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- Informações gerais -
Conjunto de competições esportivas do qual participam atletas de diversas
nacionalidades, reunidos a cada quatro anos em uma cidade-sede. É o maior e
mais prestigioso evento esportivo mundial, em disputa há mais de cem anos. A
bandeira olímpica representa essa união dos povos por meio do esporte
ostentando cinco anéis entrelaçados, com as cores que compunham as bandeiras
de todas as nações olímpicas do início do século (azul, amarelo, preto,
verde e vermelho).
De 15 de
setembro a 1º de outubro de 2000, as Olimpíadas, em sua 27ª versão, acontecem
em Sydney (Austrália), com a participação de aproximadamente 10.305 atletas,
em 34 modalidades. As próximas se realizarão em Atenas, de 13 a 29 de agosto
de 2004. As regras e o tipo de disputa dos torneios são fixados pelo Comitê Olímpico
Internacional (COI), com sede na Suíça.
Origem - Em cerca de 2500 a.C., os gregos
realizavam festivais esportivos em honra a Zeus no santuário de Olímpia – o
que originou o termo olimpíada. O evento era tão importante que interrompia até
as guerras. Os nomes dos vencedores das competições começam a ser registrados
a partir de 776 a.C. Participavam apenas os cidadãos livres, disputando provas
de atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (que incluía luta,
corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores
recebiam uma coroa de louros. Mais tarde, os atletas se profissionalizam e
passam a receber prêmios em dinheiro. As Olimpíadas perdem prestígio com o
domínio romano na Grécia, no século II a.C. Em 392, o imperador Teodósio I
converte-se ao cristianismo e proíbe todas as festas pagãs, inclusive as Olimpíadas.
Era Moderna - A versão moderna dos
festivais esportivos gregos é realizada, pela primeira vez, em 1896, em Atenas,
por iniciativa do francês Pierre de Fredy (1863-1937), o barão de Coubertin.
Participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, ciclismo,
esgrima, ginástica, halterofilismo, luta livre, natação e tênis. Os
vencedores são premiados com medalha de ouro e ramo de oliveira. Adota-se o
termo "olimpíadas", no plural, pois na competição cada modalidade
é encarada como uma olimpíada em separado. Nas Olimpíadas seguintes,
realizadas em Paris, em 1900, a falta de infra-estrutura e de divulgação
tornam os Jogos um fracasso. Em 1904, as Olimpíadas de Saint Louis chegam a
durar quase cinco meses.
Política e Esporte - Na era moderna, as
Olimpíadas servem de palco para manifestações políticas, apesar de seu
objetivo de promover a amizade entre os povos. Nas Olimpíadas de Berlim, em
1936, o chanceler alemão Adolf Hitler recusa-se a reconhecer as vitórias do
atleta norte-americano negro Jesse Owens, ganhador de quatro medalhas de ouro.
Nas Olimpíadas de Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino
Setembro Negro mata 11 atletas de Israel.
Até o fim da
Guerra Fria ocorrem vários boicotes às Olimpíadas por motivos políticos. Os
Estados Unidos (EUA), por exemplo, não participam dos Jogos de Moscou, em 1980,
em protesto contra a invasão do Afeganistão. Os soviéticos, por sua vez,
recusam-se a disputar as Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, alegando problemas
de segurança. Apenas em Barcelona (1992) a competição volta a contar com a
maioria dos países.
Jogos de Inverno - Versão das Olimpíadas
para esportes praticados sobre a neve, disputados, de quatro em quatro anos,
desde 1924. As modalidades são: biathlon (esqui aliado ao tiro ao alvo),
bobsledding (trenó na neve), patinação artística, patinação de velocidade,
esqui alpino, esqui nórdico, hóquei sobre gelo e tobogã. Recentemente houve
alteração em sua periodicidade: entre a edição de Albertville, França
(1992), e a de Lillehammer, Noruega, decorrem apenas dois anos.
Em 2002, a edição das Olimpíadas de Inverno
acontece entre os dias 8 e 24 de fevereiro, em Salt Lake City, EUA. Participam
mais de 80 países e 3.500 atletas. A Alemanha é a campeã ao conquistar 12
medalhas de ouro, 16 de prata e 7 de bronze. Os EUA ficam na segunda posição
no quadro final de medalhas com dez de ouro, 13 de prata e 11 de bronze. A
Noruega é a terceira com 11 medalhas de ouro, sete de prata e seis de bronze. O
Brasil vai com sua maior delegação da história: 11 atletas. A melhor colocação
é da equipe de bosleigh, que termina na 27ª colocação. A próxima edição
dos Jogos de Inverno está marcada para fevereiro de 2006 na cidade de Turim, Itália.
Jogos Olímpicos de 2000 -
As Olimpíadas
com o maior número de países e de modalidades esportivas (34), apresentam ao
mundo poucas revelações, em termos de atletas, e poucas surpresas nos
resultados. Os EUA se consagram como a maior potência olímpica destes Jogos e
também do século, enquanto a China surge como a mais nova força. O Brasil,
com 12 medalhas, não consegue repetir o bom desempenho de Atlanta, em 1996,
quando conquistou o maior número de medalhas na história de sua participação,
15 (três de ouro, três de prata e nove de bronze), e, pela primeira vez em 24
anos, não conquista nenhuma medalha de ouro. Torben Grael e Gustavo Borges
tornam-se os atletas brasileiros com o maior número de medalhas olímpicas:
quatro cada um.
Resultados do Brasil -
Com 66 medalhas (12
de ouro, 19 de prata e 35 de bronze), o Brasil ocupa a 38ª colocação no
ranking do COI. A primeira medalha de ouro foi de Guilherme Paraense, na prova
de tiro dos Jogos de Antuérpia (1920) – primeira participação do Brasil nas
Olimpíadas. Ademar Ferreira da Silva repete o feito no salto triplo, em 1952,
em Helsinque, e em 1956, em Melbourne. Um dos maiores momentos olímpicos do país
é a medalha de ouro no vôlei masculino, em Barcelona (1992), a primeira em
esportes coletivos. Em 1996, em Atlanta, o Brasil realiza sua melhor campanha,
com um total de 15 medalhas (três de ouro, três de prata e nove de bronze).
Durante os Jogos Olímpicos de Sydney, o Brasil conquista 12 medalhas (seis de
prata e seis de bronze) e termina na 51ª posição. Os resultados de alguns
esportes ( vôlei, vôlei de praia, futebol, hipismo, iatismo e natação) não
são os esperados e o país, depois de 24 anos, fica sem medalha de ouro em uma
Olimpíada.
A delegação brasileira em Sydney tem um total de 206 atletas, sendo 112 homens e 94 mulheres. O vôlei de praia é o esporte em que o Brasil mais conquista medalhas: três. No torneio masculino, a dupla Zé Marco e Ricardo, número 1 no ranking mundial, termina com o bronze. Entre as mulheres, Sandra Pires e Adriana Samuel ganham o bronze e Shelda e Adriana Behar, campeãs mundiais, ficam com a medalha de prata.
O judô e o iatismo, esportes em que o Brasil vem conquistando medalhas desde 1968, dão ao país quatro medalhas (duas de prata no judô; uma de prata e outra de bronze no iatismo). Carlos Honorato, na categoria médio, e Tiago Camilo, na categoria leve, conquistam a prata no judô. Robert Scheidt, medalha de ouro em Atlanta 1996 e tetracampeão mundial, fica com a prata na classe Laser do iatismo. A dupla Torben Grael e Marcelo Ferreira, da classe Star, conquistam a medalha de bronze depois de liderarem até a última regata da prova. Torben Grael, com a conquista, torna-se o brasileiro com o maior número de medalhas olímpicas ao lado de Gustavo Borges, da natação. Torben ganhou a prata em Los Angeles (1984), bronze em Seul (1988) e ouro em Atlanta (1996). Gustavo Borges, que ganhou a medalha de bronze em Sydney, foi prata em Barcelona (1992) e prata e bronze em Atlanta. Borges conquista a medalha nos Jogos Olímpicos da Austrália no revezamento 4 x 100 m. Participam também da equipe brasileira Fernando Scherer, Carlos Jayme e Edvaldo Silva Filho.
No atletismo, a equipe brasileira do revezamento 4 x 100 m rasos conquista a medalha de prata. O time de Sydney conta com Vicente Lima, Édson Ribeiro, André Silva e Claudinei Quirino, que terminou a prova.
No hipismo, a equipe brasileira de salto, formada por Álvaro Miranda Neto, André Johannpeter, Luiz Felipe de Azevedo e Rodrigo Pessoa, fica com a medalha de bronze.
Nos esportes coletivos, duas seleções femininas dão medalhas de bronze ao Brasil: a de basquete e a de vôlei. No futebol, esporte em que o Brasil nunca conquistou o ouro olímpico, a seleção brasileira é desclassificada pelo time de Camarões nas quartas-de-final. O resultado acarreta a demissão do técnico Wanderley Luxemburgo.
Em outros esportes, poucos brasileiros que não conquistaram medalhas conseguem se destacar. Eronildes Araújo, melhor brasileiro no ranking da Federação Internacional de Atletismo (54º lugar), chega na quinta posição na final dos 400 m com barreiras. Claudinei Quirino termina na sexta colocação na final dos 200 m, sua principal prova. Sanderlei Claro Parrela é o quarto colocado na final dos 400 m.
No boxe, o Brasil tem seis representantes. Mas apenas dois passam da primeira fase. Vlademir Pereira dos Santos e Kelson Carlos Santos, que são eliminados logo na próxima fase. Na canoagem, os brasileiros mais bem colocados são Carlos Campos e Sebastian Cauttrin, que vão às semifinais. No ciclismo, nenhum dos quatro brasileiros alcança posição melhor do que a 40ª.
