            Também creio que não. Fato é: JESUS sabia que coisas seriam acrescentadas e outras, tiradas, alterando significado das verdades escritas e, sabia que DEUS permitiria esse desatino do homem, impingindo, contudo, sobre o mesmo, peso eterno sobre seu erro.

            Uma das subtrações foi o retirar-se da vida de JESUS existência de seus irmãos e de suas irmãs de sangue; ora, o apóstolo Paulo na carta aos Gálatas, assim distingue o apóstolo Tiago do apóstolo Pedro e dos demais apóstolos (Gálatas, Capítulo 1, Versículo 18 e 19):

Decorridos, três anos, então, subi a Jerusalém para avistar me com Cefas e permaneci com ele quinze dias; e não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do Senhor.

            Por que só Tiago é irmão do SENHOR, e não Cefas e demais apóstolos? Porque nesse texto Paulo está especificando Tiago o irmão de sangue de JESUS, da mesma forma que os judeus também o fizeram em Marcos, Capítulo 6, Versículos 1 a 3, texto acima transcrito.

            Ante o exposto, passo a transcorrer sobre tema do presente ensaio, que envolve dogma da virgindade de Maria e as conseqüências eternas que defluem para os que assim crêem.

            De início, as profecias dizem que o MESSIAS tem de vir da tribo de Judá, consoante o que foi dito a Jacó, pai dos doze filhos que geraram as doze tribos de Israel, e consoante o que foi dito a Davi, rei proveniente da tribo de Judá, ambas respectivamente registradas em Gênesis, Capítulo 49, Versículo 10 e, em Crônicas, Capítulo 17, Versículos 11 a 14:

O cetro não se apartará de Judá...

Há de ser que, quando teus dias se cumprirem, e tiveres de ir para junto de teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que será dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino. Esse me edificará casa; e eu estabelecerei o seu trono para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; a minha misericórdia não apartarei dele, como a retirei daquele que foi antes de ti. Mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será estabelecido para sempre.            

             No primeiro texto, o cetro, símbolo de autoridade do rei, profeticamente referido ao filho de Jacó, Judá, pelo mesmo Jacó em seu leito de morte, significa que o reino eterno a ser estabelecido por DEUS teria de vir pela descendência da tribo de Judá.

            No outro texto, a profecia de Crônicas, Capítulo 17, Versículos 11 a 14 foi revelada ao rei Davi, de onde se extrai que o MESSIAS, necessariamente tem de ser filho de Davi, rei que também descende da tribo de Judá.

            Presente a descendência da tribo da Judá com a descendência do rei Davi, também da tribo de Judá, leia em Apocalipse, Capítulo 5, Versículo 6, quem era o único ser que poderia abrir o livro que estava na mão de DEUS, bem assim, os seus sete selos:

“Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.”

            Cada uma das doze tribos de Israel possui um estandarte. A tribo de Judá sempre era a primeira a marchar antes das outras onze tribos e, a primeira a sair em peleja nas guerras; seu estandarte era representado pelo desenho de um leão.

            Daí, posto esses dois requisitos para certificação do verdadeiro MESSIAS, defluem nefastas conseqüências espirituais da “virgindade” de Maria. Primeiro, Maria descendia da tribo de Benjamim; segundo, todas as evidências bíblicas de que JESUS seria da tribo de Judá apontam única e exclusivamente José como elo de ligação, este sim, descendente do rei Davi, portando, da tribo de Judá, tal qual se depreende de todas as genealogias do novo testamento e, de textos como de Lucas, Capítulo 2, Versículos 1 a 5:

Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade; José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, a cidade Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com sua esposa que estava grávida.

