A ATR, que afirma ser a líder mundial do setor de turboélices, anunciou ontem em Le Bourget a venda de dez aeronaves para a companhia brasileira Azul, em negócio estimado em US$ 227 milhões.
A operação torna concreta dez das 20 opções de compra do novo modelo ATR 72-600, que a Azul havia realizado em 2010, durante o salão de Farnborough, na Inglaterra. Na época, a companhia aérea havia anunciado a encomenda de 40 aviões, das quais 20 firmes e 20 opções de compra, em um contrato avaliado em US$ 850 milhões.
A entrega dos primeiros aviões deverá começar em outubro. Philippo Bagnato, presidente da ATR, disse que a Azul deverá receber este ano duas ou três aeronaves. O Brasil, onde Bagnato esteve há duas semanas, se tornou um mercado estratégico para a ATR e seus aviões com 50 a 74 lugares. A Trip já possui, com 30 aeronaves, a segunda maior frota de turboélices da empresa no mundo.
ATR-72/212, FOTOGRAFADO POR T. LAURENT, EM TOULOUSE (FRANÇA), EM 07 DE MARÇO DE 2011, A CAMINHO DO BRASIL (EX-PP-PTK UTLIZADA PELA TRIP). "TODOS OS DIREITOS RESERVADOS".
Atualmente, há 50 aviões da ATR em operação no Brasil. Na América Latina, o número é de mais de 120. O continente representa 20% do carnê de encomendas da companhia, uma joint venture com partes iguais entre a italiana Alenia Aeronautica e o consórcio europeu EADS, holding controladora da Airbus.
"O sucesso da Azul nos permite consolidar nossa presença no Brasil e América Latina. O Brasil é um dos mercados mais dinâmicos do mundo. Estamos convencidos de que será possível dobrar, no curto prazo, nossa frota no país", diz Bagnato. Ele baseia seus cálculos nas encomendas firmadas no ano passado e o que está "no forno", diz o presidente, referindo-se aos aviões que estão sendo construídos. "Não é um sonho dizer que o número atual de (aviões) ATR no Brasil vai dobrar muito em breve."
Para a empresa, com sede em Toulouse, no sudoeste da França, 2011 marca definitivamente a retomada do setor.
O construtor, no ano em que celebra seus 30 anos, anunciou 78 encomendas firmes e mais 32 opções de compra desde o início de 2011, estimadas em 2,4 bilhões de euros. Cerca da metade dos negócios firmes foi realizado com novos clientes. O recorde precedente, de 2007, era, nesse mesmo período, de 53 encomendas firmes e 15 opções de compra. O estoque de encomendas, de 223 aviões (mais de € 5 bilhões), corresponde a mais de três anos de produção.