Pequeno ensaio sobre o gigante Golias, por Bruno Aníball Peixoto de Souza

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PEQUENO ENSAIO SOBRE O GIGANTE GOLIAS
Por Bruno Aníball Peixoto de Souza, colunista do Portal Brasil

Golias, guerreiro, filisteu, descendia dos gigantes e, conforme achado arqueológico de esqueletos e, sobretudo, do relato bíblico, um homem de boa estatura hoje bateria a cabeça em sua cintura, cuja história conhecida é a do gigante que morreu nas mãos de um garoto franzino com cerca de 17 anos, munido de cinco pedras e uma funda, a saber, do rei Davi, depois de afrontar os exércitos de Israel por quarenta dias, para que um deles aceitasse duelar com ele.

Se o homem foi criado à imagem e à semelhança de DEUS, a imponência de Golias era um dom, um privilégio de DEUS, uma dimensão de grandiosidade, como a do mar, o infinito feito água por propósito divino. A altura de Golias era um vantagem que Davi desconheceu.

Golias e os demais povos de Canaã sabiam que o DEUS de Israel executara juízo contra aqueles povos, e seguia com sua espada estendida em face dos seus pecados, que encheram a taça da ira de DEUS, porque a derrocada da glória egípcia pelas mãos de dois velhos, Moisés e Arão, ainda repercutia na memória deles. Há um incidente descrito no capítulo 6, de I Samuel, em que os sacerdotes e adivinhadores filisteus advertiram a seus príncipes a que não endurecessem o coração perante o DEUS de Israel, como fizeram os egípcios.

Mas a advertência só foi ouvida naquele momento. Aquela nação persistia em opor-se a DEUS, era inimiga dele, assim como todo pecador o é, contexto em que Golias irrompeu em ofender o DEUS que criara a nação de Israel, que escolhera Abraão, Isaque e Jacó, que prometera o descendente messias, JESUS, cujo reinado seria eterno, enfim, Golias arvorou seu poderio físico, avantajado, contra os servos de DEUS desprovidos desse fenótipo privilegiado, pelo que seguem duas considerações.

Em Israel, tanto no tabernáculo que abrigava a Arca da Aliança, aquela do primeiro “Indiana Jones”, quanto no templo construído por Salomão havia um espaço, um pátio reservado aos gentios, porque muitos gentios prestavam culto a DEUS, reconheceram seus pecados e alcançaram misericórdia e salvação, de forma que DEUS proibiu, por lei, discriminação e opressão contra aos que se lhe achegavam sem ser da cepa de Israel, a exemplo da prostituta Raabe durante a tomada de Jericó por Josué.

Adiante, as Escrituras revelam que DEUS resiste ao soberbo, mas dá graça aos humildes. E mais, "olha para todo o soberbo, e humilha-o, e atropela os ímpios no seu lugar" (Jó 40 : 12), "porque o dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido" (Isaías 2 : 12).

O soberbo porta um imã que silenciosamente atrai a ira de DEUS e seu contexto de destruição. O julgamento não é feito pelo oculto, mas pelo revelado, então DEUS cria o enredo para que o ímpio gostosamente extravase sua maldade, sem freios. Saul por quarenta longos dias afrontou Israel.

Cria que os “nanicos” israelitas se acovardariam ante sua pujança, descrita em detalhes pela Bíblia, o peso de sua armadura, seu capacete de bronze, sua couraça de escamas pesando sessenta quilos, sua lança do tamanho do eixo de um tecelão, cuja ponta pesava sete quilos e duzentas gramas.

A cada dia espraiava sua arrogância, embriagando a torpeza, prelevando a iniqüidade, dia após dia, alimentado pela inércia e pelo silêncio dos oprimidos ante seu imbatível aparato físico.

Desconhecia que sua soberba atraia sub-repticiamente a ira de DEUS, materializada num jovem ruivo, garoto, iniciante, incapaz de vestir uma armadura, que se dirigira ao acampamento de Israel a levar provimentos aos seus irmãos guerreiros, quando ouviu os brados infames vociferados pelo irrefragável e inexpugnável Golias.

Foi ao riacho, escolheu cinco pedras, pôs uma na funda, ouviu os últimos impropérios, invocou seu DEUS e acabou com Golias.