Em nosso dia-a-dia, são muitos acontecimentos que interrompem nossas inter-relações, que podem comprometer substancialmente o resultado daquilo que estávamos construindo com ou pelo intermédio do outro, pois a interrupção toma o caráter de uma variável do processo perceptivo, que chamo de elemento distraidor, um poderoso inimigo que nos traz conflitos desnecessários.

Desprenda-se do medo de interromper uma conversa com alguém, quando algum barulho venha sobressair sua voz ou a de quem está falando ou outra pessoa, que possa chegar e interferir seu relacionamento, dizendo ou perguntando algo. Faça isto, de forma natural e carinhosa. Pode até segurar no ombro ou no braço da pessoa com quem estava dialogando, e virar-se para quem interrompeu, segurando-a também. O ato de segurar representa um sistema de “freio”. A pessoa que interrompeu pode cair em si com seu ato de interrupção e até desculpar-se. Quem já estava com você no relacionamento, compreenderá instantaneamente, esta situação, porque está vivenciando-a juntamente com você. Ela até se sentirá gratificada por perceber em seu ato, que você está querendo eliminar a intromissão do outro, para ficar exclusivamente com ela; sentir-se-á importante. A outra pessoa não ficará com raiva de você, porque o mesmo sentimento ocorrerá com ela. Apenas alerto, para a questão do segurar. Tem que ser um toque sutil, harmonioso e carinhoso. Não é um segurar apertando e sim um leve toque, pois há pessoas que não se permitem ser tocadas por outras. O toque na pele nem precisa acontecer de fato; só uma expressão sutil de paralisação nas relações, acompanhado de um sorriso sincero, um olhar meigo, um gesto de cabeça afirmativo, que indique pedido de permissão e uma frase do tipo “só um instante”. Mas, não se esqueça de voltar rapidamente para quem estava relacionando primeiro.

Plínio da Franca
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