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OS SERES VIVOS
MAMÍFEROS
"Animais com glândulas mamárias"

 

            Com a extinção dos dinossauros, há cerca de 65 milhões de anos, o rumo da evolução foi modificado, abrindo caminho para a multiplicação da classe mais evoluída de vertebrados, os mamíferos (possuidores de mamas.

            Durante toda a era dos répteis, pequenos mamíferos conviveram com os dinossauros. Os espaços vazios que eles podiam ocupar eram muito poucos, pois os habitats terrestres estavam cheios de grandes répteis. Somente após o desaparecimento dos dinossauros, os mamíferos puderam, enfim, apossar-se dos locais que ficaram vazios. Assim, eles conseguiram evoluir e aumentar, progressivamente, o número de espécies até chegar à grande diversidade que hoje conhecemos. Na verdade, se os dinossauros não tivessem sido extintos, os mamíferos não teriam tomado posse da Terra e, provavelmente, os seres humanos não teriam existido.

HABITAT
            
            Os mamíferos são animais que vivem nos mais variados locais da Terra, desde as regiões tropicais aos polos, e desde os mares até os desertos mais secos e as florestas mais densas. Eles dominam os habitats terrestres do nosso planeta. Existem, também, representantes marinhos (baleia, golfinhos, foca, leão-marinho) e de água doce (peixe-boi).

 

MODO DE VIDA

            Assim como as aves, os mamíferos também conseguem viver em locais muito quentes ou muitos frios. Isso ocorre, porque eles podem manter a temperatura do seu corpo constante (homotérmicos). Assim, eles se mantêm em atividade durante as estações frias, desde que tenham alimento suficiente para poderem sobreviver. Para resistirem à falta de comida nas estações mais frias do ano, muitas espécies hibernam. Como exemplos, temos os morcegos de regiões temperadas e pequenos roedores, como os esquilos-do-chão, as marmotas e os arganazes. Durante a hibernação, o coração desses animais bate 5 a 6 vezes por minuto, e o ritmo respiratório é muito lento. A temperatura do corpo diminui muito, ficando em torno de 5°C. Nesse período, o animal utiliza a gordura acumulada para obter seu combustível.

            Muitos pensam que os ursos também hibernam. Estes animais se mantêm ativos durante o inverno, embora durmam por longos períodos. Isto não caracteriza uma hibernação, pois a temperatura deles diminui muito pouco.


MAMÍFEROS, Leão                   MAMÍFEROS, Elefante

ESTRUTURA DO CORPO

            O termo mamífero (do latim mamma = mama; e feros = portador) refere-se às glândulas mamárias, presentes nas fêmeas, que fornecem o leite para alimentar os filhotes. Esta é a principal característica desses animais. Eles ainda têm outras características que nenhum outro animal possui:
- pêlos recobrindo o corpo;
- desenvolvimento do filhote dentro do útero;
- presença de placenta: um órgão através do qual o filhote recebe os nutrientes da mãe;
- presença de um músculo respiratório, chamado diafragma, que determina os movimentos dos pulmões durante a respiração.

FUNÇÕES VITAIS
Digestão:

            Os mamíferos possuem hábitos alimentares, que estão relacionados com o seu modo de vida. Muitos são herbívoros, como o boi, o carneiro, o cavalo, o elefante; outros são carnívoros, como o leão, o lobo, a raposa, a onça, o cão. Existem ainda insetívoros, como os musaranhos, a toupeira; e os onívoros, que se alimentam de carne e também de plantas, como é o caso do homem. 

            Depois de mastigados e insalivados na boca, os alimentos são engolidos e levados até o estômago. Ao passarem por várias transformações, seguem do estômago para o intestino delgado, onde os nutrientes passam para o sangue, através das paredes deste órgão. Assim, as substâncias nutritivas podem ser distribuídas pelo corpo do animal. Os resíduos dos alimentos seguem para o intestino grosso, que absorve a água e forma as fezes, que são mandadas para fora do corpo pelo ânus.

Respiração:

            Os mamíferos possuem respiração exclusivamente pulmonar. O sistema respiratório deles é formado pelos pulmões e pelas vias respiratórias (fossas nasais, faringe, laringe, traquéia e brônquios). Os movimentos de entrada do ar (inspiração) e saída (expiração) são controlados por um músculo que separa o tórax do abdômen: o diafragma.

