Onde está a tua fé?, excepcionalmente por Rev. Luciano Roberto Pereira Nunes (Igreja Presbiteriana)

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ONDE ESTÁ A TUA FÉ ?
(*) Excepcionalmente por "Pr. Luciano Roberto Pereira Nunes" (Igreja Presbiteriana)

Os evangelhos usam os milagres para enfatizar o poder e a autoridade de Jesus. No entanto, pelo menos nove histórias de Seus milagres focalizam a FÉ como condição para ocorrer o milagre. "A tua fé te salvou", dizia Jesus, desviando a atenção de Si próprio e dirigindo-a à pessoa curada. Ou seja, nem sempre a cura depende única e exclusivamente do poder de Deus. Assim somos lembrados de que, neste processo, devemos crer para, de fato, receber. Em outras palavras, às vezes, de alguma forma, a cura e a transformação dependem de uma resposta do indivíduo.

Ter fé não é algo fácil. É um exercício de confiança e, sobretudo, de comunhão. Uns têm facilidade e outros têm dificuldades de expressá-la. O centurião é um destes que têm facilidade de mostrar esta fé ousada e inabalável, quando disse a Jesus que não seria preciso o Senhor ir à sua casa pois bastava uma palavra dEle para as coisas acontecerem. Jesus, impactado, respondeu que nem em Israel havia visto fé como aquela (Lucas 7:2 a 10). Porém há aqueles que até reconhecem suas deficiências em crer, mas que são sinceros e confessam suas limitações. Eles não se maquiam, não dissimulam. É caso do pai do menino possesso de espíritos imundos ao responder a pergunta de Jesus a respeito da sua fé. Ele disse: "Eu creio, mas ajuda-me na minha falta de fé" e Jesus atendeu seu pedido (Mateus 17:14 a 21). Ele entende até as nossas dubiedades e incapacidades para crer e nos dá forças para ter fé.

O que mais assusta é o fato de Jesus se admirar tanto com a fé retumbante e abundante quanto com a fé fraca e escassa. A primeira, uma admiração surpreendida pela emoção. A segunda, uma surpresa pela decepção. Um fato se percebe nas histórias dos evangelhos sobre fé: a maioria das surpresas positivas de Jesus, quanto à fé, vieram de estrangeiros e indivíduos apartados da religião judaica. Jesus se decepcionou mais, no que tange à fé, com seus discípulos, os que com Ele conviviam, do que com os sem religião.