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E S T R A N G E I R I C E S
"Uma estória de amor pelo diferente"

CAPÍTULO II - 01.07.2010
Por
Juliana Ximenes (*)

         Bem, eu conheci o referido guri em algum programa de internet... ha há! Em algum fim de semana entediante, em que eu pensava meios de expandir meu círculo de amizades para além dos bairros em que eu morava e estudava, eu “chateava” com desconhecidos, até que bingo: um cara legal me pede o telefone... eu dei.

          Ele me ligou e começamos a conversar, eu dando trela, mas na verdade eu tava era louca pra ter uma “turma de amigos” e sair por aí... ele seria o canal... Choque! Traditional question: What´s your background? (na Austrália eles perguntam muito isso, porque lá, todoooo mundo, veio de algum lugar... com exceção dos aborígenes e dos 'pommies' – descendentes de criminosos europeus mandados pra lá na época que o país era colônia penal)... e ele me respondeu... guess what? NEPAL! Me pediu licença pra tomar um chai, voltou, e continuamos o blá blá blá...eu, mega ultra over entusiasmada... Em resumo, ele veio em casa, pediu permissão (sim, permissão! afe) pra minha mãe e stepdad (fui com eles pra Sydney) pra me levar pra sair e... me levou pra sair!

          Eu estava meio tensa...há apenas alguns meses no país, saindo com um rapaz que eu tinha conhecido (ou não) pela internet. Eu até hoje me pergunto como minha mãe não surtou, principalmente quando viu aquele homem “verde” entrando em casa, mas o 11 de setembro ainda não tinha acontecido e ela não entendia ainda o que era um terrorista... Então, ela se contentou com a definição “esquisito”...

          Enfim, saímos e aos poucos foi se desfazendo a sensação de que eu seria esquartejada no fim da noite. Primeiro ele me levou num parque bem lindo que eu não lembro o nome. Paramos numa encosta perto da água, a lua tava linda e iluminava a Opera House do outro lado da baía... foi mágico! De lá seguimos para uma balada, onde fui introduzida na comunidade oriental. Eu acredito que todas as nacionalidades asiáticas estavam representadas. Era um bando de gente verde e amarela”, de olhos “fundos ou puxados”... eu a “figura branca” alienígena... fiquei com ele! Foi legal! De lá saímos pra comer no “Hungry Jack´s” (um fast food de lá) e fomos jogar fliperama no centro da cidade. Voltei pra casa exausta e feliz.

         No tempo seguinte, ficamos, ficamos e ficamos de novo... Minha empolgação ia diminuindo, meu carinho por ele aumentando, mas cada vez mais nítido que se tratava de amizade e não de uma paixão... Saímos juntos, viajamos juntos, mas começaram as tensões... tudo porque, conforme eu já tinha dito, eu queria muito amigos e ele jamais me apresentou os dele ou família... ele virou meu centro na Austrália e tudo ficou entediante com o tempo...

         Bom, detalhes importante, antes de contar o declínio do relacionamento: O guri tinha poderes especiais e fazia eu me sentir especial. Era um sem fim de delicadezas que, confesso, me deslumbravam. Isso porque, independente desde pequenininha, em meus relacionamentos amorosos, sempre me impus no intuito de estar numa situação de igual pra igual com meus (e)namorados, sempre DETESTEI frescurites de “mulherzinha” e “melosidades”. Achava brochante as gurias da escola recebendo rosas vermelhas durante a aula...faltava originalidade e era constrangedor ver as pessoas se amontoando ao redor pra ler os cartões que invariavelmente tratavam de coisas íntimas. Sempre fui avessa à declarações públicas de amor, achava brega e desnecessário. Meu sonho talvez fosse ganhar um coco gelado, à beira da praia, com palavras bonitinhas ao pé do ouvido de maneira espontânea e absolutamente despretensiosa. Chegava a pensar nisso tantas vezes, que racionalmente nem queria que acontecesse com medo de que perdesse o encanto. Não contava para eles (os (e)namorados) para que não fosse artificialmente produzido o evento, o que o tornaria um ato “meloso”... Sim, eu sou neurótica! Me faria feliz, também, acordar um sábado de manhã e ter alguém à porta pra me entregar um cacto... cheio de fitas coloridas, mexicanizado... É muito mais meu estilo...

continua na próxima quinzena...

Quem é Juliana Ximenes?

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