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- CINEMA -
(Crítica - Dezembro / 2002)

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Dicas da semana:
(Período de 28/12/02 - 03/01/2003) 

2002/2003 - Um ano que vem confirmando a média dos últimos anos da produção cinematográfica mundial e nacional, em que a cinematografia americana vai perdendo respaldo em diferentes frentes e raros são os filmes americanos, mesmo independentes, que surpreendem e conquistam o gosto mundial, deixando os donos da máquina do cinema restritos aos seus filmes arrasa-quarteirões.

          Um ano para reforçar o crescimento da cinematografia latina, especialmente argentina, brasileira e mexicana, que a cada ano colocam mais produtos interessantes e nessa safra trouxeram “O Crime do Padre Amaro”, “O Filho da Noiva”.

          Um número maior de filmes nacionais interessantes e variados e que, se não houver nova paralisação da produção nacional, se apresentam a todos os públicos e gostos com destaques para os reconhecidos internacionalmente “Cidade de Deus” “Madame Satã” e “O Invasor”, o divertido “Houve uma vez dois verões” e os interessantes “Latitude Zero” e “Abril Despedaçado”.

          Foi o ano da confirmação internacional de Pedro Almodovar e seu ótimo “Fale com Ela” que vem arrebatando prêmios da crítica especializada ao redor do mundo, repetindo o efeito do seu não menos interessante “Tudo sobre minha mãe”.

          Outra constante ao longo de 2002 foram as decepções que alguns filmes trouxeram : a terrível continuação de “Homens de Preto”, o péssimo filme e uma das piores interpretações da história do cinema nacional em “A Paixão de Jacobina" e, apesar de não se poder chamar de decepção total, “Xuxa e os Duendes 2”, que conseguiu ser ainda mais pobre em idéias que seu irmão primeiro.

          As estréias do ano novo já começam com o interessante “O Senhor dos Anéis II - As Duas Torres”, que perde o frescor da novidade e ainda não tem sua conclusão, mas que arrecadou aficionados sedentos de sua história que não perderam o episódio.

          Outra expectativa é a saga de Martin Scorsese “Gangues de Nova York” que narra a gênese da cidade americana e que tem Daniel Day Lewis numa volta soberba aos grandes filmes, além da cada vez melhor Cameron Diaz e Leonardo di Caprio, voltando a ser o bom ator pré-Titanic.

           “Chicago” é um filme para americano ver, ainda que recheado de boa música e tendo o dna do gênio Bob Fosse, seu elenco também atrai Renee Zellwegger, Catherine Zeta Jones e Richard Gere que lideram um elenco milionário.

          Em 2003 teremos a versão de Roberto Benigni para o clássico “Pinochio”, veremos a elogiada estréia cinematográfica do rapper Eminem em “8 Miles” e a ótima estréia de Denzel Washignton na direção em “Antwwone Fisher”

          O cinema nacional trará o esperado “Deus é Brasileiro” de Carlos Diegues, que tem em Antônio Fagundes o seu genial protagonista, a provável estréia do filme de Walter Salles sobre Che Guevara e provavelmente uma ou outra surpresa que a safra nacional de filmes, sempre que em quantidade, sempre traz, renovando o quadro de realizadores nacionais.

          No mais a coluna deseja a todos um Feliz 2003! Muita Felicidade e bons filmes para nós!

                                                                                                                                                        Lourival Sobral


Dicas da semana:
(Período de 21/12/02 - 27/12/2002) 

2002 – Um ano que fizemos cinema

            Um ano em que os efeitos dos atentados aos Estados Unidos fizeram eco no mundo todo, bem como as cinematografias de cada parte do mundo parecem ter ganhado maior peso, tendo respaldo que o público ao longo dos anos lhes negava.

            Um ano em que o Brasil, afetado pela crise econômica que impediu que chegassem rapidamente, ou mesmo chegassem, alguns dos mais comentados filmes que foram mostrados no circuito dos festivais internacionais, mas que se destacou tanto pela variedade de produções nacionais como pela a boa aceitação do cinema latino americano, especialmente os mexicanos e argentinos.

            Vai aqui uma seleção de alguns dos  melhores filmes do ano:

Filme Internacionais

1- A Professora de Piano, de Michael Haneke
2- Assassinato em Gosford Park, de Robert Altman
3- Pi, de Darren Aronofsky
4- Terra de Ninguém, de Boris Tanovuc
5- Walking Life, de Richard Linklater
6- O Homem que não estava lá, de Joel Coen
7- Cidade dos Sonhos, de David Lynch
8- Crupiê - A vida em Jogo, de Mike Hodges
9- Um Amor de Borges, de Javian Torre
10- O Quarto do Filho, de Nanni Moretti

Diretor: Robert Altman (Assassinato em Gosford Park)
Ator: Russell Crowe (Uma Mente Brilhante)
Atriz: Isabelle Hupert (A Professora de Piano) e Margherita Buy (Um amor quase perfeito)
Ator Coadjuvante: ALain Chabat (O Gosto dos Outros)
Atriz Coadjuvante: PIlar Bardem (Pantaleão e as Visitadoras) e Virginie Ledoyen (8 Mulheres)

Filmes Nacionais

1- Madame Satã, de Karim Anouiz
2- Edifício Master, de Eduardo Coutinho
3- Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund
4- O Invasor, de Beto Brant
5- Janela da Alma, de João Jardim e Walter Carvalho

Direção: Beto Brant (O Invasor)
Ator: Lázaro Ramos (Madame Satã)
Atriz: Debora Duboc (Latitude Zero) e Sabina Greve (Uma vida em Segredo)
Ator Coadjuvante: José Dumont (Abril Despedaçado)
Atriz Coadjuvante: Guta Stresser (Bellini e a Esfinge) e Eliane Giardini (Uma Vida em Segredo).

                                                                                                                                                           Lourival Sobral


Dicas da semana:
(Período de 14/12/02 - 20/12/2002)

Harry Potter e a Câmara Secreta (Harry Potter and the Chamber of Secrets), de Chris Columbus 2002 - A adaptação da segunda aventura do bruxinho Harry Potter chega ao cinema e mantém a grife ligada aos personagens faturando ao redor do mundo e, de quebra, ainda traz algumas modificações interessantes no formato do filme.

            Em meio a vida na escola de bruxarias de Hogwarts, descobre-se que a Câmara Secreta onde o fundador de Sonserina havia encerrado um monstro foi novamente aberta e agora os bruxos que não têm sangue puro correm grandes riscos.

            A trama conduz sempre para o confronto entre as casas de Grifinória e Sonserina, Potter e Voldemort e em pincelar o universo dos bruxos, detalhe esse que torna algumas seqüências deliciosas de se assistir por seus efeitos e, até, conceitos interessantes.

            O diretor Columbus não precisou mais apresentar Potter ao público não iniciado em seus livros, ficando somente com uma história que acontece no cenário de Hogwarts, um filme que é se desenvolve lento, mas com interessantes seqüências de ação.

            O roteiro perde o encantamento da apresentação do mundo bruxo e deixa mais explícita a debilidade de sua trama que, embora recheada de detalhes interessantes, é frouxa e insatisfatória, deixando um ar de frustração, mas sempre sendo fiel aos livros da autora J. K. Rowling.

            O elenco juvenil evoluiu muito do primeiro para este filme, o trio de protagonista (Daniel Redcliff, Rupert Grint e Emma Thompson) se tornaram bons atores e já interagem bem com os veteranos talentosos que os cercam, especialmente Maggie Smith, o recém-falecido Richard Harris e Kenneth Branagh, que rouba suas cenas como o valente bruxo canastrão Gilderoy Lockhart.

            Um filme que é sinal de diversão e tem seu público cativo, mas que parece ter pouco fôlego cinematográfico sem ter a mágica dos bruxos para envernizar e lustrar sua história repleta de furos e sem grande potencial dramático. Um filme evento!

Cotação: ***

                                                                                                                                                           Lourival Sobral


Dicas da semana:
(Período de 07/12/02 - 13/12/2002)

Casamento Grego (My Big Fat Greek Wedding), de Joel Zwick 2002 - De tempos em tempos algum filme toma o coração do público americano sem que toda a lógica mercadológica possa explicar. São filmes de baixo orçamento, com atores relativamente desconhecidos e que, várias vezes, tem um padrinho famoso que o produz ou, ao menos, se enfeitiçou pelo filme.

            “O Casamento Grego” encantou o casal Tom Hanks e Rita Wilson em sua origem teatral e eles resolveram produzir esse pequeno filme, mantendo como protagonista/roteirista, a boa comediante Nia Vardalos.

        Vardalos vive Toula, a moça de meia-idade e de origem grega que já é considerado um caso perdido por sua família, visto já ter passado em muito a idade de casar, função primordial da mulher grega.

        O filme narra a transformação de Toula em uma mulher moderna, estudada e decidida, seu romance com o extremamente americano Ian Miller (John Corbertt), o processo de inclusão deste na família grega e o tão falado casamento do título.

        Um roteiro simples, com piadas simples e que serve a paladares que buscam a diversão leve, conseguindo soluções dramáticas no exato tom do que é proposto no filme, ainda que no fundo comporte uma leitura um tanto rançosa da cultura grega e dos hábitos do seu povo.

        O elenco todo está num mesmo tom, meio que tomados por uma carga elétrica coletiva, que vai agradar ou desagradar na mesma medida e, Vardalos, consegue carregar nessa linha sua Toula, fazendo o melhor de um roteiro que conhecia a fundo.

        O diretor Joel Zwick é burocrático, simplesmente se põe a serviço do roteiro e se contenta em contar a simplória história, pecando apenas nos cortes um tanto bruscos em algumas cenas, nitidamente confundindo ritmo ágil com cortes a esmo.

        Um filme divertido e simples, que se pretende justamente isso - ser divertido e simples. Fica um pouco prejudicado por parecer que sempre estão a contar uma mesma piada apenas situando diferente a mesma blague.

Cotação: ***

                                                                                                                                                Lourival Sobral


Dicas da semana:
(Período de 01/12/02 - 06/12/2002)

Madame Satã, de Karim Ainouz - Um filme que narra a trajetória de João Francisco dos Santos, que ficou conhecido como “Madame Satã”, malandro famoso da Lapa, homossexual assumido, capoeirista de primeira, que variava suas emoções e atitudes num amplo espectro de possibilidades humanas.

        Lazáro Ramos realiza um tour de force raro na história do cinema mundial, compõe seu personagem com força as vezes em que precisa de força e leveza, quando na direção oposta ele lhe exige. O ator magnetiza a tela ocupando-o em praticamente todas os momentos e realiza com perfeição seqüências difíceis como as cenas de show de transformismo e as cenas de sexo.

        A produção do filme se esmera na reconstituição, ainda que com alguns pecados de direção de arte, e realiza um filme que sabe usar o poderio e as possibilidades do cinema e tem no elenco, extremamente bem escolhido, o ponto forte, com destaques para a ótima Marcélia Cartaxo (a prostituta Laurita), Renata Sorrah (a atriz Vitória) e Flavio Bauraqui (Tabu).

        O diretor Ainouz, em seu primeiro filme de longa metragem, ousa na montagem, mas se submete ao desempenho de Lázaro Ramos, deixando que o próprio Madame Satã tome o controle do filme e conte sua história, realizando um filme de ator.

        Um dos melhores filmes da retomada do cinema brasileiro, com um ator em momento sublime, mas que com um tema que pode afastar uma parcela do público, pois o filme traz questões difíceis para alguns paladares cinematográficos, mas não impede ninguém de usufruir dele.

Cotação: **** ½

Houve uma vez dois verões, de Jorge Furtado, 2002 - Um filme de praia gaúcho. Essa é a grande definição da interessante estréia de Jorge Furtado (do premiado “Ilha das Flores”, um filme daquelas histórias que se passam na praia do Cassino, a maior do mundo.

        Dois adolescentes de férias no balneário gaúcho: Chico (André Arteche) conhece Roza (Ana Maria Maineri, que vai ficando cada vez mais bonita ao longo do filme) e com ela perde a virgindade e acabam num gato e rato que dura uma temporada inteira, sempre com os comentários sarcásticos de Juca (Pedro Furtado), melhor amigo de Pedro.

        O texto e ritmos lembram os das boas produções televisivas do núcleo de Guel Arraes na Rede Globo, mas está uma escala acima, pela quase sinceridade e ar gaúcho que cercam o filme, seja nas ambientações como na ótima trilha sonora.

        Furtado se encarrega de um filme para o grande público gaúcho, agradável, gostoso de assistir, um achado para aqueles que tiverem a oportunidade de assisti-lo.

Cotação: *** ½

                                                                                                                                                          Lourival Sobral


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