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Política -
16.12.2004
I N T E L I G Ê N C I A
P O L Í T I C A
A História de Israel e a Saga do Povo JUDEU
Por Marcílio Novaes Maxxon
Conselheiro do Congresso Nacional
SALMO 122
(Cântico das Subidas. De Davi)
1 Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR!
2 Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém.
3 Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida,
4 aonde sobem as tribos, as tribos do SENHOR, como testemunho de
Israel,
para darem graças ao nome do SENHOR,
5 pois ali estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi.
6 Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão aqueles que te amam.
7 Haja paz dentro de teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios.
8 Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: haja paz em ti!
9 Por causa da Casa do SENHOR, nosso Deus, buscarei o teu bem.
HISTÓRIA DE ISRAEL E O SEU CONTEÚDO SAGRADO
Muitas vezes chego a pensar que todos os cidadãos no mundo tem descendência
judaica de alguma forma ou em algum ponto da sua árvore genealógica. A
história do povo judeu, desde quando se instalaram (onde hoje é Israel) e
após as sucessivas tentativas de expulsão desta terra e tentativas de
extinção deste povo, demonstra a história claramente que foram obrigados a
emigrar a vários lugares do mundo e, consequentemente, se mesclando com
outros povos na tentativa de sobreviver. Se até o povo islâmico descende de
Abraão (o patriarca do judaismo), se Jesus Cristo foi um judeu e se até
existem estudos que o povo japonês aparenta ser a descendência de uma das
tribos perdidas de Israel, quanto mais nos aprofundamos no assunto das
migrações mundiais, podemos concluir que, muito provavelmente, todos ou
quase todos no mundo tem um pézinho lá no judaismo.
A arqueologia em Israel contribuiu muito para a compreensão dos laços entre
o passado e o presente do país, revelando milhares de anos de história em
cerca de 3.500 sítios arqueológicos. Para se construir um prédio em Israel,
a construtora é obrigada a cavar primeiro um mínimo de 30 metros abaixo do
solo para verificar se há algum outro vestígio do passado antes de construir
qualquer coisa nova. Se acham alguma coisa, imediatamente é chamada a equipe
de arqueologia para averiguar de forma profissional o valor do objeto
encontrado e, dependendo do veredicto, o prédio é ou não construído no
local. Se for determinado que ali existe mais uma prova arqueológica
importante, não haverá nenhuma construção nova naquele determinado local.
Muitos dos achados refletem a longa conexão do povo judeu com a Terra de
Israel, como os estábulos do Rei Salomão em Meguido (Vale de Jezreel), as
casas do período israelita na Cidade de David (Jerusalém), os banhos rituais
em Massada, numerosas sinagogas e os pergaminhos do Mar Morto, que contêm a
mais antiga cópia existente do Livro de Isaías em escrita hebraica, ainda
legível. É inegável a presença marcante dos que foram donos, de fato e de
direito, da terra que é hoje Israel.
Sites de arqueologia de Israel (inglês):
http://www.hum.huji.ac.il/dinur/links/Archaeology.htm
http://www.archpark.org.il
O povo judeu nasceu na Terra de Israel (Eretz Israel). Nela transcorreu uma
etapa significativa de sua longa história, cujo primeiro milênio está
registrado na Bíblia; nela se formou sua identidade cultural, religiosa e
nacional; e nela se manteve ininterrupta, através dos séculos, sua presença
física, mesmo depois do exílio forçado da maioria do povo. Durante os longos
anos de dispersão, o povo judeu jamais rompeu ou esqueceu sua ligação com
sua terra. Com o estabelecimento do Estado de Israel, em 1948, foi
recuperada a independência judaica, perdida 2.000 anos antes.
