Elias, humano?, por Bruno Aníball Peixoto de Souza

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A religiosidade plasmou a crendice de que os santos são seres sobrenaturais, míticos, etéreos, cornucópias a distar do vão humano, da dimensão corriqueira, comezinha, seres imaculados, vocacionados a intermediar a relação entre DEUS e os homens, enfim, mediadores naturais pela estirpe única a que pertencem.

Primeiro, JESUS assenta em João, capítulo 14, versículo 6, que ELE é o caminho, a verdade e a vida, e que ninguém vai ao PAI senão por ELE, e o apóstolo Timóteo espanca qualquer tergiversação afirmado que há um só Deus, e um só mediador entre DEUS e os homens, JESUS CRISTO homem - I Timóteo, capítulo 2, versículo 5.

Segundo, na acepção precisa das Escrituras Sagradas, “santos” são os separados, portanto, “salvos”. Obrigatoriamente todo santo é um salvo e todo salvo, um santo.

Terceiro, os homens de relevo nas Escrituras foram nada mais nada menos que homens. Observe-se o maior de todos os profetas, melhor, o homem referencial de todos os profetas, Elias. No monte da transfiguração, muitos anos depois de suas épocas, apareceram a JESUS, Moisés, simbolizando a lei, e Elias, os profetas, e ambos conversavam com o MESSIAS diante dos estarrecidos Pedro, Tiago e João. Ante a glória da visão, Pedro perdeu e falou a tolice de construir tendas para aqueles que vivem eternamente perante a face do DEUS TODO PODEROSO.

Esse Elias teve um sucessor, outro grande profeta: Eliseu. Cotejando e comparando os dois, Eliseu fez o dobro de milagres de Elias, em nenhum momento demonstrou fraqueza, era inquebrantável, um bólido, destemido firme, impetuoso e firme na missão que DEUS lhe dera: ser profeta. Momentos antes de DEUS levar Elias, Eliseu lhe pediu porção dobrada da sua unção, ao que redargüiu dizendo que se o visse ser alçado ao céu a teria. E assim o foi.

Por sua vez, Elias demonstrou fraqueza. Após derrotar 450 profetas do “deus” Baal no monte Carmelo, apequenou-se diante da ameaça de morte da rainha e feiticeira Jezabel, mulher que corrompera cabalmente o coração do rei Acabe. Fugiu ao deserto, pediu a morte a DEUS porque não mais agüentava o fardo e o medo da morte e da perseguição.

Baal era o “deus” do fogo e do trovão. Então Elias desafiou a elite espiritual da corte idólatra de Acabe e Jesabel, 450 profetas de Baal, que fossem ao Carmelo e, congregando todo o Israel, Elias de um lado e os profetas de Baal, invocariam ao DEUS de Israel e Baal, respectivamente. Aquele que respondesse com fogo seria o DEUS VERDADEIRO. Baal nada respondeu porque não é deus, mas o DEUS de Israel respondeu com fogo e glória que desceu do céu. A nação se joelhou, clamou que só o SENHOR era DEUS e em após matou os profetas de Baal.

Como imaginar que depois de tudo isso, de tantos anos enfrentando a idolatria de Israel, face a magnitude da manifestação de DEUS, como imaginar que Jesabel lhe mandaria um mensageiro para lhe anunciar a execução, a morte, um dia depois? Elias partiu ao deserto, pediu a morte e se escondeu numa caverna no monte Horebe, o monte de DEUS.

Qual dos dois profetas seria o referencial de DEUS para simbolizar os profetas, assim como Davi simboliza o reinado de Israel? Humanamente seria Eliseu pela perspectiva humana. Eliseu foi extraordinário, cheio de predicados, motivo de orgulho a Israel, mas o referencial dos profetas é Elias.

Eliseu morreu como todos os homens, mas Elias foi levado ao céu numa carruagem de fogo e vivo está diante do DEUS TODO PODEROSO, na mesma dimensão que você experimenta agora, em carne e osso. Moisés, Davi, Samuel, Daniel e Jô passaram pela morte. Elias não. Todos estão diante de DEUS em espírito, mas Elias em espírito, alma e corpo.

Pergunta, Elias seria um homem como você, sujeito as mesmas emoções? O apóstolo Tiago responde – Tiago, capítulo 5, versículo 17:

"Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra."