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Feedback,
o que faço agora com a informação?
Por
Ivan Postigo (*)
Os termos em inglês são práticos, encaixam-se em muitas situações.
Todos os dias surgem palavras novas, resultado da composição de duas ou mais ou da redução de algumas.
Falou em avaliação, verificação, teste, rapidamente alguém lhe diz: - Eu lhe dou um feedback.
Feedback tem os seguintes significados: regeneração, realimentação, resposta, retroinformação, comentários e informações sobre algo que já foi feito com o objetivo de avaliação.
Há um compromisso não declarado, expresso no termo, não há?
Hum, será que é impressão minha?
Por que alguém precisaria de uma resposta, uma realimentação, comentários sobre uma avaliação? Porque há um compromisso com o retorno, não é verdade?
Quando lhe prometerem um feedback, certifique-se de que a pessoa entendeu o verdadeiro significado da palavra!
Tomando café no shopping com amigos, passou por nós uma pessoa e disse ao Carlos: - Não me esqueci não, esta semana ainda lhe dou o feedback.
Tony, curioso e colega de trabalho do Carlos, acenou, balançando a cabeça, como se perguntasse: - Que feedback?
Carlos deu de ombros e disse: - Sei lá. Ele sempre que me encontra diz isso. Faz um bocado de tempo não fazemos negócios.
Que utilidade será que terá a informação se um dia vier?
Todos os dias damos feedback. A questão é se o fazemos porque somos cobrados ou como parte importante de um processo.
Imagine que você forneça um determinado produto ao mercado, seu revendedor o informa que os consumidores estão reclamando de um pequeno defeito.
Sempre que sua equipe de vendas e você mesmo conversam com os revendedores dizem: - Qualquer coisa me ligue. Quero me manter informado, não deixem de me dar feedback!
Pois é, aconteceu. Eles estão ligando, dando feedback.
E agora João, vai fazer o que com essa informação?
Sabe o que eles esperam de você?
- Feedback - você grita!
Só isso? Não está esquecendo nada? Eles querem compromisso com a solução.
Caso não se sintam satisfeitos, lhe darão mais uma porção de feedbacks e os produtos de volta neste momento, e mais tarde uma bela resposta quando quiser retomar os negócios: - Não estamos interessados, ou estamos com os estoques altos, ou não estamos vendendo nada, e mais uma série de feedbacks pouco elaborados.
Todos os dias são criadas formas para melhorar o relacionamento fornecedor-cliente para perpetuação dos negócios, como SAC, ombudsman, pesquisas de opinião, endomarketing, CRM, e outras tantas, mas quando nos deparamos com a informação que 70% dos clientes que trocam os fornecedores o fazem porque acreditam que estes não se importam com eles, impossível não perguntar: cadê o tal de feedback?
Nosso SAC captou sua informação, ela já foi incluída no nosso CRM e será tratada por nossas equipes que desenvolvem um excelente trabalho de endomarketing, logo teremos a solução. Isso é um feedback? Resolve o problema do cliente, estabelece algum compromisso?
Com frequência, vejo pessoas ligando para um conhecido prestador de serviços, cada reclamação recebe um número para que possa ser identificada e acompanhada. Ufa, até agora resisti a tentação de usar a palavra follow-up!
O prazo para resposta é de 72 horas. Nunca vi nenhuma delas recebendo feedback.
Quando tive que contatá-los, abri um chamado e lhes dei dois feedbacks porque o prazo para solução estava esgotado e o problema não estava resolvido.
Estes feedbacks geraram dois novos chamados, os prazos se esgotaram e eu tive que ligar para não ficar sem feedbacks.
Agora, simplifiquei!
Quando faço uma reclamação e alguém me diz: - Eu lhe dou um feedback.
Respondo: - Não precisa, só resolva a problema.
Não resistindo à tentação diria:- Quando não tiver feedback, faça follow-up!
Afinal, quando algo não dá certo vai terminar em “efe” mesmo...
Não é o fim?
(*) Ivan Postigo é
Economista, Bacharel
em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP e
Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria, Comunicação e Gestão -
www.postigoconsultoria.com.br.
PUBLICAÇÃO AUTORIZADA EXPRESSAMENTE PELO
AUTOR
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