No futebol feminino, a seleção volta a perder a medalha de bronze, como havia acontecido em Atlanta em 1996. Na ginástica, o Brasil obtém o melhor desempenho da história. Daniele Hypólito chega na 20º colocação geral na prova exercícios de combinação individual. No handebol, a seleção feminina fica no oitavo lugar. No levantamento de peso, o Brasil tem uma única representante, Maria Elizabete Jorge, de 43 anos, que não chega à final.
No nado sincronizado, as irmãs Carolina e Isabela Moraes conseguem uma vaga na
final e terminam na 12ª colocação. Na natação, o Brasil tem 13 atletas.
Entre eles, só Rogério Romero consegue chegar à final de provas individuais.
Rogério disputa a prova dos 200 m nado costas e chega na sétima colocação.
No remo, nos saltos ornamentais, no taekwondo, no tiro ao alvo, no triatlo e no
tênis de mesa nenhum brasileiro consegue obter um resultado que levasse o país
à disputa de medalha. No tênis, a maior esperança de medalha do Brasil,
Gustavo Kuerten, o Guga, perde para o russo Yevgeny Kafelnikov nas
quartas-de-final.
Destaques internacionais em 2000 -
Nenhum
esporte revelou tantos astros quanto a natação nos Jogos Olímpicos de Sydney.
A briga por medalhas nas provas masculinas e femininas foi uma das mais
emocionantes do evento. O australiano Ian Thorpe, de 17 anos, ganha três
medalhas de ouro (400 m, 4 x 100 m e 4 x 200 m) e uma de prata (200 m) e
desponta como a grande sensação dos Jogos nos primeiros dias, mas logo é
superado pelo holandês Pieter van den Hoogenband, ouro nos 100 m e 200 m e
bronze nos 50 m. A holandesa Inge de Bruijn brilha também em Sydney e ganha o
ouro nas provas dos 50 m e 100 m rasos e 100 m nado borboleta. Além de uma
prata no revezamento 4 x 100 m.
No atletismo, nenhum recorde mundial é quebrado e apenas sete atletas batem recordes olímpicos: Noah Ngeny, do Quênia, que completa a prova dos 1 500 m rasos em 3min32s07; Gabriela Szabo, da Romênia, na prova dos 5 000 m (14min40s79); Derartu Tulu, da Etiópia, nos 10 000 m (30min17s49); Jan Zelezny, da República Checa, no arremesso de dardo (90,17 m); Stacy Dragila, dos EUA Unidos, no salto com vara (4,60 m), Trine Hattestad, da Noruega, no arremesso de dardo (68,91 m); e Kamila Skolimowska, da Polônia, no arremesso de martelo (71,16 m). Três norte-americanos destacam-se em Sydney: Maurice Greene, ouro nos 100 m rasos e no revezamento 4 x 100 m; Michael Johnson, ouro nos 400 m e no revezamento 4 x 400 m; e Marion Jones, ouro nos 100 m, 200 m e no revezamento 4 x 400 m, e prata no revezamento 4 x 100 m e no salto em distância. O grego Konstantinos Kenteris vence a prova dos 200 m e é uma das raras surpresas dos Jogos. Outro atleta de destaque é o polonês Robert Korzeniowski, ouro na marcha atlética 20 km e 50 km.
Na ginástica, o russo Alexei Nemov é o grande astro. Ele conquista duas medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze. A equipe de exercícios combinados de ginástica artística da Romênia volta a ser campeã olímpica. O último título havia sido em 1984, em Los Angeles. Na canoagem, o norueguês Knut Holmann é ouro em duas provas K1 500 m e K1 1000 m no caiaque simples. No ciclismo, a holandesa Leontien Zijlaard conquista três medalhas de ouro. No tênis, a norte-americana Venus Williams vence o torneio de simples e também o de duplas, ao lado da irmã Serena Williams.
Nos esportes coletivos, os EUA confirmam sua hegemonia no basquete e ficam com
as medalhas de ouro nos torneios masculino e feminino. A equipe masculina, no
entanto, fica devendo boas apresentações e perde a fama de time imbatível.
Nas semifinais, vence a Lituânia por 85 a 83 depois de chegar a estar perdendo.
No vôlei masculino, a Iugoslávia despacha favoritos, como Holanda, Itália e Rússia,
e fica com a medalha de ouro. No feminino, Cuba, campeã mundial, volta a ganhar
um torneio olímpico. No futebol, a seleção de Camarões elimina o Brasil e
ganha a medalha de ouro vencendo a Espanha na final. É o segundo título
consecutivo de uma seleção africana em Olimpíadas.
FONTES: BASE
DE DADOS DO PORTAL BRASIL E EDITORA
ABRIL
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