Mas, vamos à história:
Tempos bíblicos
Os patriarcas
A história judaica começou há mais ou menos 4.000 anos (no séc. XVII A.C.) -
com o patriarca Abraão, seu filho Isaac e seu neto Jacob. Documentos
encontrados na Mesopotâmia, que datam de 2.000 -1.500 a.C., confirmam
aspectos de sua vida nômade, tal como a Bíblia descreve. O Livro do Gênese
relata como Abraão foi conclamado a abandonar a Caldéia, e ir para Canaã,
para iniciar a formação do povo com a fé no Deus Único. Quando Canaã foi
assolada pela fome, Jacob (Israel), seus doze filhos e suas famílias
estabeleceram-se no Egito, onde seus descendentes foram reduzidos à
escravidão e sujeitos a trabalhos forçados.
O Êxodo e o Assentamento
Após 400 anos de servidão, os israelitas foram conduzidos à liberdade por
Moisés que, segundo a narrativa bíblica, foi escolhido por Deus para tirar
seu povo do Egito e retornar à Terra de Israel, prometida a seus
antepassados (séc. XIII-XII A.C.). Durante 40 anos eles vagaram no deserto
do Sinai, tornando-se uma nação; lá receberam a Torá (o Pentateuco), que
inclui os Dez Mandamentos e deram forma e conteúdo à sua fé monoteísta. O
êxodo do Egito (em 1300 A.C.) deixou uma marca indelével na memória nacional
do povo judeu, e tornou-se um símbolo universal de liberdade e
independência. Até hoje, como tradição, os judeus celebram todos os anos as
festas de Pessach (a Páscoa judaica), Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Festa
dos Tabernáculos), relembrando os eventos ocorridos naquela época.
Durante os dois séculos que se seguiram, os israelitas conquistaram a maior
parte da Terra de Israel e renunciaram à sua vida nômade, tornando-se
agricultores e artesãos; seguiu-se uma fase de consolidação social e
econômica. Períodos de relativa paz se alternavam com tempos de guerra,
durante os quais o povo se unia em torno de líderes conhecidos como
"Juízes", escolhidos por suas habilidades políticas e militares, e
por suas
qualidades de liderança. A fraqueza inerente à essa organização tribal, face
à ameaça constituída pelos filisteus (povo navegante da Ásia Menor que havia
se estabelecido na costa mediterrânea do país) gerou a necessidade de um
chefe que unisse as tribos e mantivesse a liderança de modo permanente, com
sucessão hereditária.
A Monarquia
O reinado do primeiro rei, Saul (em 1020 A.C.) permitiu a transição entre
esta organização tribal já frouxa e o pleno estabelecimento da monarquia,
sob David, seu sucessor.
O Rei David (1004-965 A.C.) fez de Israel uma das potências da região
através de bem sucedidas expedições militares, entre as quais a derrota
final dos filisteus, assim como por alianças políticas com os reinos
vizinhos. Conseqüentemente, sua autoridade foi reconhecida desde as
fronteiras com o Egito e o Mar Vermelho até as margens do Eufrates. Internamente, ele unificou as doze tribos israelitas num só reino e
estabeleceu sua capital, Jerusalém, e a monarquia, no centro da vida
nacional. A tradição bíblica descreve David como poeta e músico, e os versos
do Livro dos Salmos lhe são atribuídos.
David foi sucedido por seu filho Salomão (965-930 A.C.), que consolidou mais
ainda o reino. Através de tratados com os reis vizinhos, reforçados por
casamentos políticos, Salomão garantiu a paz para seu reino, tornando-o uma
das grandes potências da época. Ele expandiu o comércio exterior e promoveu
a prosperidade doméstica, desenvolvendo grandes empreendimentos, tais como
mineração do cobre e fundição de metais; construiu novas cidades e
fortificou as que tinham importância estratégica e econômica. O auge de sua
realização foi a construção do Templo de Jerusalém, que se tornou o centro
da vida nacional e religiosa do povo judeu, até os dias de hoje. A Bíblia
atribui a Salomão o Livro dos Provérbios e o Cântico dos Cânticos.
