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- CINEMA -
(Crítica - Dezembro / 2003)

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Novembro/03


Dicas da semana:
(Período de 28.12.2003 à 31.12.2003)

            Segunda-Feira ao Sol (Lunes ao Sol), de Fernando León de Aranoa - O mundo não entendeu quando o maravilhoso filme de Pedro Almodovar “Fale com Ela” não foi indicado como representante oficial de seu país aos prêmios do Oscar, sendo substituído por esse “Segunda-Feira ao Sol”, vencedor de inúmeros prêmios no Festival de San Sebastian. 

            Um filme sincero que narra a história de três desempregados espanhóis que, por força de fechamento do estaleiro em que trabalhavam, buscam reencontrar um novo caminha de vida e ruminam os dramas pessoais que parecem aflorar nos momentos de crise.

            Javier Bardem, mais uma vez brilhante, vive Santa que busca em pequenos bicos o mínimo de renda que o mantenha vivendo e responde um processo simbólico movido pelo estaleiro ao ter quebrado uma luminária durante os protestos pelo fechamento da empresa.

            José (Luis Tovar) é sustentado pela esposa e, aos poucos, vai percebendo que a única coisa que o move - o seu casamento - está indo por água abaixo, refletindo a impossibilidade de lidar com as emoções quando a auto-estima já não existe.

            Lino (José Angel Egido) está na meia-idade e não encontra condições do mercado de trabalho absorvê-lo já que não responde às exigências mínimas de manuseio de tecnologia da informática, num mercado em que se começar após aos quarenta anos é fechado.

            Pequenos dramas sem grandes soluções com os personagens secundários que interagem e empurram os protagonistas para confrontação de seus dramas pessoais: a adolescente que mexe com masculinidade de Santa, o senhor que perdeu a esperança de reencontrar a esposa, a demonstradora de supermercado viúva com um bebezinho, etc... cada ingrediente tempera os dramas que são mostrados na tela.

            O diretor Aranoa demonstra enorme talento na condução da trama, repete seu brilhante trabalho de caracterização social de seu hit  “Nos Guetos de Madri (Barrio), fazendo luz a uma Espanha pouco vista, dando voz aos desvalidos sociais de uma Europa que se apresenta paradisíaca, especialmente para aqueles que nela nasceram e que não têm qualquer vinculação com aqueles países ditos de terceiro mundo.

            Um grandioso filme, vencedor de inúmeros prêmios internacionais, com elenco inspiradíssimo e um roteiro revelador de uma Espanha que não conhecemos, com pobreza e sem grandes expectativas, mas com um grande caráter humano que salta das telas para a audiência, revelando um talento de seu diretor que mereceria maior respeito no mundo.

            Ah! E quanto a exclusão de “Fale com Ela”... Duas obras-primas não se medem!!

Cotação: **** ½

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 21.12.2003 à 27.12.2003)

Sobre Meninos e Lobos (Mystic River), de Clint Eastwood - Clint Eastwood tenta mais uma vez transformar um clássico moderno da literatura americana, “Mystic River” de Dennis Lehane, em obra-prima . Desta vez melhor sorte lhe assistiu, realmente “Sobre Meninos e Lobos” é um filme para ficar na história do cinema americano.

            Três amigos (Sean, Dave e Jimmy) brincavam na rua quando um Dave é levado por dois pedófilos e ficou em poder deles durante quatro dias. Um episódio que vai se voltar a tona anos depois quando a filha mais velha de Jimmy (Sean Penn) é assassinada com requintes de perversidade.

            O roteiro do filme envolve o espectador segundo a segundo, o que se apresenta simplista vai sendo destrinchado e a trama acaba numa complexidade de envolvimento entre os personagens que jamais se poderia imaginar no início do filme.

            Um elenco brilhante capitaneado por um Sean Penn, longe de suas melhores atuações ( “I am Sam”, “Hurlyburly”, “Poucas e Boas”, “Os Últimos passos de um Homem”), mas que provavelmente merecerá receber as premiações que já lhe começam a chegar. No mais, Kevin Bacon e Laurence Fishburne compõe a dupla de policiais com a perfeição da escola americana.

            Destaque para Tim Robbins que rouba o filme do início ao fim, vivendo Dave, o menino traumatizado na maturidade, com uma interpretação rica em detalhes, uma composição rica e uma capacidade de demonstrar as mais diversas emoções pouco vistas no cinema atual.

            No elenco feminino, Marcia Gay Harden tem mais uma elogiável interpretação, como a esposa atormentada de Dave que desconfia de sua culpa e Laura Linney que aparece pouco, mas que tem duas cenas que valem sua presença no filme, especialmente na sequência final, em que sua personagem apática revela-se uma verdadeira Lady Macbeth.

            Provavelmente, um dos cinco melhores filmes do ano, um filme que explicita a possibilidade de se fazer bom cinema apenas com uma boa história, sem maiores vôos estéticos, temáticos e sem qualquer viés político, uma boa trama, o excepcional elenco e um diretor num de seus melhores dias - Um clássico.

Cotação: **** ½ 

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 14.12.2003 à 20.12.2003)

Meu Pequeno Negócio (Ma Petite Enterprise), de Pierre Jolivet, 1999, França - Uma típica comédia francesa com toques policiais, um veículo para o galã Vincent Lindon, essa é a síntese dessa peça cinematográfica.

            Um roteiro simples que narra um golpe de um dono de mercearia que pretende fraudar uma corretora de seguros e que leva as mais variadas confusões, algumas pouco críveis, mas que provocam alguma gargalhada no público.

            Um bom exemplo de como se pode fazer cinema para consumo, sem preocupação outra que não colocar na praça um produto de razoável qualidade.

