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Para Positivo, varejo é novo desafio na Argentina

Por Marli Lima (*)

Uma soma de fatores, como a decisão do governo da Argentina de dificultar importações e conceder benefícios a fabricantes locais, vai facilitar a estreia da Positivo Informática no país vizinho. Na apresentação dos planos da Informática Fueguina S/A (IFSA) a varejistas, em Buenos Aires, ontem, executivos da empresa brasileira classificaram o momento como único e o compararam com o cenário de sua entrada no varejo no Brasil, em 2004. Na ocasião, a medida provisória que isenta de impostos, entre outras categorias, produtos do setor de informática e é conhecida como a 'MP do Bem', resultou em queda nos preços de computadores e aumento nas vendas.

Se, por um lado, o plano da Positivo de exportar computador de mesa (desktop) brasileiro para os argentinos foi frustrado, por outro, a medida também dificulta a ação de concorrentes multinacionais que não produzem na Argentina e lideram o mercado de notebooks, como é o caso da HP e Lenovo.

Com sua estratégia de produzir na Argentina, a Positivo luta agora para liderar o varejo no curto prazo. Além disso, estuda o lançamento de tablets simultaneamente nos dois países, para o Natal.

A IFSA, uma sociedade meio a meio entre a Positivo e a argentina BGH, foi criada em dezembro e está produzindo notebooks com incentivos fiscais em unidade instalada na província da Terra do Fogo, uma espécie de 'Manaus argentina'. Foram investidos US$ 8 milhões em estrutura e US$ 42 milhões em capital de giro. Os primeiros equipamentos estão saindo de um prédio da BGH. A instalação da IFSA, em área vizinha, deve ficar pronta até outubro, distante cerca de 3,5 mil quilômetros da capital. A empresa já forneceu 40 mil máquinas ao governo (ela venceu duas licitações, que somam 278 mil unidades). No dia 21, estreará no varejo três linhas de produtos com a marca Positivo BGH, com sete configurações diferentes e preços que vão de R$ 1.080 a R$ 1.775. O passo seguinte será a entrada no Uruguai, nos mercados de governo e varejo.

Em março, para estimular a indústria local, o governo argentino passou a aplicar licenças não automáticas para diversos produtos, tornando menos ágil a liberação das importações. No caso de notebooks, o país ganhou recentemente mais fabricantes: a Newsan, empresa local que tem marca própria e também fabrica para terceiros; e dois varejistas, Frávega e Garbarino, que estão com projetos aprovados pelo governo e prometem lançar notebooks em breve. De 14 projetos apresentados por empresas até agora, oito foram aprovados. No caso da Positivo, na primeira fase a capacidade instalada é para 720 mil máquinas por ano, embora a empresa tenha autorização para produzir até 1,6 milhão de unidades.

O mercado argentino de computadores foi superior a 3 milhões de unidades em 2010, com participação de 59% de notebooks. A estimativa é de que supere 4 milhões de unidades em 2011, com 67% de notebooks. O faturamento do setor, de US$ 1,92 bilhão no ano passado, pode crescer para US$ 2,3 bilhões. Boa parte do crescimento será garantida por compras de governo e educação - a participação do segmento deve saltar de 22% em 2010 para 54% em 2011, enquanto a participação para uso doméstico tem estimativa de queda de 63% para 37%.

O presidente da Positivo Informática, Hélio Rotenberg, descreveu a trajetória da empresa no Brasil para os argentinos e informou que quer repetir a história do outro lado da fronteira. Mesmo enfrentando um mercado mais difícil e tendo de explicar novos boatos de venda da empresa, ele informou que planeja vender mais de 2 milhões de computadores no Brasil em 2011 ante 1,98 milhão em 2010. Em relação à fabricação de tablets, o executivo disse que está analisando se a produção será feita em Curitiba ou em Manaus. Sobre o recente aumento no valor das ações da empresa, o empresário afirmou que o movimento pode estar relacionado às negociações de compra da alemã Medion pela Lenovo, empresa que formalizou proposta à Positivo em 2008.

A parceria com a BGH, que também produz eletrodomésticos e equipamentos de telefonia, é restrita aos mercados da Argentina e do Uruguai. Segundo Gustavo Castelli, presidente da BGH, a empresa tem operações no Brasil (onde faz consertos de telefone), Chile e Colômbia. Agora, planeja expansão para o Peru e o México. A companhia faturou US$ 382 milhões em 2010 e a meta para 2011 é US$ 650 milhões.

(*) Marli Lima, jornalista, escreveu esta matéria diretamente de Buenos Aires (Argentina).

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