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E S T R A N G E I R I C E S
"Uma estória de amor pelo diferente"

CAPÍTULO XIII - 16.12.2010
Por Juliana Ximenes
(*)

Anyway, no fim foi um alívio mesmo o distanciamento. Porque eu pude coordenar as ideias. Um namoro naufragando, uma paixonite virtual, sobrecarga de trabalho e crise de identidade = Maria “a louca”... Não, não era uma boa equação. Eu precisava entender várias coisas, mas principalmente como deixei de amar, como me apaixonei por um estranho que até há pouco me era coisa nenhuma, e o que eu queria fazer da minha vida.

O primeiro dia foi inquietante, o segundo desagradável, no terceiro eu já sentia a crise de abstinência passando e um pouco da minha rotina antiga de volta (sim, foi rápido!)... eu sentia a falta, mas tinha cada vez mais certeza de que era o melhor a ser feito. Meu mantra era: “não, uma relação tão complicada não!” O que eu sentia por ele ainda era borderline, e eu tentava a todo custo “empurrar de volta” os pensamentos e sentimentos experimentados nas últimas semanas. Queria focar no caos em que se encontrava a minha vida e dar um jeito em tudo, recolher os caquinhos e tentar ser feliz, sem muitos delírios.

No quinto dia caiu a ficha. Eu achei uma razão simples e forte o suficiente pra dar um fim nessa estória: Ele não estava afim! Deus, por que eu passara tantos dias arranjando motivos pra “superar essa relação” e entoando o tal mantra, se de fato eu nunca estive em uma “relação” com ele? Ele também não queria e, ainda, pelo que me pareceu, apesar de entender mais ou menos o que estava rolando, não sentia o mesmo que eu... Essa conclusão me ajudou no processo... e eu já não controlava em meu msn os horários que ele ficava online... acostumei.

Sete dias ou pouco mais se passaram e, para minha surpresa, ele me chamou. Era fim de tarde. Eu tentava acelerar os prazos no trabalho pra ir pra casa mais cedo, quando eu vi a luz laranja piscando na parte inferior da minha tela. Ele dizia oi, em seguida tudo bem, e dava início a uma conversa... tudo na maior naturalidade. Não entendi nada. Fiquei meio injuriada. O que que era aquilo? Ele é doido ou o que? Se eu falar que num primeiro momento eu não fiquei feliz, é mentira. Mas, demorou só um minuto, porque na sequência fui tomada pela irritação, afinal, se ele não se sentia em relação a mim da mesma forma que eu me sentia em relação a ele, por que cargas d’água estava me chamando... aquilo era um desrespeito... ou será que ele não entendeu o que eu disse? Eu tinha sido clara quando falei que precisava de um tempo...

Fui direta ao ponto, um tanto ácida, perguntei se tinha acontecido alguma coisa para ele estar me chamando. Ele disse que nada demais, apenas que tinha sentido minha falta, e como já fazia dias que não nos falávamos, ele concluiu que o tempo dado já tinha sido o suficiente, e que deveríamos voltar a nos falar. Cada uma! Fiquei mais azeda! Como que ele ainda ousava determinar o quanto de tempo que EU precisava? Foi o que eu perguntei a ele, bem objetivamente. Disse a ele que “eu voltaria quando me sentisse pronta e não quando ele achasse que era conveniente...” (Drama!!! Toda mulher tem o dom de ser bem muito dramática quando quer se fazer de ofendida!) Ele retrucou: “quanto tempo?” Eu devolvi: “Como que eu posso precisar isso?” Cada uma mesmo! Ele continuou: “Se você me disser que duas semanas, três, um mês que seja, tudo bem...mas, “nunca mais”, de jeito nenhum madame!” e “Eu não pretendo perder sua amizade.” Afffffff, a essa altura eu já estava fumegando. Eu expliquei: “Não sei qual parte você não entende, mas eu gosto de você e não é como amigo, por estranho que possa parecer e, considerada a situação complexa aliada ao fato de que a recíproca não é verdadeira, é melhor dar um tempo mais longo, pra que as coisas entrem nos eixos. Porque se você insistir em falar comigo, minha confusão só vai aumentar, eu não vou ter o controle do que acontece, e eu tenho certeza que isso vai terminar com você frustrado e eu te odiando. Então, se por qualquer motivo, você acha importante manter essa amizade, respeite meu tempo, que eu te procuro quando estiver tudo bem.” Ele concordou demonstrando estar triste, mas resignado, e se foi.

E eu fui pra casa. Fiz um monte de coisas no fim de semana, pra voltar ao normal.

continua na próxima quinzena...

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