Os Profetas
Os Profetas, pensadores religiosos e figuras carismáticas, considerados como
dotados do dom divino de revelação, pregaram durante o período da monarquia
e até um século após a destruição de Jerusalém (586 A.C.). Às vezes,
conselheiros dos reis em assuntos religiosos, éticos e políticos, e às vezes
seus críticos, dando a primazia ao relacionamento entre o indivíduo e Deus,
os profetas eram guiados pela sua aspiração de justiça e emitiram poderosos
comentários sobre a moralidade da vida nacional judaica. Suas revelações
estão registradas em livros de prosa e poesia inspiradas, muitos dos quais
foram incorporados à Bíblia.
O apelo universal e eterno dos profetas deriva de sua procura por uma
consideração fundamental dos valores humanos. Palavras como as de Isaías
(1:17): "Aprendei a fazer bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido;
fazei justiça ao órfão; pleiteai a causa das viúvas" continuam a
alimentar a
aspiração da humanidade pela justiça social.
A Monarquia Dividida
O final do reino de Salomão foi marcado por descontentamento das camadas
mais pobres da população, que tinham de pagar pesados impostos para
financiar seus planos ambiciosos. Além disso, o tratamento preferencial
dispensado à sua própria tribo exasperava as outras, e conseqüentemente
crescia o antagonismo entre a monarquia e os separatistas tribais. Após a
morte de Salomão (930 A.C.) uma insurreição aberta provocou a cisão das
tribos do norte e a divisão do país em dois reinos: o reino setentrional de
Israel, formado pelas dez tribos do norte, e o reino meridional de Judá, no
território das tribos de Judá e Benjamim. O Reino de Israel, com sua capital
Samaria, durou mais de 200 anos, e teve 19 reis; o Reino de Judá sobreviveu
350 anos, com sua capital, Jerusalém, e teve o mesmo número de reis, todos
da linhagem de David. Com a expansão dos impérios assírio e babilônio, tanto
Israel quanto Judá, mais tarde, acabaram caindo sob domínio estrangeiro. O
Reino de Israel foi destruído pelos assírios (722 A.C.) e seu povo foi
exilado e esquecido. Uns cem anos depois, a Babilônia conquistou o Reino de
Judá, exilando a maioria de seus habitantes e destruindo Jerusalém e o
Templo (586 A.C.).
O Primeiro exílio
A conquista babilônica foi o fim do primeiro estado judaico (período do
Primeiro Templo), mas não rompeu a ligação do povo judeu com sua terra. Às
margens dos rios da Babilônia, os judeus assumiram o compromisso de lembrar
para sempre sua pátria: "Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se
a
minha destra da sua destreza. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não
lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria." (Salmos
137:5-6).
O exílio na Babilônia, que se seguiu à destruição do Primeiro Templo,
marcou
o início da Diáspora judaica. Lá, o judaísmo começou a desenvolver um
sistema e um modo de vida religioso fora de sua terra, para assegurar a
sobrevivência nacional e a identidade espiritual do povo, concedendo-lhe a
vitalidade necessária para preservar seu futuro como uma nação.
O Período do Segundo Templo
Os Períodos Persa e Helenístico
(538-142 A.C.)
Em conseqüência de um decreto do Rei Ciro, da Pérsia, que conquistou o
império babilônico, cerca de 50.000 judeus empreenderam o Primeiro Retorno à
Terra de Israel, sob a liderança de Zerobabel, da dinastia de David. Menos
de um século mais tarde, o Segundo Retorno foi liderado por Esdras, o
Escriba. Durante os quatro séculos seguintes, os judeus viveram sob
diferentes graus de autonomia sob o domínio persa (538-333 A.C.) e
helenístico - ptolemaico e selêucida (332-142 A.C.).
A repatriação dos judeus, sob a inspirada liderança de Esdras, a construção
do Segundo Templo no sítio onde se erguera o Primeiro, a fortificação das
muralhas de Jerusalém e o estabelecimento da Knesset Haguedolá (a Grande
Assembléia), o supremo órgão religioso e judicial do povo judeu, marcaram o
início do segundo estado judeu (período do Segundo Templo). Dentro do âmbito
do Império Persa, a Judéia era uma nação cujo centro era Jerusalém, sendo a
liderança confiada ao Sumo Sacerdote e ao conselho dos Anciãos.
