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R E L I G I Ã O
23
/ MARÇO / 2008

SE PERECER, PERECI
Por Bruno Aníball Peixoto de Souza, colunista do Portal Brasil

            Montesquieu tinha morreu convicto que o poder corrompia, postergou à humanidade a afamada tripartição dos poderes – legislativa, executivo, judiciária - , pela teoria dos freios e contra-pesos, porque o homem é atraído, seduzido e deteriorado pelo. Esse é o drama de Frodo, o hobbit, o personagem de “O Senhor dos Anéis” e seu fardo de levar o anel à destruição, mantendo-se incólume ao fascínio do poder que proporciona. A ironia do exercício político é o eleitor ouve o discurso coletivo, mas sabe que a motriz, a verve é o interesse individual do candidato. Toda fonte de poder reside em DEUS, na dicção do grande rei Davi – I Crônicas, capítulo 29, versículo 11:

"Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, SENHOR, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos."  (I Crônicas 29 : 11)

            Quando o homem recebe o poder de DEUS, pois JESUS ensinou que todo poder foi dado do alto, o auge da sua demonstração é quando satisfaz seus desejos. O auge da demonstração de poder pela fonte de poder – DEUS – foi quando se esvaziou dele para morrer na cruz. A lógica da cruz fere a concepção existencial humana, está além da dimensão psicológica conhecida. Augusto Cury, então ateu, ao aplicar a teoria da inteligência multifocal em JESUS, forçosamente inferiu que não se tratava de uma estrutura psíquica humana, ou seja, não era homem, mas um DEUS em forma de homem.

            DEUS canalizou o poder para gerar criaturas e as abençoar, compartilhando com elas o dom sublime de existir, sentir, absorver, refletir. O homem direcionou o poder que DEUS lhe deu para viver sem DEUS e descobriu que ao retirar a fonte de energia só resta a morte. Utilizou mal o poder. Isso é simples de ser demonstrado. Diariamente se vive sem se questionar o que é que DEUS para a vida, para aquele dia, para prioridades, isso não vem ao caso com naturalidade. Mas com a mesma naturalidade, clama-se a DEUS no desespero. Todas as religiões, em todo o mundo, personificam duas realidades: algo está errado, porque não se pode existir firmado tão somente em si mesmo; a segunda, consectário da primeira, há alguém maior, criador de todas as coisas, a quem o homem necessita desesperadamente se conectar.

            Éster, a outrora órfã judia Hadassa, foi guindada da situação de órfão, filha adotiva de um judeu, membro de um povo subjugado e desterrado, ao status de rainha do império medo-persa que alcançou o mundo conhecido, escondendo sua origem judia por instrução de Mardoqueu, seu pai adotivo, e, nesse contexto, soube de uma determinação real de exterminar toda sua nação judaica num dia determinado. O desespero e o horror aterrissavam em cada cidade e vilarejo aonde chegava o decreto real, traduzida em cada língua, para cada povo e nação.

            Mardoqueu, pai adotivo de Éster e desconhecido pelo rei Assuero, esposo de Ester, que morava na cidade de Susã, capital do império, não entrava no palácio e se recusou a entrar, mesmo convidado por Ester, sua filha adotiva. Então, por intermédio do eunuco que servia Ester, inteirou-a do insano decreto real, pois o rei não sabia que Éster era judia, rogando-a que intercedesse por seu povo. Mas Éster não podia entrar na presença do rei sem ser chamada – Éster, capítulo 4, versículos 6 a 12:

“E, saindo Hatá a Mardoqueu, à praça da cidade, que estava diante da porta do rei, Mardoqueu lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido; como também a soma exata do dinheiro, que Hamã dissera que daria para os tesouros do rei, pelos judeus, para destruí-los. Também lhe deu a cópia da lei escrita, que se publicara em Susã, para os destruir, para que a mostrasse a Ester, e a fizesse saber; e para lhe ordenar que fosse ter com o rei, e lhe pedisse e suplicasse na sua presença pelo seu povo. Veio, pois, Hatá, e fez saber a Ester as palavras de Mardoqueu. Então falou Ester a Hatá, mandando-o dizer a Mardoqueu: Todos os servos do rei, e o povo das províncias do rei, bem sabem que todo o homem ou mulher que chegar ao rei no pátio interior, sem ser chamado, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender para ele o cetro de ouro, para que viva; e eu nestes trinta dias não tenho sido chamada para ir ao rei. E fizeram saber a Mardoqueu as palavras de Ester.”

