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16 de
março de 2006
O GIGANTISMO E A
CENTRALIZAÇÃO DE PODERES
Por Antonio Carlos
Evangelista Ribeiro
Colunista-Titular do Portal Brasil
Entende-se gigantismo como sendo o desenvolvimento extraordinário
ou anormal de qualquer ser. Por derivação de sentido, podemos entender como
gigantismo empresarial o crescimento em grandes proporções, excepcional e atípico
de uma empresa, muito acima dos padrões, de forma acelerada e de maneira
desordenada.
O
gigantismo é uma anomalia e, portanto, não é saudável, para qualquer ser
vivo. O fenômeno do gigantismo empresarial pode ser observado em diversas
empresas, inclusive, empresas multinacionais e em grandes corporações
empresariais.
A
ocorrência dessa anomalia empresarial tem como um dos principais sintomas o
desordenamento administrativo, com conseqüente centralização do poder decisório.
O
desordenamento administrativo, em muitos casos, chega a comprometer o desempenho
da organização, provocando, direta e indiretamente, problemas operacionais,
problemas na administração dos recursos disponíveis, tanto com relação aos
recursos humanos quanto aos recursos logísticos, problemas de comunicação
interna, falhas na logística operacional e de distribuição e, competição
interna entre setores, departamentos, divisões e diretorias.
Geralmente
a causa desse fenômeno ocorre pela inexistência de um planejamento empresarial
adequado ou, de forma imprevisível, através de fato inesperado ou ocasional.
Esses problemas, mesmo que individualizados e de ocorrência pontual podem
causar transtornos para as empresas.
Como
uma anomalia, o fenômeno se instala na empresa e passa a agir nas esferas
produtivas e administrativas. De maneira geral, as empresas que são acometidas
do gigantismo, mantém a administração rigorosamente centralizada em um núcleo,
que passa a controlar “com mãos de ferro” todos os segmentos da organização.
Esse
tipo de procedimento é característico dessas empresas, pois sua administração
central sofre de problemas comportamentais relacionados ao ego de seus sócios e
administradores. Pelo fato do crescimento rápido e, em um primeiro momento do
aumento dos lucros, sua administração não confia plenamente em seus
colaboradores e, não está segura o suficiente para delegar poderes.
Na
maioria das empresas acha-se que esse crescimento é conseqüência exclusiva
dos esforços de seu staff diretivo e, a descentralização de poderes
provocaria um retrocesso.
Muito
pelo contrário. Esse crescimento desordenado provoca um proporcional
crescimento na demanda por decisões e controles que, sobrecarrega seus
dirigentes. A sobrecarga de funções, principalmente as de controle e manutenção,
é um aspecto prejudicial que, certamente, afetará o desempenho da empresa.
A
centralização de poderes, mais cedo de que se pode prever, começará a gerar
no âmbito interno da empresa uma série de pequenos problemas.
Com
a sobrecarga gerada pelo crescimento anômalo, evidentemente que seus
administradores priorizarão decisões e controles julgados mais importantes,
relegando “a posteriori” outras decisões e controles, também importantes
para empresa. Nesse ponto, inicia-se o efeito negativo do crescimento.
A
postergação de decisões poderá atingir setores da empresa que, por seqüência
lógica, refletirá na cadeia produtiva.
Vejamos
uma possibilidade real:
A
direção da empresa está negociando com um cliente detalhes para um grande e
lucrativo negócio. Nesse momento há demanda interna do setor operacional para
suprimento de materiais adicionais, manutenção preventiva de máquinas e
equipamentos ou atualização do parque fabril.
Qual
será a prioridade do staff diretivo?
Evidentemente
que será o cliente e a possibilidade de um grande negócio que proporcionará
aumento nos lucros. Após a conclusão das negociações com o cliente será
dada solução à demanda interna.
Durante
o período de negociação, que pode se prolongar por um bom tempo, a demanda
interna ficará pendente de decisão, refletindo na depreciação mais acelerada
do parque fabril, na produtividade operacional e na satisfação de seus
colaboradores.
Supondo
êxito na negociação, certamente haverá aumento de demanda para o setor
produtivo. De que forma atender mais esse cliente com o parque fabril sem os
materiais adicionais e a manutenção preventiva. A partir daí, as manutenções
preventivas, que teriam um custo mais baixo, passaram a ser reativas com elevação
de custos na cadeia produtiva e, conseqüente redução dos lucros previstos.
Esse
mesmo fenômeno observa-se, também, em grandes empresas. Por vezes a centralização
de poderes e disputas internas por prestígio e representatividade comprometem o
resultado final. Não é difícil encontrar empresas onde setores têm seu
desempenho prejudicado pelo não suprimento adequado de matérias-primas ou
materiais de expediente e manutenção ocasionados pela centralização de
poderes.
Há
que se descentralizar poderes e despir os dirigentes de vaidades pessoais e
medos infundados, para um melhor resultado empresarial. O crescimento
empresarial deve ser uma conseqüência da eficácia e eficiência
administrativa e não a causa de uma anomalia.
MATÉRIA AUTORIZADA
EXPRESSAMENTE PELO SEU AUTOR
OS DIREITOS AUTORAIS DESSE TEXTO ESTÃO RESERVADOS AO SEU AUTOR
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