Turismo Brasil - Parte V, "Infraestrutura aeroportuária Brasileira - Nordeste", por Fernando Toscano, www.portalbrasil.net

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Fernando Toscano - Editor-Chefe do Portal Brasil - www.portalbrasil.netAeroporto Pinto Martins em Fortaleza (Foto/Crédito: Fernando Toscano, www.portalbrasil.net) - Todos os direitos reservadosTurismo Brasil - Parte V
"Infraestrutura aeroportuária brasileira - Nordeste"

Por Fernando Toscano (*)

O nordeste brasileiro vem experimentando um grande "boom" de voos nacionais e internacionais. Antes, a princípio, devo relatar que não entendo os motivos de um voo Brasília - Natal (só ida), por exemplo, custar mais caro que Brasília - Buenos Aires (ida e volta). É um despropósito. Já fui diretor de empresa aérea nos idos de 1993 (SAVA S.A.), que operava um Boeing 707.320 cargueiro e um Airbus A-310 de passageiros, para voos fretados. Analisando os custos de um voo pode se observar que a maior despesa é com os combustíveis. Pois bem, 30% do consumo de um voo Brasília - Natal é nos primeiros minutos (decolagem e até o atingimento da altitude de cruzeiro). Isso se reflete no custo médio do voo, que cai proporcionalmente, em relação aos voos curtos. Também a maioria dos voos para Recife, Natal e João Pessoa, onde viajo todos os meses, tem ocupação superior a 80%, chegando em muitos casos a 100% ou próximo disso. O que falta então? Planejamento? Não acredito. Isso é ganância das companhias aéreas que sabem que a maioria dos viajantes vão a passeio ou são viajantes de primeira viagem que querem e pagam o preço que for necessário. Isso só faz o país como um todo perder porque o que esses executivos que fazem o planejamento operacional, financeiro e estratégico das companhias aéreas deveriam saber é que muitos desistem e viajam de carro ou optam por outros destinos mais baratos. Com mais voos, preços mais acessíveis e horários mais dignos (muitos são pela madrugada) certamente o volume transportado aumentaria bastante refletindo, no final do exercício, num lucro operacional superior.

Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife (Foto/Crédito: Fernando Toscano, www.portalbrasil.net) - Todos os direitos reservadosQuanto aos aeroportos posso afirmar que o de Recife atende às expectativas. É um bom aeroporto e com relativo conforto além de ser novo e bem cuidado. Muito se fala que Recife opera perto do limite, mas nunca vi isso em horário algum. Logicamente que há uma grande possibilidade de aumento, acima da média, para novos voos, principalmente internacionais e se for possível investir com antecedência tanto melhor. Por se tratarem de cidades grandes os aeroportos de Salvador e Fortaleza necessitam de melhorias, mas atendem, para os padrões brasileiros, às necessidades atuais. Natal possui um aeroporto com volume crescente de passageiros e é simples, mas também, no momento, não demanda investimentos urgentes. A mesma coisa pode se dizer dos aeroportos de São Luís, Teresina, Aracaju e Maceió. Um fato me causou espanto recentemente. Estava em Natal e necessitei antecipar uma passagem da Avianca com destino a Brasília em dois dias. Cheguei ao aeroporto por volta de 08:00h e fui informado que não havia ninguém para me atender - apenas por volta de 10:30 / 11:00 horas. Isso é um verdadeiro absurdo. Tudo bem que não há voos pela manhã, mas existem passageiros com necessidades as mais diversas tal como a minha. Isso é muito ruim para o turismo local e para a imagem da companhia aérea - dá a impressão de "empresinha" o que hoje, a Avianca, definitivamente não é. Isso se reflete em todos os demais aeroportos do nordeste (à exceção de Recife, Salvador e Fortaleza).

