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Agosto definirá a estratégia de vendas das montadoras
Por Marli Olmos (*)

Quem viu o Santos ganhando de 3 a 0 contra o Flamengo não poderia imaginar a virada da equipe rubro-negra, na vitória de 5 a 4 no jogo de quarta-feira à noite (27.07). O que acontece em campo serve para o trabalho do diretor comercial da Citroën, Domingos Boragina Neto: "Às vezes não conseguimos vender, mas depois o mercado reage e o resultado surpreende". Não se deve chorar uma derrota antes do fim do jogo. Por isso, mesmo que a elevação dos estoques tenha servido de alerta nos últimos dias, as montadoras preferem esperar o resultado de vendas em agosto para decidir se precisam reduzir o ritmo de produção.

Boragina não sofreu com a partida de quarta-feira à noite porque, torcedor do Palmeiras, reservou a emoção para o jogo de seu time dia 30 (Palmeiras 3 x 2 Atlético-MG). Mas o executivo aproveita o gosto pelo futebol para traçar paralelos com a rotina de trabalho. Na indústria e varejo, não há hoje quem não reclame da dificuldade para vender. É difícil entender do que o setor reclama quando se analisam os números des vendas, que não param de crescer.

O mercado de veículos do primeiro semestre ficou 9,3% maior que o dos primeiros seis meses de 2010. Na primeira quinzena deste mês, o total de licenciamentos ficou quase 14% acima do volume de igual período no ano passado. E, ainda que menor do que algumas projeções, as vendas em julho deverão superar as de junho.

Parte da insatisfação da indústria vem da crescente concorrência. Ainda que as montadoras tragam a maior parte dos carros importados, é visível nas ruas a presença de novas marcas. Os produtos das cinco maiores montadoras (Volkswagen, Ford, General Motors, Fiat e Renault) somaram 76% das vendas no primeiro semestre. Mas ninguém no setor duvida do êxito das estratégias das novas marcas, principalmente em época de real valorizado.

Outra parcela da preocupação tem relação com o recente aumento dos estoques. A General Motors contabiliza um volume - entre o que tem nos pátios das suas fábricas e concessionárias - equivalente a 37 dias de vendas, segundo o vice-presidente da empresa, Marcos Munhoz. Na média do mercado, informações da indústria apontam para 34 dias de estoque. É um pouco acima dos padrões em torno de 30 que se viram no primeiro semestre. Mas o nível está longe dos 50 a 60 dias de estoques que paralisaram o mercado e levaram a indústria a dar férias durante a crise de crédito há dois anos.

Ainda que ainda não seja motivo de preocupação, o estoque subiu porque produção e importação de veículos ficaram acima do ritmo das vendas. Os executivos do setor depositam suas esperanças em agosto. Trata-se de um mês tradicionalmente bom, com as famílias voltando de férias escolares e início de safra de lançamentos de automóveis.

Além disso, agosto será mais longo. Terá 23 dias úteis, dois a mais do que junho e julho, o que significa muito para uma indústria que tem vendido médias entre 13 mil a 15 mil veículos por dia.

Na ponta do varejo, aparece um pouco da preocupação do consumidor com decisões macroeconômicas que podem manter o aperto no crédito. Mas, por outro lado, o sistema bancário oferece planos vantajosos para manter o ritmo dos financiamentos. Principalmente os bancos de montadoras. Apesar de as altas taxas para financiamento sem entrada terem praticamente abolido essa modalidade, nota-se uma concentração de esforços em outros planos.

O Banco Volks lançou a taxa de 1,34% ao mês - ligeiramente abaixo da média de 1,40% do mercado - para quem compra o Gol em 60 meses com 40% de entrada. Os executivos do setor reconhecem que as vendas com entrada são mais saudáveis. Mas sentem saudades do tempo em que atraiam consumidores sem um tostão para comprar carro zero.

Os fornecedores de autopeças trabalham com pedidos firmes para os próximos meses. Não se veem no setor sinalizações de férias ou artifícios semelhantes para reduzir o ritmo do trabalho. Ao contrário, a GM, por exemplo, mantém o plano de iniciar o terceiro turno em São Caetano do Sul (SP), sua principal fábrica, assim que concluir a contratação de pessoal.

Esta semana, Jaime Ardila, presidente da GM na América do Sul, queixou-se de ter suas vendas apoiadas nos negócios com frotistas. Mesmo assim, como os demais executivos, ele mantém a previsão de um mercado 5% maior em 2011, o que significa que o Brasil vai bater novo recorde de vendas de veículos. Ao que parece, Ardila também não se atreve a antecipar o final do jogo.
FONTE: VALOR ONLINE

(*) Marli Olmos, é jornalista em São Paulo e escreveu essa matéria, originalmente, para o Valor online.

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