Cotação: ** ½

Molloch, de Alexander Sokurov, 1999 - Filme premiado com a Palma de Ouro de Melhor Roteiro, narra um final de semana nas montanhas de Adolf Hitler e Eva Braun em pleno 1942, em que não se falava de guerra.

            Um interessante tratamento sobre o casal, o relacionamento repleto de nuances que refletem de certa forma a realidade política mundial à época, mas que não se afastam muito de inúmeros casais que conhecemos.

            Um brilhante desempenho de Elena Rufanova, que preenche o silêncio com sua presença forte que consegue traçar linhas duras em sua personagem que está encarcerada numa vida que talvez não lhe fosse a preferida.

            Um filme incômodo, de ritmo lento, mas que pode agradar aquele espectador que esteja atento e disposto a uma obra repleta em detalhes e que da cenografia ás menores sequências sugerem questionamentos e conceitos que fogem a sua mera encenação.

Cotação: *** ½ 

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 07.12.2003 à 13.12.2003)

Um Duende em Nova York (Elf), de Jon Favreau, 2003 - Um daqueles filmes de Natal feito ao gosto do público americano, em que permite-se certa dose de comédia e um tom lacrimejante que conduz a um final feliz.

            A história de uma criança que acidentalmente é criada por Papai Noel e quando conhece seus verdadeiros familiares, descobre que é um grupo de picaretas, enquadra-se à perfeição na fórmula natalina de filme para toda a família.

            O diretor/ator Jon Favreau (Pete, o milionário apaixonado por Monica de “Friends) conduz a fita de forma burocrática e não consegue emprestar maior emoção ou criatividade a um roteiro oco e sem maior concisão em suas idéias.

Cotação: * ½

Spider, de David Cronenberg, 2002 - A história de Spider (Ralph Fiennes) que após voltar a sua terra natal vai descortinando sua memória e percebendo o porquê de sua internação em instituições para doentes mentais.

            Mais um brilhante trabalho de David Cronenberg de “Gêmeos - Mórbida Semelhança” e “Mistérios e Paixões” que consegue manter o clima de farsa e fantasia, sem que a realidade esteja plenamente estabelecida para o espectador, confundindo os sentimentos de seu personagem central que vai se deixando mostrar fotograma a fotograma.

            Apoiado em brilhantes atuações de Fiennes e da ótima Miranda Richardson, um filme que é uma experiência que talvez cause um “quê” de aversão em boa parte do público, é um drama pesado, com muito silêncio, extremamente reflexivo, com cenas que nunca são fáceis.

            Um bom exemplo de cinema que carrega nas tintas da emoção de sua temática, com cenas que podem chocar, mas que envolve aqueles que conseguem penetrar no espírito do filme.

Cotação: *** ½

A Febre do Loco (La Fiebre del Loco), de Andrés Wood, 2001 - Um raro filme chileno lançado no Brasil, uma trama simples que tem como premissa a pesca de “loco” marisco existente numa pequena faixa do oceano pacífico e que só pode ser pescado durante uma pequena estação.

            Um golpe quase perfeito, uma pequena vila de pescadores chilenos, um ônibus cheio de prostitutas decadentes, ingredientes de um filme que tem na emoção daqueles que estão isolados da civilização sua matéria prima.

            Destaque para beleza madura da Tamara Acosta que constrói sua personagem, uma dona de restaurante que reencontra o grande amor de sua vida, com uma riqueza de detalhes e emoções raramente vista no cinema atual, tão sujeito à emoções fáceis e superficiais.

            Um  exemplo de que o cinema latino americano, puxado por México, Brasil e Argentina tem muito a oferecer à cinematografia mundial, desde que apresente um mínimo de qualidade técnica que tenha realizadores preocupados em contar boas histórias.

Cotação: ***

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 01.12.2003 à 06.12.2003)

American Pie – O Casamento (American Wedding), de Jesse Dylan, 2003 - Quando estreou o primeiro dos três filmes da série “American Pie”, sobravam piadas de gosto duvidoso e humor canhestro, mas que fizeram grande sucesso entre os americanos e os habitantes do planeta terra em geral.

            Nesse terceiro produto da série, vemos as mesmas piadas infames, gags visuais de pouca criatividade e um roteiro que não prima pela lógica e concisão. Uma continuação das aventuras dos jovens que após os anos na faculdade vão se casar.

            De bom apenas o nítido amadurecimento do protagonista Jason Biggs que já conta no currículo uma série de comédias ligeiras e até um personagem protagonista de um filme de Woody Allen e o sempre ótimo Eugene Levy,  que sedimentou uma ótima carreira como roteirista/ator/produtor após encarnar o constrangido pai de Jim.

            Uma comédia para tardes de férias de verão e para comer pipoca numa noite de chuva, nada demais, uma continuação que oferece mais do mesmo ao seu público que, via de regra, não espera mesmo mais do que lhe é ofertado.

Cotação: * ½

Alma de Herói (Seabiscuit), de Gary Ross, 2003 - O primeiro filme da safra “oscarizável” a estrear no Brasil, mostrando a história do cavalinho azarão que fez sucesso em páreos americanos.

            Um filme com “moral da história”, ótimos desempenhos, roteiro simples e enxuto, feito para lágrimas e sorrisos, numa fórmula que raramente dá errado.

            Tobey Maguire (o “Homem Aranha”) vive o jóquei que consegue sucesso com o “Seabiscuit”, o cavalo que dá nome ao filme; ainda no elenco os sempre premiáveis Chris Cooper, Jeff Bridges e William H. Macy todos em desempenhos que valem a ida ao cinema.

            Um ótimo filme para toda a família, diversão e emoção garantidas, a boa e velha fórmula do cinemão tradicional americano.

Cotação: ***

Lourival Sobral             


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