Circulação:

            O sistema circulatório dos mamíferos é formado pelo coração e vasos sanguíneos (artéria, veias e capilares). O coração possui quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos, como ocorre nas aves. O sangue carregado de oxigênio (arterial) circula pela metade esquerda do coração, enquanto o sangue rico em gás carbônico (venoso) circula pela metade direita. Portanto, não ocorre a mistura de ambos.

Excreção:

            O sistema urinário dos mamíferos é formado por dois rins e pelas vias urinárias (ureteres, bexiga e uretra). Os rins são órgãos que funcionam como filtros. Sua função é a retirada de resíduos do sangue para a formação da urina, que fica armazenada na bexiga. A saída da urina ocorre pela uretra. 

            Muitos mamíferos marcam seu território, com a eliminação da urina. Os odores deste líquido podem conter muitas informações, como a idade e o sexo do animal. Também podem servir de aviso para que outros indivíduos fiquem longe do território delimitado.

Reprodução:

            Quase todos os filhotes de mamíferos nascem diretamente do corpo da mãe e em estágio avançado de desenvolvimento, ou seja, já nascem com a forma semelhante à que terão quando forem adultos. Enquanto o filhote está se desenvolvendo dentro do útero materno, recebe nutrientes e oxigênio, através da placenta. Estas substâncias, necessária à sua sobrevivência, chegam ao feto pelo cordão umbilical.

            Nem todos os mamíferos possuem placenta. Como exemplo, podemos citar o ornitorrinco e a équidna, pertencentes a um grupo de mamíferos que põem ovos. Um outro caso especial é o grupo dos cangurus. As fêmeas destes animais possuem uma bolsa chamada marsúpio, onde o filhote fica protegido desde o seu nascimento até o seu completo desenvolvimento.
O tempo de gestação dos mamíferos é bastante variado. Observe a tabela abaixo:

MAMÍFEROS

TEMPO DE GESTAÇÃO

elefanta

22 meses

égua

12 meses

mulher

9 meses

cadela

2 meses

coelha

1 mês

OS SENTIDOS DOS MAMÍFEROS

            O grande aumento do cérebro e a manutenção constante da temperatura dos mamíferos permitiram que eles se tornassem ágeis e inteligentes. Como estes animais possuem o sistema nervoso mais desenvolvido do que o dos demais vertebrados, é de se esperar que os órgãos dos sentidos deles também sejam mais eficientes.

            Para que possam perceber o que acontecem ao seu redor, os mamíferos são dotados de cinco sentidos: visão, audição, olfação, gustação e tato. No entanto, nem todos os sentidos são igualmente desenvolvidos. Cada espécie desenvolve seus órgãos dos sentidos, de acordo com a sua necessidade de sobrevivência. Os cães, por exemplo, têm o olfato muito desenvolvido. Eles distinguem o seu dono pelo cheiro. Outros mamíferos enxergam e ouvem muito bem, como é o caso do gato, da onça, do tigre, animais predadores muito espertos. 

Os mamíferos também podem demonstrar sensações de tristeza, quando morre um parente próximo.

CLASSIFICAÇÃO

A classe dos mamíferos compreende várias ordens, divididas, de acordo com as semelhanças que possuem:

MONOTREMOS - São os mamíferos mais primitivos. Como representantes desta ordem, temos o ornitorrinco e a équidna, encontrados na Austrália, Nova Zelândia e ilhas próximas. Os monotremos são os únicos mamíferos ovíparos. Eles possuem bico e suas patas são semelhantes às patas do pato. As glândulas mamárias da fêmea não possuem mamilos. Assim, o filhote se alimentado leite que escorre pelos pêlos da mãe. Na fase adulta, estes animais comem uma grande quantidade de minhocas.

MARSUPIAIS - As fêmeas destes mamíferos possuem uma bolsa no ventre, conhecida como marsúpio, onde estão os mamilos. Os filhotes de marsupiais nascem num estágio muito precoce, com aproximadamente 5 cm. Depois do nascimento, eles se encaminham para a bolsa (marsúpio) da mãe, onde se alimentam e completam o seu desenvolvimento. Como exemplo, temos o canguru, encontrado na Austrália; o coala, que vive na Austrália e também em regiões da Ásia; o gambá e a cuíca, que vivem no continente americano, inclusive no Brasil.

DESDENTADOS - São mamíferos que possuem dentes reduzidos, desprovidos de raiz e esmalte. Esta ordem inclui o tamanduá (único sem dentes), o tatu e a preguiça, encontrados no Brasil. A preguiça-de-coleira, o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra e o tatu-bola são espécies brasileiras a ameaçadas de extinção.

