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E S T R A N G E I R I C E S
"Uma estória de amor pelo diferente"

CAPÍTULO XX - 01.04.2011
Por Juliana Ximenes (*)

         Não nos falávamos como antes, mas eu estava acostumado a vê-lo na minha lista de amigos online, de repente não mais... dois dias, três, quatro, uma semana, duas... Eu não queria ligar, mas depois de tantos dias não resisti. Ele não atendeu, ou melhor, o telefone caía sempre naquela ladainha chata “apnakumdhjdhgfh” ou qualquer coisa assim que aquela voz feminina irritante dizia em urdu. Eu estava surtada, nada tinha graça e eu não conseguia me concentrar em coisa alguma... Fiquei com ódio mortal dele... FDP! Como que ele podia fazer isso comigo? (a essa altura há muito eu já não era uma pessoa normal... obcecada nada! Afff). Duas semanas e alguns dias depois ele reapareceu, eu tentava disfarçar minha ansiedade, minha raiva, irritação... Fiz como se tudo estivesse bem. Ele também agiu como se nada tivesse acontecido. Falou pouco tempo comigo. Foi quando eu o matei pela primeira vez (eu sempre usei essa metáfora pra me referir às pessoas as quais eu passei a ignorar, que deixaram de ter qualquer significado pra mim, por qualquer razão... sempre foi uma forma de defesa pra lidar com rejeição ou rancor, pra deixar de sentir-me rejeitada ou magoada). Se ele realmente queria um rompimento, pra que me prestar ao papel de mulher dramática? Fora todas aquelas outras questões que levantei: relação virtual, todas as dificuldades e diferenças que existiam, distância... Não valia a pena. A raiva dá forças. Fui viver minha vida, nesse meio tempo descobri a Diplomacia... Eu já havia pensado sobre isso algumas vezes, mas nunca duas vezes... Comecei a pesquisar e conclui que era aquilo que eu queria pra minha vida. Mas, era tão difícil quanto perfeito.

          Na época localizei alguns cursos que preparavam para o exame em São Paulo, um deles oferecia bolsa (via de regra os cursos preparatórios para o exame do Rio Branco são bem caros afff), a prova era no dia seguinte a data em que eu li sobre ela. Não tinha estudado naaaada. Mas, fui fazer assim mesmo. Pensei, se Deus quiser, se for isso mesmo que é pra eu fazer, eu passo. Passei. No mês seguinte começava a minha preparação. Pressionada, resolvi me organizar para deixar meu trabalho. Não tinha condições de trabalhar de 10 a 12 horas por dia, depois ir para o curso, e ainda achar tempo de estudar. Fiz uma opção...feliz. E alguns meses depois deixei meu emprego. Nesse ínterim, ainda falava com o Hathi, mas pouco. Ele havia morrido e, naquele momento, não significava muito pra mim. Estava empolgada com os estudos e me deixei envolver em outras coisas. Até que um dia, diante da situação, eu me fui. Eu sumi. Deixei de falar com ele, depois o bloqueei e deletei da minha lista de contatos. Enterro... Nenhum contato por dias, até que eu comecei a receber ligações insistentes dele. Ao fim do dia eu o atendi. Mais uma vez, aos prantos, ele me pedia pra voltar. Eu sentia um misto de felicidade e raiva. Ele prometeu que nos encontraríamos...mas quando? Bom, tal situação se repetiu ainda por duas ou três vezes... Hathi e seus dilemas, sua dúvidas, hesitações... quase me enlouqueceu. A última vez no início de 2008, quando mais uma vez rompemos. Eu jurei pra mim mesma que aquele seria seu último funeral. Ele, novamente, veio com a ideia de nos tornarmos amigos, já que outro tipo de relação era “impossível”. Ok, vou fazê-lo provar do veneno... Concordei! E assim ficamos, amigos, por semanas, até que num acesso de infantilidade (comum em mulheres) comuniquei-lhe minha reconciliação com o ex-namorado e provável noivado. Ele nem se abalou. Nossas conversas foram rareando novamente. Eu não tinha condições emocionais de lidar com aquilo. Pedi um tempo, mas disse que voltaria, que me desse uma semana de reflexão. (Sim eu sei, todo esse lenga lenga é muito chato e infantilóide, mas de fato ocorreu...) Dois dias se passaram e ele conversou com uma amiga comum, que veio me procurar... ele questionava se era verdade a história sobre o meu noivado e pedia que ela intercedesse, que me procurasse e falasse que ele queria conversar comigo... na mesma noite conversamos, ele reafirmou o seu amor e que havia constatado o fato de que não podia viver sem mim (Sei...), me pediu pra ver o anel (de noivado), quis saber detalhes da festa... eu resolvi acabar com a palhaçada e contei a verdade...que, obviamente, ele já sabia... mas, não tinha 100% de certeza como ele mesmo disse, o que foi o suficiente para perturbá-lo e deixá-lo sem dormir por dois dias... Juras de amor eterno... nos veríamos naquele ano... abril?

continua na próxima quinzena...

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