Como parte do mundo antigo conquistado por Alexandre Magno da Grécia (332
A.C.), a Terra de Israel continuava a ser uma teocracia judaica, sob o
domínio dos selêucidas, estabelecidos na Síria. Quando os judeus foram
proibidos de praticar o judaísmo e seu Templo foi profanado, como parte das
tentativas gregas de impor a cultura e os costumes helenísticos a toda a
população, desencadeou-se uma revolta (166 A.C.) liderada por Matatias, da
dinastia sacerdotal dos Hasmoneus, e mais tarde por seu filho, Judá, o
Macabeu. Os judeus entraram em Jerusalém e purificaram o Templo (164 A.C.),
eventos comemorados até hoje anualmente, na festa de Chanuká.
A Dinastia dos Hasmoneus
(142-63 A.C.)
Após novas vitórias dos Hasmoneus (142 A.C.), os selêucidas restauraram a
autonomia da Judéia (como era então chamada a Terra de Israel) e, com o
colapso do reino selêucida (129 A.C.), a independência judaica foi
reconquistada. Sob a dinastia dos Hasmoneus, que durou cerca de 80 anos, as
fronteiras do reino eram muito semelhantes às do tempo do Rei Salomão; o
regime atingiu consolidação política e a vida judaica floresceu.
O Domínio Romano
(63 A.C. - 313 D.C.)
Quando os romanos substituiram os selêucidas no papel de grande potência
regional, eles concederam ao rei Hasmoneu Hircano II autoridade limitada,
sob o controle do governador romano sediado em Damasco. Os judeus eram
hostis ao novo regime, e os anos seguintes testemunharam muitas
insurreições. Uma última tentativa de reconquistar a antiga glória da
dinastia dos Hasmoneus foi feita por Matatias Antígono, cuja derrota e morte
trouxe fim ao governo dos Hasmoneus (40 A.C.); o país tornou-se, então, uma
província do Império Romano.
Em 37 A.C., Herodes, genro de Hircano II, foi nomeado Rei da Judéia pelos
romanos. Foi-lhe concedida autonomia quase ilimitada nos assuntos internos
do país, e ele se tornou um dos mais poderosos monarcas da região oriental
do Império Romano. Grande admirador da cultura greco-romana, Herodes
lançou-se a um audacioso programa de construções, que incluía as cidades de
Cesaréia e Sebástia e as fortalezas em Heródio e Massada. Ele também
reformou o Templo, transformando-o num dos mais magníficos edifícios da
época. Mas apesar de suas múltiplas realizações, Herodes não conseguiu
fazer
jus à confiança e ao apoio de seus súditos judeus.
Dez anos após a morte de Herodes (4 A.C.), a Judéia caiu sob a administração
romana direta. À proporção que aumentava a opressão romana à vida judaica,
crescia a insatisfação, que se manifestava por violência esporádica, até
que
rompeu uma revolta total em 66 D.C.
As forças romanas, lideradas por Tito, superiores em número e armamento,
arrasaram finalmente Jerusalém (70 D.C.) e posteriormente derrotaram o
último baluarte judeu em Massada (73 D.C.).
No ano de 135 D.C., a cidade de Betar, próxima a Jerusalém, que se
encontrava sob o comando de Bar Kochba, foi arrasada pelas tropas do
imperador romano Adriano. Os romanos mataram milhares de judeus - homens,
mulheres e crianças - que lutavam contra as determinações do imperador
proibindo-os de seguir os preceitos básicos do judaísmo.