ROEDORES - Estes mamíferos possuem dois pares de dentes incisivos (dentes da frente) bem desenvolvidos. Um par situa-se no maxilar superior e o outro no maxilar inferior. Estes pares de dentes crescem continuamente, pois são desgastados à medida que o animal vai roendo as cascas dos ramos das plantas. Os roedores não possuem dentes caninos (presas), mas têm molares para a trituração do alimento. Como exemplos, temos o rato, o camundongo, a capivara (o maior roedor do mundo), o esquilo, a marmota e o castor. Estes animais servem de alimento para muitas aves, répteis e mamíferos carnívoros.

LOGOMORFOS - São mamíferos que apresentam características semelhantes aos roedores. Eles possuem dois pares de dentes incisivos no maxilar superior e apenas um par de incisivos no maxilar inferior. Pertencem a esta ordem o coelho e a lebre, que são mamíferos herbívoros. Estes animais se adaptam muito bem a qualquer habitat que lhes ofereça erva para se alimentar e solo onde possam abrir tocas.

QUIRÓPTEROS - São os únicos mamíferos voadores. Estes animais caracterizam-se por possuírem os membros anteriores transformados em asas, que lhes possibilitam o voo. Incluem-se nesta ordem os morcegos. Os quirópteros se alimentam de insetos, peixes, sangue (hematófagos), néctar das flores e frutas.

CETÁCEOS - São mamíferos marinhos que possuem o corpo semelhante ao de um peixe. Eles apresentam os membros anteriores transformados em nadadeiras, que lhes fornecem direção e estabilidade durante a sua movimentação na água. Também possuem uma poderosa cauda, que os impulsiona quando estão em movimento. Como exemplos, temos as baleias, os golfinhos e os botos. A baleia-azul, que pode atingir 30m de comprimento e 135 toneladas, é o maior animal existente na Terra.

SIRÊNIOS - São mamíferos que podem viver em água doce ou salgada. Estes animais têm algumas características semelhantes às dos cetáceos, pois possuem os membros anteriores desenvolvidos em nadadeiras e uma cauda larga, usada para a sua impulsão na água. No Brasil, o representante desta ordem é o peixe-boi do Amazonas, um simpático mamífero que está ameaçado de extinção.

CARNÍVOROS - São mamíferos que possuem dentes caninos muito desenvolvidos e os molares modificados para cortar o alimento. Estes animais têm o olfato e a audição bem desenvolvidos, para poderem encontrar as suas presas. Os representantes mais conhecidos são o gato, leão, lobo, cão, foca, urso, leão-marinho, entre outros.

PROBOSCÍDEOS - Nesta ordem, estão incluídos o elefante indiano (Elephas), que pode ser visto nos circos; e o elefante africano (Loxodonta), que é o mais agressivo e possui orelhas enormes. A principal característica desses animais é a presença do nariz e parte do lábio superior alongados, em forma de tromba ou proboscide longa e flexível, que funciona como mão. Esses animais possuem dentes incisivos superiores muito desenvolvidos (presas de marfim). Por este motivo, esses grandes mamíferos se tornaram alvo de caçadores e ladrões. O elefante africano é o maior animal terrestre.

PERISSODÁCTILOS - São considerados mamíferos que possuem dedos ímpares e se apoiam sobre cascos. Por este motivo, são chamados de ungulados (com casco). Como exemplos, temos o cavalo, a anta, a zebra e o rinoceronte. A anta é o maior mamífero terrestre da fauna brasileira.

ARTIODÁCTILOS - Estes mamíferos também são ungulados. No entanto, eles possuem um número par de dos (2 ou 4). Entre os artiodáctilos, encontramos os ruminantes, como o boi, o carneiro, o búfalo, o camelo e a girafa. Eles possuem o estomago dividido em quatro partes: pança, barrete, folhoso e coagulador. Há aqueles que não são ruminantes, como o porco, o hipopótamo e o javali.

PRIMATAS - São mamíferos superiores que se caracterizam por apresentarem membros alongados, e mãos e pés com cinco dedos providos de unha. Nas mãos dos primatas, o dedo polegar fica numa posição oposta aos outros dedos Esta característica permite que eles tenham maior habilidade no manuseio dos objetos. Na ordem dos primatas, temos os vários tipos de macacos (gorila, chimpanzé, orangotango, gibão) e o homem.

Os Mamíferos da Antártica:

        Ao contrário do Ártico, onde existem mamíferos terrestres, na Antártica, os mamíferos vivem no mar e estão agrupados em duas ordens: Pinnipedia (focas e lobos-marinhos) e Cetacea (baleias, botos e golfinhos).

