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E S T R A N G E I R I C E S
"Uma estória de amor pelo diferente"

CAPÍTULO XXVII - 16.07.2011
Por Juliana Ximenes
(*)

Era tudo tão emocionante. Fiz que nem em filme, respirei bemmm fundo, como se pudesse trazer a cidade pra dentro de mim. O ar era quente e seco. Desci as escadas um pouco tensa, sem saber ao certo o que me esperava, foi quando me dei conta de que eu não tinha tomado nota do endereço do hotel ou dos telefones da Cintia. Só rezava para que ela de fato estivesse lá. Passei com tranquilidade pela imigração e fui retirar minhas malas. Estava exausta, mas “adrenalinizada”, o que me deixava “ligada”. Quando localizei minhas malas, verifiquei que uma delas tinha o cadeado arrebentado. Foi o estopim para um novo surto psicótico.

Olhei para um dos homenzinhos fardados que ficavam do lado da esteira e ralhei: minha mala foi arrebentada e eu quero formalizar uma reclamação! Mas, acho que devo ter pronunciado essas palavras com um ar de louca, porque o moço se desconcertou e depois de uma sequência de really, madam?, sorry, madam! how come, madam? me apontou para um posto de fiscalização, fui adiante e ignorei o raio-x, em dois minutos vários guardinhas me cercaram e eu nervosa brigava em inglês por causa do cadeado quebrado, eu falava rápido e estressada, mais pelo cansaço que pelo cadeado em si, tanto é que até um deles sugerir, eu não tinha me dado conta de que não havia vistoriado a bagagem, foi quando abri a mala e vi que estava tudo lá. Só sei que deixei todos tão atordoados que nem pelo raio-x passei. Não retornei para as vistorias e ninguém se manifestou.

Passei pelas portas automáticas e minha primeira impressão foi a de que viajei no tempo, dezenas de verdinhos, em suas vestes típicas que me lembram pijamas me encaravam. Era algo como “um desfile de moda parisiense (ou milanês, ou novaiorquino, como quiserem, é só pra dar a dimensão...), ambientado no tempo de Cristo, para uma platéia não de celebridades euro-americanas, mas de paquistaneses barbados, sendo que eu era a versão mais volumosa e curta da Gisele Bündchen, exibindo minha tentativa frustrada de orientalização de trajes ocidentais”. Dei um suspiro de alívio quando escutei alguém me chamando pelo nome, em bom português. Corri para o abraço. Poucas vezes fui tão feliz. Cintia e sua sogra fofa. Esta última me agarrava tal qual uma “Felícia” (vide personagens tiny-toons) e me estalava as bochechas com beijos sem fim.

Eram quase quatro da manhã quando chegamos ao hotel. Falávamos sem parar. O lugar era novo, pequeno, e ficava em Gulberg, um bairro bem legal de Lahore. Ficava a cerca de 500 metros do Liberty Market, um dos mais cheios de coisinhas interessantes pra comprar, perto do Fortress Stadium (onde rolam as partidas de cricket, bem próximo de onde, há não muito tempo atrás, tentaram o extermínio em massa da seleção do Sri Lanka aff), perto do Subway, do Mc Donald´s, da Masoom´s (uma confeitaria que amei bem muito, onde eles têm uma tentação chamada “death by chocolate”... hahahahaha, sim, até as sobremesas paquistanesas podem ser fatais!) e de uma, pessoas acreditem!, The Body Shop, onde larguei muitas rúpias, muitas rúpias e fui feliz!

continua na próxima quinzena...

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