A série de eventos que levou à revolta liderada por Bar Kochba e à queda de
Betar começou no ano de 117 da era comum, quando o então governador da
Síria, Adriano, tornou-se soberano do Império Romano. Quando assumiu o
trono, prometeu aos judeus liberdade e tolerância religiosa. Mais do que
isso, garantiu que lhes daria permissão para reconstruir Jerusalém e
restaurar os serviços religiosos no Templo. Mas, em pouco tempo, Adriano
provou que suas promessas haviam sido apenas palavras vazias, mudando de
maneira dramática sua política em relação aos judeus.
O imperador realmente determinou a reconstrução de Jerusalém, mas esta não
seria mais uma cidade judaica; e o templo que seria construído seria
dedicado à adoração de Júpiter. Este fato foi narrado pelo historiador Dio
Cassius, que viveu cerca de um século após a revolta de Bar Kochba. Cassius
assim escreveu: "Em Jerusalém, Adriano fundou uma cidade sobre a que havia
sido arrasada, chamando-a Aelia Capitolina - Aelia em homenagem ao seu
próprio nome, Publius Aelius Hadrianus, e Capitolina em honra a Júpiter,
cujo templo em Roma fora erguido sobre o Monte Capitolene. No local do
Templo em Aelia Capitolina, mandou erguer um santuário para Júpiter. Este
fato levou à guerra, pois os judeus não toleraram que estrangeiros se
instalassem em sua cidade e ali construíssem seus templos".
A Halachá
A Halachá é o corpo de leis que tem guiado a vida judaica em todo o mundo
desde os tempos pós-bíblicos. Ela trata das obrigações religiosas dos
judeus, tanto em suas relações interpessoais quanto em suas observâncias
rituais, abrangendo praticamente todos os aspectos do comportamento humano -
nascimento e casamento, alegria e tristeza, agricultura e comércio, ética e
teologia.
Enraizada na Bíblia, a autoridade da Halachá é baseada no Talmud, o corpo de
leis e saber judaicos (completado em 400 D.C.), que compreende a Mishná,
primeira compilação escrita da Lei Oral (codificada em 210 D.C.) e a
Guemará, uma elaboração da Mishná. A fim de oferecer orientação na
observância da Halachá, compilações concisas e sistematicamente ordenadas
foram redigidas por eruditos religiosos, a partir dos séculos I e II. Uma
das mais autorizadas destas codificações é o Shulchan Aruch, escrito por
Joseph Caro em Safed (Sfat) no século XVI
Dominação Estrangeira
O Domínio Bizantino
(313-636 D.C.)
No final do século IV, após a conversão do imperador Constantino ao
cristianismo (313 D.C.) e a fundação do Império Bizantino, a Terra de Israel
se tornara um país predominantemente cristão. Foram construídas igrejas nos
lugares santos cristãos de Jerusalém, Belém e da Galiléia, e fundaram-se
mosteiros em várias partes do país. Os judeus estavam privados de sua
relativa autonomia anterior, assim como do direito de ocupar postos
públicos; também lhes era proibida a entrada em Jerusalém, com excessão de
um dia por ano (Tishá beAv - dia 9 de Av), quando podiam prantear a
destruição do Templo.
A invasão persa de 614 D.C. contou com o auxílio dos judeus, animados pela
esperança messiânica da libertação. Em gratidão por sua ajuda, eles
receberam o governo de Jerusalém; esse interlúdio, porém, durou apenas três
anos. Subseqüentemente, o exército bizantino recuperou o domínio da cidade
(629 D.C.), e os habitantes judeus foram novamente expulsos.
O Domínio Árabe
(636-1099 D.C.)
A conquista do país pelos árabes ocorreu quatro anos após a morte do profeta
Maomé (632 D.C.) e durou mais de quatro séculos, sob o governo de califas
estabelecidos primeiramente em Damasco, depois em Bagdá e no Egito. No
início do domínio muçulmano, os judeus novamente se instalaram em Jerusalém,
e a comunidade judaica recebeu o costumeiro status de proteção concedido aos
não-muçulmanos sob domínio islâmico, que lhes garantia a vida, as
propriedades e a liberdade de culto, em troca do pagamento de taxas especiais e impostos territoriais.
