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E S T R A N G E I R I C E S
"Uma estória de amor pelo diferente"

CAPÍTULO VII - 16.09.2010
Por Juliana Ximenes (*) 

        Mais profunda a “amizade”, maiores os disparates. Pela primeira vez ele me contou dos casamentos arranjados e do conceito “0 km” tão importante para os futuros cônjuges... Me diverti horrores... rs... de fato achei que era piada... Eu nunca fui exatamente a mais liberal e despudorada das pessoas, mas tanta “castidade” me chocou... Ok que as pessoas casassem virgens, mas, BVs (gíria adolescente que minha priminha adora para se referir às meninas que, tal qual a Susan Boyle, nunca foram beijadas) era too much! Mais que BVs, elas casam intocadas, “inconversadas” e nem um pouco enamoradas... afff Como pode!? Nem meus bisavós, eu acho... Entre muitas piadas, minha favorita era dizer que eu arranjaria a esposa dele!

         E cinco anos se passaram, entre 2002 e 2007. Cinco anos de muita conversa. Ele lembrava “religiosamente” dos meus aniversários, eu nunca me lembrava do dele (rs)... Isso sim o deixava ressentido... Ele sempre fazia drama desse fato, de tal forma que após os dois primeiros aniversários que esqueci, passei a me importar quando dias depois me dava conta de que, mais uma vez, tinha deixado passar em branco... Ficava com vergonha e irritada com ele, afinal, era só um “amigo de internet”, por que cargas d’água eu deveria me importar com isso?

         Isso é outro ponto curioso... eu nunca tive o hábito de adicionar pessoas que eu não conhecia e, as poucas vezes que o fiz, algum tempo depois sempre as deletava por falta de assunto ou interesse... Eu nunca o deletei, ainda que “supostamente” não me sentisse de qualquer forma vinculada a ele. Sinceramente não sei explicar, até porque não consigo mesmo lembrar que tipo de sentimento nutria por ele, se é que havia qualquer sentimento, talvez por isso se encontrem algumas contradições na minha narração dos fatos. Eu acho que gostava dele. De certa forma, achava ele inteligente. Em alguns momentos, ele se tornava meu confidente. Chateada com a vida, eu ia pra frente do computador e ele, disponível, me chamava pra conversar... eu desfiava meu rosário de lamentações... muitas vezes chorava... brigas com o namorado, melindres no trabalho, problemas familiares... eu falava tudo, absolutamente tudo, sem pudores ou constrangimentos. Eu não o conhecia, nem tinha tal pretensão... ele era meu apoio e coisa nenhuma ao mesmo tempo... podia falar o que quisesse, não tinha receios acerca do que ele ia pensar. E como eu disse coisas... e segredos!

         Em um dos nossos primeiros contatos ele me mandou uma foto, péssima, 3x4 (rs), a qual dei pouca atenção... Desde sempre tinha na minha cabeça que a possibilidade dele ser atraente era próxima de zero... e, de fato, a tal foto confirmou essa idéia. Meses depois, talvez mais de um ano depois, vieram mais algumas fotos, tiradas por amigos em uma viagem que ele teria feito a uma região montanhosa (a “famosa” Muree)... Depois de um surto psicótico de risos por conta de uma das fotos em que ele usava um chapéu... frente às outras, minha reação foi: “Meu Deus, como que uma criatura me manda umas fotos dessas?”... Era estranho, brega e a antítese daquilo que eu concebia como atraente. Mas, pouco me importava... minha relação com ele era transcendente e virtual (rs), além de pura e simples amizade.

         Não lembro exatamente quando, mas recebi um convite para me cadastrar no ORKUT. Na época, esse site de relacionamentos era ainda pouco conhecido, e só convidados podiam fazer parte. Alguma amiga me adicionou e eu, ao me cadastrar, convidei meu amiguinho paquistanês, que ingressou na rede. Nos aproximamos um pouco mais...

         Ele agora me deixava mensagens com frequência. Quando passávamos algum tempo sem nos falarmos, ele deixava “scraps”, os quais, ao contrário de emails, eu sempre respondia. E assim seguia nossa amizade.

        Um dia, injuriado, ele me disse: “eu já estou há várias semanas no ORKUT, por que até agora nenhum dos seus amigos me adicionou? Esse negócio não serve pra muita coisa!” Eu ri. Expliquei que a idéia não era exatamente essa e que ele que deveria convidar os amigos dele ou, se fosse o caso, convidar quem o interessasse. Foi aí que eu descobri que existiam mais paquistaneses no mundo...(rsrsrs), porque, até aquele momento, eu achava que ele era o único ser paquistanês que existia.

continua na próxima quinzena...

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