        Os cetáceos, que parecem ter derivado de algum ancestral primitivo que abandonou a terra, sofreram diversas adaptações morfológicas e fisiológicas que lhes permitiram viver no meio aquático. Seus corpos perderam o pêlo e tornaram-se torpediformes para facilitar a natação. A diminuição do peso, devido ao empuxo, teria permitido que eles atingissem as grandes dimensões observadas, como ocorre com a baleia-azul, com até 32 metros de comprimento e 165 toneladas. A baleia-azul possui coloração azul-acinzentada, num tom que varia de indivíduo para indivíduo.

        O cachalote é, provavelmente, o mais conhecido dentre os cetáceos, popularizado pelo livro Moby Dick, publicado pelo escritor norte-americano Herman Melville, em 1851. Possui como característica marcante o formato retangular da cabeça, desproporcionalmente maior que a mandíbula. Podem mergulhar a grandes profundidades, cerca de 2.000 metros no caso de grandes machos, para buscar suas presas, principalmente, as lulas gigantes, que podem chegar a 18 metros, considerando a cabeça e os tentáculos. A duração do mergulho pode durar mais de 45 minutos. Podem atingir 20 metros de comprimento, 38 toneladas e 50 anos de idade.

        As grandes baleias, geralmente, realizam migrações movidas por duas necessidades vitais da espécie: alimentação e reprodução. No verão, vão para os polos à procura do alimento abundante, acumulando grande quantidade de gordura em alguns meses. Com a chegada do inverno polar, as grandes baleias, geralmente, deslocam-se em direção ao Equador, em busca de águas mais quentes e de clima menos rigoroso, para o acasalamento e para criar seus filhotes. O período de amamentação dura, pelo menos, sete meses, com a mãe se dedicando integralmente ao filhote. O leite materno é muito nutritivo, rico em proteínas e calorias e um filhote de baleia-azul, que nasce com 5 toneladas, ingere quase 600 litros diários de leite, podendo dobrar seu peso em uma semana.

        Durante o período migratório e nas águas de reprodução e cria, as grandes baleias alimentam-se muito pouco. Como as estações do ano são invertidas nos dois hemisférios da Terra, as populações de baleias possuem períodos migratórios opostos e, como consequência, as baleias do Norte não se encontram com as baleias do Sul.

        A ordem Pinnipedia, grupo de mamíferos aquáticos que tem os quatro membros, com os dedos unidos por membranas, possui duas famílias na Antártica: a Otariidae, com 14 espécies, entre as quais os lobos-marinhos (focas-de-pêlo) e os leões-marinhos e a Phocidae, com 18 espécies em todo mundo, dentre as quais a foca-de-weddell e o elefante-marinho.

        Todos os pinípedes são altamente adaptados à vida aquática e, ao contrário dos cetáceos, necessitam retornar à terra ou ao gelo flutuante para descansar e procriar.

        O lobo-marinho ou foca-de-pêlo é o único representante da família Otariidae que habita a Antártica. Anda sobre as suas quatro nadadeiras, com o tórax levantado, balançando, mas é muito veloz mesmo sobre pedras e rochas. Tem orelhas pequenas, mas bem visíveis. Vivem em pequenos grupos familiares e atacam o homem enquanto têm cria.

        A família Phocidae possui cinco representantes na região antártica. Ocupam as praias continentais e ilhas subantárticas e, no inverno, distribuem-se sobre as banquisas, "pack-ice". Esses representantes são a foca-de-Weddell, a foca-leopardo, a foca-caranguejeira, a foca-de-Ross e o elefante-marinho e possuem mecanismos de alimentação diferentes.

        Já os elefantes-marinhos são caracterizados pelo seu tamanho. Um macho adulto, que possui uma espécie de tromba, chega a medir 6 metros de comprimento e pesar 4 toneladas. Passam a maior parte do inverno no mar e só retornam aos locais de acasalamento no começo de setembro. As fêmeas atingem até 3,5 metros e são atraídas pelos machos sexualmente maduros, que mantêm haréns de 5 a 30 fêmeas e lutam para defendê-las de outros machos. Os filhotes nascem em outubro e pesam de 40 a 50 quilogramas. Os elefantes-marinhos movem-se como lagartas, rastejando pelo chão. Na água, movem-se com agilidade e mergulham por longos períodos para se alimentar, principalmente, de lulas (75%) e peixes (25%).

FONTES: UFSM, Base de dados do Portal Brasil e "Os seres vivos".


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