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R E L I G I Ã O
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UMA CRÔNICA SOBRE DROGAS
Excepcionalmente por Fábio Tito (Brasília-DF)

1) Deixou a família, não quis ser médico, advogado, empresário, líder  religioso, nada que conferisse status. Não teve casa, cama, quarto,  profissão, dormia ao ermo, em cavernas, se alimentava de mel achado no campo  e insetos, apresentava o perfil de um drogado, alguém que larga tudo pela  droga.

Vivia como "Lucy in the Sky with Diamonds", a canção dos Beatles  provavelmente alusiva ao LSD. Seria um dependente químico se não fosse João  Batista, que segundo JESUS era o maior de todos os homens nascidos de  mulher, o homem que precedeu e anunciou JESUS como milagre de DEUS, 100%  homem e 100% DEUS, o DEUS homem.

Esse "drogado" que não era drogado largou tudo e mergulhou de cabeça em  JESUS, aquele que preenche todo o universo com a própria existência, e assim  sustenta as partículas subatômicas pelo poder da sua palavra, aquele que por  sua vontade todas as coisas vieram a existir.

Parafraseando Beatles, viveu na Terra o "JESUS in the Sky with Diamonds",  o chamado "reino de DEUS" acessível mediante o JESUS real e disponível a  quem o quiser e o buscar de todo o coração, para trocar a "droga" e a "droga  de vida" pela "vida em abundância".

Seu nome era "Johnny".

2) Foi por brincadeira de algum amigo bobão que ele resolveu experimentar.

Acendeu, puxou, prendeu e passou, como a música ensinava. "Que coisa  ridícula, não tô sentindo nada", pensou. Se achou imune aos efeitos da  baduba, e foi a mesma coisa na segunda vez que provou.

Na terceira, já se sentindo entendido, avisou logo: "essa parada não bate  em mim, não!". Bateu. Minutos depois, quase sufocava de tanto rir, mas sem  ter a mínima ideia do motivo. A perspectiva brincava com seus olhos, a  língua tocava o céu da boca, apontando os mínimos detalhes, como uma lesma  sentindo a superfície de um terreno irregular. Talvez na Lua.

Achou o máximo, pediu mais. Depois ficou curioso por outras sensações, o  mercado de alucinógenos oferece tantas opções quantas o cliente quiser. Foi  pulando de uma em uma, se lembra de coisas das quais se envergonha  profundamente, e tem a sensação de que já não lembra de diversas outras  coisas que não são muito diferentes.

A ficha caiu numa manhã de terça. A avó o encontrou babando no chão ao  lado da privada, colher com restos de crack na mão estirada. Havia  adormecido antes de terminar de derreter a pedra que injetaria no próprio  braço. Ela olhou apenas, não disse nada.

Ele abriu um dos olhos vermelhos e a olhou de baixo, sentindo algo muito  além da vergonha. A lágrima disse tudo, era parar ou decretar derrota. Ele  decidiu parar.

3) Acordava de manhã e se impressionava com o gosto do pão, a viscosidade  da manteiga, a suavidade do leite, o frescor do melão e a pujança do café.

Mal saia de casa, parava perdido ouvindo o canto dum pássaro que mal  conhecia. Cada regorjeio era o recomeço do universo.

Era um alucinado, apreciador de pequenas coisas, alguém que nunca tomava a  parte pelo todo, mas via o todo em cada recanto, admirava aquele que,  segundo cria, criara a terra, o céu e as estrelas.

Seu nome, Enoque, o sétimo depois de Adão, o primeiro homem, em cuja  genealogia se registrou: "andou Enoque com DEUS e já não era, porque DEUS o  tomou para si".

Traduzindo, o alucinado apreciava tanto a criação que o CRIADOR disse algo como: quer saber, você aí, venha. E assim foi ao céu sem experimentar a  morte, tal como o profeta Elias que viria milhares de anos depois, assunto  ao céu numa carruagem de fogo.

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