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E S T R A N G E I R I C E S
"Uma estória de amor pelo diferente"

CAPÍTULO IV - 01.08.2010
Por
Juliana Ximenes (*)

            Com o tempo, começaram as implicâncias. Eu comecei a não digerir o fato de sair sempre sozinha com ele. Ele não me apresentava amigos, nem os primos de que tanto falava e, como passava meus fins de semana com ele, também não tinha espaço pra conhecer outras pessoas e a situação começou realmente a me deixar desgastada. Até que, de algum jeito vencido pelo meu blá blá blá, ele me aparece em casa com um álbum de fotos... de toda a família!

          Bem, a realidade caiu no meu colo! Foi no mínimo complicado entender de onde tinha surgido aquele monte de gente estranha vestida... estranhamente. Foi quando eu comecei a entender os receios dele...

          Ele tinha a exata noção do quanto tudo aquilo era exótico pra mim. Eu não fazia a menor idéia de que era daquele jeito (tudo bem, eu assumo minha alienação... eu sabia, mas não sabia... não sei explicar!) Enfim, quando eu vi aquele bando de gente verde (olive skin), vestida daquela forma, não sei se fiquei mais confusa com a novidade, ou com a minha própria confusão, porque, no fim das contas, eu sabia que ele era de onde ele era e que lá as pessoas eram diferentes, mas eu já tinha acostumado com o comportamento e a “aparência” ocidentalizada dele, então, acabou que foi chocante. 

         E eu não tive como esconder minha surpresa, e minha surpresa o deixou constrangido. Não foi muito legal... mas, o mais inusitado ainda estava por vir... foi quando ele me mostrou uma foto ao lado de duas senhoras e eu perguntei: quem são? Ele me olhou e disse, um pouco tenso: minhas mães! Primeira e Segunda esposas do meu pai! Afe! Como assim???? Era too much...imediatamente eu pensei... não posso contar isso em casa, como que eu explico uma coisa dessas??? Mas, eu ainda não tinha ligado os pontinhos...

          Entendi o constrangimento dele de me apresentar a família, mas não tinha sacado que a recíproca era verdadeira – o constrangimento dele de me apresentar PARA A família! Foram várias as pistas, mas juro que fazia uma vaga idéia sobre o que era um muçulmano e nenhuma de que ele pudesse ser um. Bom, sosseguei um pouco em relação a conhecer a família dele depois de ver as fotos... eles existiam!E, no fim, ele só tava com receito de apresentá-los... (minha teoria!), além do mais, honestamente, achei no fim tudo muito esquisito e quando pensava em programas com os primos dele, desistia da idéia por falta de identificação. Preconceito? Talvez... mas, demorou um tempo até eu digerir toda aquela novidade.

continua na próxima quinzena...

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