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ARCELORMITTAL VAI DEFINIR ATÉ MARÇO NOVA LINHA DE AÇO PARA AUTOMÓVEIS
Por Ivo Ribeiro (*)

O ano começa com mais otimismo para as siderúrgicas de aços planos no Brasil. O fluxo de produtos importados arrefeceu a partir de novembro e projeta retração mais consistente deste mês em diante, os preços internacionais começaram a reagir em dezembro e a demanda no mercado brasileiro mantém-se firme, com perspectivas de crescimento de pelo menos 8% no novo ano.

Nos Estados Unidos e Europa, principalmente, os preços do aço plano, desde dezembro, tiveram aumento em torno de US$ 100 a tonelada, diz Benjamin Baptista Filho, presidente da ArcelorMittal Tubarão, que tem usina em Serra (ES), ao lado de Vitória. O executivo informa que, na média, os preços negociados para dois produtos-base desse mercado - placa, que é um semiacabado para laminação, e bobinas e chapas a quente - estão cotados, respectivamente, em US$ 600 e US$ 700 a tonelada.

"É um bom sinal para esse início de ano; esperamos que se sustente e mostre firmeza do mercado", comenta Baptista, que também ocupa o cargo de CEO de Aços Planos do grupo na América do Sul. Um dos motivos da alta é o nível baixo de estoques no mercado americano, de cerca de dois meses, diferente do Brasil, que era acima de três no fim do ano. "Parte da alta pode ter sido puxada por maior preço das matérias-primas (minério de ferro e carvão) neste início de ano", aponta.

Esses são alguns dos fatores que a ArcelorMittal Tubarãoestá avaliando nas suas análises com vistas a instalar uma nova linha de aço exclusivamente para o setor automotivo em sua unidade (antiga Vega do Sul) de São Francisco do Sul (SC). O investimento é estimado em US$ 200 milhões construir a terceira linha de aço galvanizado - trata-se de uma chapa de aço com camada de proteção antiferrugem que usada em carrocerias de automóveis. A decisão deverá sair até o fim de março e o plano prevê que esteja em operação ainda no primeiro semestre de 2014.

"Há vários anúncios de novas montadoras de automóveis no país e de expansão das fábricas atuais, com previsão de chegar a 5 milhões de veículos por volta de 2014/15", afirma Baptista. Esse mercado é crucial para a empresa, braço de produção de aço plano do maior grupo siderúrgico do mundo no Brasil e que detém mais de 20% das vendas no país.

A nova linha, explica Baptista, está desenhada para fazer 500 mil toneladas. Atualmente, a empresa já dispõe no mesmo local de uma instalação de porte igual, inaugurada em 2003, e de uma segunda, de 350 mil toneladas, específica para bens de linha branca e para construção civil (telhas, por exemplo, dentre outras aplicações). Esta última começou a operar no ano passado.

O alvo da ArcelorMittalTubarão é "roubar" mais participação de mercado no Brasil, onde compete diretamente com Usiminase CSN. Outro concorrente de peso a partir do ano passado são as importações, que cresceram muito em 2010. A demanda forte levou a uma enxurrada de importações, inclusive as próprias siderúrgicas.

Com o investimento, em São Francisco do Sul a empresa ficará com capacidade de 2 milhões de toneladas de material acabado - 1,4 milhão de aço galvanizado e 600 mil de laminado a frio, também usado em outras aplicações automotivas e em bens eletrodomésticos. O suprimento desse material será feito via barcaças, desde a usina em Serra, a qual passou a operar com capacidade duplicada desde meados do ano passado.

"Somos um produtor com excelente condição de ampliar a produção de aço acabado no Brasil, pois temos capacidade de gerar até 7,5 milhões de toneladas de placas por ano na usina de Tubarão", afirmou Baptista. "O foco é atender o mercado brasileiro, que cresce e poderá ficar em torno de 8% se o PIB do país subir anualmente de 4,5% a 5%", diz.

Por isso, um outro projeto na empresa estuda a viabilidade para se fazer nova laminadora em Serra, preliminarmente projetada em 3,5 milhões de toneladas por ano. Com isso, a siderúrgica deixaria de exportar placas e se dedicaria integralmente a produtos acabados. E a grande parte de todo o volume seria para atender a demanda interna, além de clientes em países vizinhos, como Chile, Equador, Colômbia e Peru.

As importações de aço no país, que atingiram picos inimagináveis em outubro (um terço do consumo) devem cair drasticamente no trimestre. Com isso, os estoques voltariam aos níveis normais de 2,5 meses de vendas a partir de março. "O aumento dos preços lá fora é mais um fator inibidor para entrada do produto no país", afirma. Sobre alta de preço no país, diz que neste trimestre não há nenhuma previsão de alta. "Estamos trabalhando com preços de novembro".

(*) Ivo Ribeiro é jornalista do Valor On Line onde a matéria foi publicada originalmente.

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