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/ J U N H O / 2 0 0 9
A TERCEIRA
DIMENSÃO, APÓS O ÉDEN
Por Bruno
Aníball Peixoto de Souza, colunista do Portal Brasil
Na primeira dimensão o contato com DEUS era total, se dava no monte de DEUS, seres exclusivamente espirituais, os anjos, se relacionam com DEUS que é espírito, e todos foram criados por ELE, assim como tudo o que há, até a queda de Lúcifer com um terço dos anjos.
Na segunda dimensão DEUS criou o mundo físico, deu ordem à terra e às águas para que produzissem animais. Mas o homem ELE o formou do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e lhe deu um presente e um encargo. Como um ser espiritual o homem não poderia ser produzido nem pela terra nem pelas águas, mas só diretamente DEUS como se deu com os anjos.
E mais, como carne teria o privilégio de gerar outro ser a portar sua carga genética, criando uma família, assim como a trindade é uma família em si mesma, DEUS PAI, DEUS FILHO e DEUS ESPÍRITO SANTO, sendo JESUS o unigênito do PAI, feito da mesma essência DELE e tão DEUS quanto ELE.
E havia um ônus, a obediência. Perceba-se que DEUS visitava o homem na viração do dia, o homem vivia em harmonia com DEUS, inexistia a pecha, a nódoa, a mácula do pecado que o separaria de DEUS, como sucedeu. Na queda de Lúcifer não havia uma válvula de escape para degeneração pelo mal, mas a iniqüidade se instalou no coração de Lúcifer.
No Éden o homem não veria DEUS incessantemente como no monte de DEUS onde Lúcifer esteve, mas gozava paz, alegria e pela comunhão com DEUS, total ausência de dor e de morte. Esse é o primeiro diferencial: o homem recebeu o privilégio de ser co-autor na gestação de outro ser humano, porque o espírito do homem só DEUS pode fazer; e segundo é o ônus de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal sob pena de morrer.
Havia uma árvore no meio do jardim, a árvore da vida que simboliza JESUS. A centralidade apontava a importância e a dependência em o homem dela se alimentar. Não há certeza sobre isso, mas provavelmente o homem não fora criado imortal, mas experimentava a vida eterna pelo fruto da árvore da vida.
Isso não existia no monte de DEUS onde o contato com a glória de DEUS era total em seres exclusivamente espirituais. Agora o homem teria de ir a JESUS para viver eternamente, a árvore da vida, e aceitar que o ser bom repousava na total dependência de DEUS.
A morte por comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal significa que o homem deveria aceitar o fato de que é impossível ser bom sem DEUS, que sua vida eterna descansava na dependência de DEUS, que se quisesse ser como DEUS, conhecedor do bem e do mal, o homem só conseguiria escolher o mal, portanto nunca mais teria o livre arbítrio.
Essa é a terceira dimensão, o homem quis ser como DEUS e só consegue escolher o mal, pelo que todos pecaram e foram destituídos da glória de DEUS. O lema dessa dimensão é “você é deus”, “deus está dentro de você”, “você é bom por que não faz mal a ninguém” ou se faz mal é “por defesa em retaliação”, é a dimensão do “viver do seu jeito” ou o famoso “eu me relaciono com deus do meu jeito”.
DEUS dissera a seres espirituais, Adão e Eva, que se eles comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal certamente morreriam, mas a referência era à morte “espiritual”, a única que interessa a seres espirituais porque o corpo acompanha a glória ou a maldição sobre o espírito.
A figura do diabo é emblemática, o maior de todos os filósofos, o sofista na acepção pior da palavra, o catalisador da queda do homem. O homem conversava com DEUS na viração do dia, via a natureza, o leão e o boi pastando, todos se alimentando da erva do campo, porque não havia o mal no jardim e, ainda assim, se deixou enganar. O homem do pós-Éden segue se deixando enganar, sou “bom”, me relaciono com DEUS “do meu jeito”, a proposta do diabo é a mesma.
Ser como DEUS, não precisar de DEUS, viver como quiser, enfim ser “livre”, iluminado rejeitando a única fonte de luz e de bondade, rechaçando o PAI DAS LUZES na dicção do apóstolo Tiago.
O diabo repetiu o que DEUS dissera a Adão e a Eva acrescentando uma interrogação – Gênesis, capítulo 3, versículo 1:
“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?”
Eva comeu e depois induziu o homem a fazê-lo. Outro ponto, a queda não teria vindo com o aliciamento de Eva, porque a autoridade estava sobre Adão, Eva era sua auxiliadora, portanto cabia ao homem exercê-la. Quando acedeu à tentação, aí sim a terra foi amaldiçoada.
Após comerem se lhes abriram os olhos, viram que estavam nus, tiveram vergonha e se esconderam de DEUS, que indagou ao homem como sabia que estava nu? Adão pôs a culpa em Eva; Eva na serpente, e todos foram amaldiçoado, cada qual com seu quinhão, o homem com o sustento mediante dor e sofrimento, a mulher com as dores do parto e sujeição a marido e a serpente condena a rastejar.
Segue um trecho do diálogo da trindade logo após a queda em Gênesis, capítulo 3, versículos 22 a 24:
“Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.”
Trata-se da revelação de um diálogo entre DEUS PAI, DEUS FILHO e o DEUS ESPÍRITO SANTO. A chave da vida eterna é a árvore da vida eterna que simboliza JESUS.
Logo após a queda surge o “proto-evangelho”, o primeiro anúncio da salvação em JESUS, seu sofrimento na mão do diabo e sua vitória sobre o diabo, quando DEUS amaldiçoava a serpente – Gênesis, capítulo 3, versículo 15:
“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
O diabo feriria o calcanhar de JESUS, causando-lhe inimaginável sofrimento na cruz, mas JESUS pisaria a cabeça da serpente ao morrer lá, e lhe tomaria a chave do inferno e a autoridade que o homem recebera de DEUS no Éden e entregara a serpente.
O pós-Éden é a preparação para o cumprimento do “proto-evangelho”.
Paz, e até lá.
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