Um filme simples que tem como premissa a conseqüência das escolhas juvenis e o futuro e possibilidade de resgate que há muito pareciam esquecidos na memória. A alegria e as descobertas dos três garotos e a confrontação com a situação no momento no presente, servem para que Jefferson amoleça seu coração e possa conviver com escolhas do irmão e do amigo que não lhe pareciam corretas.

            O forte da narrativa está no ótimo trabalho da dupla de atores centrais, ambos conseguem dar o tom correto a seus personagens, numa trama em que alguns episódios parecem forçados demais para forjar emoções, perdendo em verossimilhança e linearidade da trama.

            O estreante diretor Ricardo Elias consegue excelente resultado de um roteiro que parecia destinado a um curta-metragem, com orçamento apertado. Imprimiu um tom de agilidade à trama, embora o excesso de closes, por vezes, incomoda na tela grande.

            Merece a pena assistir esse vencedor do Festival de Cinema de Gramado de 2003 que, com atraso, vem aos cinemas nacionais e demonstra a variedade de temas que caracteriza a fase atual do cinema nacional e que precisa de pequenos e bons filmes que sirvam à ocupar as telas brasileiras.