O aeroporto de João Pessoa é um caso à parte. Muito pequeno, apesar do pouco movimento, não condiz com a atual capacidade turística nacional e o crescente interesse pela capital da Paraíba. Observei que as companhias operavam aeronaves menores na cidade e, em razão do aumento da demanda, substituíram por outras maiores: TAM (A319 para A320); GOL (B737.700 para B737.800); AVIANCA (Fokker F100 para A318 e depois para o A319); AZUL (não operava e passou a operar com o ERJ190). Além disso há operações com empresas menores, regionais.

Devo destacar ainda que o nordeste recebe voos fretados, principalmente provenientes da Europa, com grande regularidade. Em breve novos voos e companhias devem trazer novas rotas para as capitais do nordeste a exemplo do que a Qatar (São Paulo - Buenos Aires) e Air France (Brasília - Paris) estarão iniciando em breve.

Aeroporto de Aracaju (Foto/Crédito: Fernando Toscano, www.portalbrasil.net) - Todos os direitos reservadosDe acordo com as últimas informações estatísticas disponíveis no Portal Brasil podemos observar que o de Salvador é o único do nordeste entre os dez mais movimentados do país (5º - em passageiros movimentados). Recife (9º), Fortaleza (11º), Natal (17º) e Maceió (20º) também se destacam. Dentre as rotas mais movimentadas do país, três destaques para o nordeste (nº de voos): São Paulo (Guarulhos) - Salvador (3º do país); São Paulo (Guarulhos) - Recife (8º) e Rio de Janeiro (Galeão) - Salvador (9º). No volume de cargas movimentadas os principais aeroportos do nordeste são: Fortaleza (6º), Recife (7º), Salvador (9º), Natal (15º) e São Luís (16º). A rota São Paulo (Guarulhos) - Salvador obteve ainda o 1º lugar na rota com maior média anual de ocupação (73%) e o 2º lugar na rota Rio de Janeiro (Galeão) - Salvador (junto com Guarulhos - Brasília), com 68%, dentre todas demais rotas domésticas.

Dentre todos os aeroportos brasileiros as pistas para pouso/decolagem do nordeste tem algum destaque (entre as 100 mais extensas): Recife (3º do país, com 3.300 metros); Petrolina-PE (5º, com 3.245m); Salvador (9º com 3.005m); Maceió (19º com 2.602m); Natal (20º com 2.600m); Fortaleza (25º com 2.545m); João Pessoa (26º, com 2.515m); São Luís (34º, com 2.386m); Aracaju (40º, com 2.200m); Teresina (40º, com 2.200m); Parnaíba-PI (46º com 2.100m); Porto Seguro-BA (57º, com 2.000m); Fernando de Noronha-PE (63º, com 1.845m); Natal "- pista 2" (66º, com 1.800m); Paulo Afonso-BA (66º, com 1.800m); Aracati-CE (66º, com 1.800m); Juazeiro do Norte-CE (66º, com 1.800m); Imperatriz-MA (71º, com 1.798m); Vitória da Conquista-BA (72º, com 1.775m): Campina Grande-PB (81º, com 1.600m); Ilhéus-BA (84º, com 1.577m); Salvador "- pista 2" (87º, com 1.519m); e São Luís "- pista 2" (93º, com 1.483m).

O certo é: O Brasil, com o potencial turístico que tem, deveria se preocupar mais urgentemente com os seus portos, aeroportos e rodovias. A Infraero já demonstrou sua incapacidade de gerir os principais aeroportos do país. Deveria fica apenas com aeroportos isolados e com pouca expressão de forma a manter e ampliar a malha aérea nacional, independentemente de lucro, mantendo, assim, a integração nacional entre o nosso povo.

Para mais detalhes e informações sobre os aeroportos brasileiros acesse o site da INFRAERO - www.infraero.gov.br. Para dados estatísticos e diversas outras informações sobre os aeroportos brasileiros, empresas aéreas, aeronaves além de informações complementares e fotos acesse a nossa página sobre aviação comercial: http://www.portalbrasil.net/aviacao.htm.

Até a próxima quinzena...

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(*) Fernando Toscano é natural de Belo Horizonte (MG), reside em Brasília desde 1976, e é o editor do Portal Brasil. Seu currículo.

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