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M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
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A verdadeira festa
Por Denise Amaral (*)

Organizamos uma festa lá em casa, e como todo evento, deu bastante trabalho. Os bastidores são complicados, e as pessoas nem sempre imaginam o que está por trás da reunião dos amigos, da comida servida e do ambiente preparado. Mas é um trabalho gostoso, que traz muitas compensações.

Desta vez posso dizer que o “antes” e o “depois” foram, para mim, melhores do que a festa em si. Os anfitriões sempre estão correndo para lá e para cá, recebendo as pessoas, conversando por uns breves minutinhos, até serem chamados para receber mais alguém, resolver um problema, tomar uma decisão... Precisam ficar de olho no serviço, prestar atenção se não está faltando nada, e providenciar a reposição do que está acabando. Até aí, nada de novo. Mas desta vez contamos com a ajuda das crianças para preparar tudo, e estes momentos foram muito especiais para mim. Todos deram seus palpites, nos acompanharam às compras, ajeitaram mesas e cadeiras, e compartilharam a tarefa – e o prazer – de receber os amigos.

As meninas menores encheram balões e, debaixo de muita chuva, foram amarrá-los em árvores para marcar o caminho da entrada do condomínio até a nossa casa. Rimos muito, nos divertimos muito, e elas chegaram em casa extremamente animadas e extremamente molhadas! E ficaram muito orgulhosas quando as pessoas que chegavam comentavam sobre como foi fácil encontrar o endereço seguindo a “trilha dos balões”.

Contratamos um mágico e um comediante, e todos nós rimos demais! E o humor permaneceu em casa durante toda a “desmontagem” da festa, fazendo com que o que poderia ser um trabalho chato e cansativo se tornasse um divertimento a mais.

Sei que o tempo está passando, que as crianças estão crescendo, que nossa vida está mudando, e talvez por isso eu viva cada dia como se fosse um grande presente, e cada momento que compartilho com minha família eu guardo como um tesouro.

Uma casa cheia de amigos tem, sem dúvida, muita energia positiva. Mas sentar com meu marido e meus filhos  em meio a uma porção de cadeiras vazias, para conversar sobre o dia que tivemos enquanto comemos os doces que sobraram – isso tem uma energia mágica, indescritível e incomparável!

A cada dia que passa, sinto que caminhamos lado a lado com a nossa felicidade, mas pouco nos damos conta disso. Sinto que procuramos longe algo que na realidade está ao alcance de nossas mãos. Lembro-me que quando fomos ao Egito, eu queria muito ver as pirâmides (claro!). Chegamos de madrugada, e nos hospedamos em um hotel que diziam estar bem próximo a elas. Minha curiosidade era tamanha que eu não queria esperar o dia amanhecer, e olhava para todos os lados procurando pelas pirâmides, sem perceber nenhum sinal delas. Até que resolvemos perguntar a um motorista que estava na entrada do hotel para que lado elas ficavam, para que pelo menos procurássemos na direção certa. Ele nos olhou com uma expressão um tanto estranha, e apontou em uma direção. Olhávamos, e continuávamos não encontrando nada, até que de repente nos demos conta de que havia em paredão à nossa frente, muito perto – e que este paredão era uma face da pirâmide de Quéops, logo ali, a poucos metros de nós. Naquele momento compreendi duas coisas: a razão de o motorista nos ter olhado com aquela cara tão esquisita, e que muitas vezes simplesmente não enxergamos aquilo que está perto demais.

E a felicidade parece ser assim. Muito perto de nós, enquanto só temos pensamento para aquilo que ainda não temos e para aquilo que ainda desejamos conseguir. Movidos pela compulsão de ter sempre mais, de ser sempre mais, não damos o devido valor ao que já somos e àquilo que já temos, e arriscamos deixar que o tempo passe, e leve consigo momentos valiosos que deixamos de aproveitar. Talvez consigamos enxergá-los quando estiverem distantes, mas na direção oposta, quando já não pudermos mais resgatá-los.

Como aconteceu com as pirâmides, em que nossos olhos se acostumaram à escuridão da noite permitindo que percebêssemos o contorno dos blocos de pedra, nosso coração deve se habituar aos desafios de cada dia para que possa vislumbrar as entrelinhas em que escrevemos a história da nossa verdadeira felicidade. O sucesso não é um local distante, e sim o caminho que percorremos pouco a pouco, dia a dia.

E a nossa realização pessoal pode deixar de ser o topo de uma montanha para se transformar  nas ferramentas que nos ajudam a escalar.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.

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