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TOM COELHONa arena
Por Tom Coelho (*)
 

“Um homem perfeito não deve ser muito bom.”
(Cristina Paiva)
 

Kaizen. Os japoneses introduziram esta palavra no vocabulário corporativo em meados do século XX por ocasião de sua revolução industrial pós-guerra.

Traduzida literalmente por “melhoria contínua”, consiste numa filosofia aplicável tanto na vida profissional quanto pessoal. É como um mantra a nos guiar, dizendo: “Faça hoje melhor do que ontem; e amanhã, melhor do que hoje”.

Baseados nisso, buscamos em nosso trabalho estabelecer indicadores de performance capazes de nos sinalizar sobre a qualidade de nossos comportamentos e ações. Os instrumentos utilizados vão de um mero diálogo com os colegas até avaliações formais, as chamadas avaliações 360 graus, associadas às pesquisas de clima organizacional. Há quem faça isso com critério e responsabilidade. Mas há também quem as realize e nem sequer apresente aos seus funcionários o resultado adequadamente tabulado.

No fundo, o que todos buscamos é aceitação. Queremos ser referendados socialmente por nossos pares (reconhecimento) e por nós mesmos (autoestima). É da natureza humana.

Quem atua com treinamento, por exemplo, costuma ter o bom hábito de finalizar os eventos solicitando o preenchimento de um questionário de avaliação. O formulário procura identificar o nível de satisfação dos participantes com relação a aspectos diversos como organização, atendimento, infraestrutura, conteúdo programático e, obviamente, desempenho do facilitador.

Tenho colecionado algumas experiências interessantes a esse respeito. Toda pesquisa realizada apresenta uma maioria a manifestar alegria e entusiasmo com o trabalho presenciado. Fazem depoimentos grandiosos que nos enaltecem. A estes, somos muito gratos, porque nos afagam o ego.

Há também quem demonstre descontentamento, desfilando de maneira pontual seus motivos. Podemos acatar suas alegações, dependendo da solidez de seus argumentos, e diante disso melhorar e crescer. Ou podemos discordar, descartando o dito. A esses, também somos muito gratos, porque nos fazem refletir.

Mas quase sempre há uns poucos pernósticos que optam não apenas por avaliar negativamente, mas deliciam-se em denegrir ambiente, pessoas, forma e conteúdo. Eles não dizem o porquê, ou, quando o fazem, também não apontam o como. Têm por objetivo não construir, mas sim destruir.

Quem faz uma pergunta deve estar preparado para receber uma resposta, qualquer seja ela. Pessoalmente, ao lançar mão de um levantamento estatístico, estou em busca do meu kaizen. Não espero respostas que me agradem, mas que me possibilitem tornar-me melhor. Também não anseio – e não desejo – atingir a nota máxima, a burra unanimidade anunciada por Nelson Rodrigues. Afinal, se um dia atingi-la, haverá uma única direção a seguir: a da decadência. Um homem perfeito não pode ser bom...

Mas é inaceitável a crítica pura que desdenha e apequena. O comentário sórdido e jocoso de quem não teve a coragem de fazê-lo em público e se recolhe no anonimato para semear destemperança. A estes, não podemos ser gratos. A eles, cito Theodore Roosevelt, em discurso proferido em Paris, em 23 de abril de 1910, na Universidade Sorbonne:

Não é o crítico que conta: o crédito pertence ao homem que está realmente na arena, cujo rosto está sujo de poeira, suor e sangue; que se esforça corajosamente; que fracassa repetidas vezes, porque não há esforço sem obstáculos, mas que realmente se empenha para realizar as tarefas; que sabe o que é ter grande entusiasmo e grande devoção e que exaure suas forças numa causa digna; que no final descobre o triunfo das grandes realizações e, caso venha a fracassar, ao menos fracassa ousando muito, de forma que seu lugar nunca será junto às almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória nem a derrota”.

Por isso, esteja atento às críticas, mas também aos comentários, por vezes fortuitos, desferidos como se não houvesse pretensão alguma de lhe atingir. Eles podem guardar consigo a semente da discórdia, regados por aqueles que se apresentam como se fossem amigos, mas que tencionam, na verdade, tomar seu lugar no púlpito. E que não medirão esforços para fazê-lo.

(*) Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011),
“Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail
[email protected]. Visite: www.tomcoelho.com.br.

PUBLICAÇÃO AUTORIZADA EXPRESSAMENTE PELO AUTOR
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