            Mardoqueu retinha percepção de sua origem e, sobretudo, convicção de que seu povo, ainda que caído pelo pecado, recebera os oráculos de DEUS, pelo que DEUS ainda faria brilhar a luz de Israel para salvação dos povos e, com esse diapasão, advertiu Ester que, se galgara status de rainha dentre milhares de moças, é porque o ALTÍSSIMO a entronizara, o qual tudo faz com um propósito, até o perverso para o dia da perdição. Logo, inferiu que provavelmente DEUS a colocara ali precisamente para este dia, o de interceder pela nação que carrega em si o DNA de DEUS, mesmo subjugada por seus pecados. Seguem palavras de Mardoqueui – Ester, capítulo 4, versículos 13 e 14:

Então Mardoqueu mandou que respondessem a Ester: Não imagines no teu íntimo que por estares na casa do rei, escaparás só tu entre todos os judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?”

            Ester teve de tomar uma decisão. Na cultura medo-persa, entrar na presença do rei sem ser chamada era morte certa, salvo o milagre dele estender o cetro, o que não era usual. Ester tomou sua decisão. Antes da criação do mundo, JESUS, dada onisciência que lhe é ínsita, ou seja, capacidade absoluta de conhecer presente, passado e futuro, como uma mesa posta diante de si, esse JESUS decidira morrer pelo homem, ser espiritual, a ser criado imagem e semelhança de DEUS, por decisão da trindade, DEUS PAI, DEUS FILHO e DEUS ESPÍRITO SANTO, pois a trindade sabia que ao cair no Éden, apenas o sangue da morte de um inocente poderia romper a separação do homem com DEUS e, que o pecado atingiria todos os descendentes de Adão, portanto não haveria sangue de um inocente descendente de homem, a não ser que DEUS se fizesse homem e morresse pelo homem. Eis o início da figura de JESUS, DEUS, FILHO DE DEUS e, para alegria dos homens, CORDEIRO DE DEUS. Tais são as palavras de Ester, em resposta a Mardoqueu e ao povo judeu – Éster, capítulo 4, versículos 15 e 16:

“Então disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu: Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.” 

            JESUS disse que quem achasse sua vida a perderia, mas quem a perdesse por amor a ELE a encontraria. Quando Ester se dispôs a morrer, perdeu o controle da sua vida, porque a entregou a DEUS, ao depositá-lo nas mãos do rei, porque quebraria uma lei medo-persa, e, assim, se colocou como sacrifício não só pelos judeus, mas pelo descente judeu, rei dos judeus, JESUS. A palavra de JESUS se cumpriu, uma vez que ela encontrou favor e graça do rei, dos judeus e do império medo-persa e, o mais importante, de JESUS, o rei dos reis e senhor dos senhores.

            Diametralmente, em direção oposta, Pôncio Pilatos entregou JESUS ao sacrifício, lavrando uma sentença que se encontra num museu da Espanha, cujos termos ele não depositava uma vírgula de credibilidade. O direito romano exigia o devido processo legal para execução, daí a inafastável necessidade de talhar a minuta jurídica, feita por temor de perder a própria vida uma vez que governava a Judéia, o maior barril de pólvora do império romano. Curiosamente, anos depois, Pilatos se suicidou por motivos políticos. Perdeu a vida porque não quis perdê-la por amor a JESUS.

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