            As referências sobre nascimento de JESUS sequer fazem questão de mencionar origem da família de Maria, longe do que se afigura com José. Terceiro e o mais importante, se Maria ficou grávida sem participação de José, como JESUS é o MESSIAS que preenche requisitos das profecias: ser filho de Davi e ser da tribo de Judá? Leia esta profecia proferida por DEUS no Salmo 132, Versículo 11:

O Senhor jurou a Davi com firme juramento e dele não se apartará: Um rebento da tua carne farei subir para o teu trono.

            Houve descendestes do rei Davi que foram reis em Israel; mas distingue-se desses o rebento por ser o MESSIAS, FILHO DE DEUS. Veja outra profecia em Isaías, Capítulo 11, Versículos 1 a 5 que expressamente especifica o rebento como MESSIAS; detalhe, Jessé neste texto é o pai – genitor - de Davi:

Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, e Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor. Deleitar-se-á no temor do Senhor; não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca e com o sopro dos seus lábios matará o perverso. A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade, o cinto dos seus rins."

            Enfim, a resposta para existência do elo entre requisitos proféticos com a certificação de JESUS está na realidade espiritual do casamento, no fim do dogma humano sobre virgindade de Maria e no seu real papel de mãe e de esposa de José.

            No casamento, vemos o marido e a esposa, cada qual com seu espírito e sua carne. Mas DEUS não os vê assim. DEUS vê o casal como realmente é, nas palavras de JESUS, registradas em Marcos, Capítulo 10, Versículo 7:

Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe e unir-se-á a sua mulher, e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne.”

            JESUS enfaticamente repete que no casamento não há duas, mas uma só carne; portanto, José lídimo esposo de Maria, debaixo da benção de DEUS, havendo cumprido todos os trâmites da lei, quando teve relação sexual com Maria, mais do que gerar irmãos e irmãs de sangue de JESUS, dentre eles, o apóstolo Tiago, mais do que tudo isso, transferiu para JESUS a linha da descendência do rei Davi e da tribo de Judá ao tornar-se uma só carne com Maria, fazendo JESUS, de fato e de direito, o MESSIAS, o FILHO DE DAVI, como era chamado pelas crianças na rua e, por fim, o LEÃO DA TRIBO DE JUDÁ, conforme descrito em Apocalipse, Capítulo 5, Versículo 11.

            A pouco dias, Serginho Groisman, no programa “Altas Horas”, fez matéria especial sobre a vida de Carlinhos Brown no Candeal, Bairro onde nasceu e onde vive até hoje; lugar berço do Olodum. Brown, acompanhado de Serginho, visitava lugares pitorescos, entrava em algumas casas; em uma delas, havia altar com imagens de santos católicos; ali, ele especificou que aquelas imagens, dado sincretismo religioso, simbolizavam deuses do candonblé; ou seja, a aparência era uma, outra, real essência das entidades para ele e para aquela comunidade.

            Sim, existe JESUS, o MESSIAS, o LEÃO DA TRIBO DE JUDÁ, a RAIZ E GERAÇÃO DE DAVI, filho de Maria, esposa com todas as letras de José, daí cumprimento de todas as profecias em JESUS, referidas de Gênesis a Apocalipse, mediante união sexual daquele sobre a benção de DEUS.

            Contudo, subsiste também o dogma de que Maria nunca teve relação sexual com seu lídimo esposo José, com resultados que são adorados tanto quanto ela mesma, a saber, um messias desprovido de vínculo profético e de sangue com o rei Davi e com a tribo de Judá, vínculo que foi dado como certificado espiritual da autenticidade do MESSIAS.  

            Páscoa significa proteção da passagem do anjo da morte, do anjo da décima praga que matou todos os primogênitos no Egito, tanto de homens quanto de animais. Significa livramento pela revelação da verdade; a verdade é a única coisa que realmente importa; a verdade é uma pessoa; a verdade é JESUS!

            Trata-se, literalmente, de uma questão de carne. A escolha está em suas mãos! Sua salvação também...

FELIZ PÁSCOA!          

POR: BRUNO ANÍBALL, COLUNISTA DO PORTAL BRASIL®


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