Contudo, a introdução subseqüente de restrições contra os não-muçulmanos
(717 D.C.) afetou a vida pública dos judeus, assim como sua observância
religiosa e seu status legal. A imposição de pesados impostos sobre as
terras agrícolas levou muitos judeus a mudar-se das áreas rurais para as
cidades, onde sua situação pouco melhorou; a crescente discriminação social
e econômica forçou muitos outros a abandonar o país. Pelo final do século
XI, a comunidade judaica da Terra de Israel havia diminuído
consideravelmente, tendo perdido também parte de sua coesão organizacional e
religiosa.
Os Cruzados
(1099-1291 D.C.)
Nos 200 anos seguintes, o país foi dominado pelos cruzados que, atendendo a
um apelo do Papa Urbano II, partiram da Europa para recuperar a Terra Santa
das mãos dos "infiéis". Em julho de 1099, após um cerco de cinco
semanas, os
cavaleiros da Primeira Cruzada e seu exército de plebeus capturaram
Jerusalém, massacrando a maioria de seus habitantes não-cristãos.
Entrincheirados em suas sinagogas, os judeus defenderam seu quarteirão, mas
foram queimados vivos ou vendidos como escravos. Nas poucas décadas que se
sucederam, os cruzados estenderam seu poder sobre o restante do país, em
parte através de tratados e acordos, mas sobretudo em conseqüência de
sangrentas conquistas militares. O Reino Latino dos Cruzados constituía-se
de uma minoria conquistadora, confinada em cidades e castelos fortificados.
Quando os cruzados abriram as rotas de transporte da Europa, a peregrinação
à Terra Santa tornou-se popular; ao mesmo tempo, um crescente número de
judeus procurava retornar à sua pátria. Documentos da época revelam que um
grupo de 300 rabinos da França e Inglaterra chegou ao país, instalando-se em
Acre (Aco) e em Jerusalém.
Após a derrota dos cruzados pelo exército muçulmano de Saladino (1187), os
judeus passaram a gozar novamente de uma certa dose de liberdade, inclusive
o direito de viver em Jerusalém. Embora os cruzados conseguissem ainda
manter sua presença no país após a morte de Saladino (1193), ela se limitava
a uma rede de castelos fortificados. O domínio cruzado sobre o país chegou
ao fim com a derrota final frente aos mamelucos (1291), uma casta militar
muçulmana que conquistara o poder no Egito.
O Domínio Mameluco
(1291-1516 D.C.)
Sob o domínio mameluco, o país tornou-se uma província atrasada, cuja sede
de governo era em Damasco. Acre, Jafa (Iafo) e outros portos foram
destruídos por temor a novas cruzadas, e o comércio, tanto marítimo quanto
terrestre, foi interrompido. No final da Idade Média, os centros urbanos do
país estavam virtualmente em ruínas, a maior parte de Jerusalém estava
abandonada e a pequena comunidade judaica vivia à míngua. O período de
decadência sob os mamelucos foi obscurecido ainda por revoltas políticas e
econômicas, epidemias, devastação por gafanhotos e terríveis terremotos.
O Domínio Otomano
(1517-1917 D.C.)
Após a conquista otomana, em 1517, o país foi dividido em quatro distritos,
ligados administrativamente à província de Damasco; a sede do governo era em
Istambul. No começo da era otomana, cerca de 1000 famílias judias viviam na
Terra de Israel, em Jerusalém, Nablus (Sichem), Hebron, Gaza, Safed (Sfat) e
algumas aldeias da Galiléia. A comunidade se compunha de descendentes de
judeus que nunca haviam deixado o país, e de imigrantes da África do Norte e
da Europa.
Um governo eficiente, até a morte do sultão Suleiman, o Magnífico (1566),
trouxe melhorias e estimulou a imigração judaica. Alguns dos recém-chegados
se estabeleceram em Jerusalém, mas a maioria se dirigiu a Safed onde, nos
meados do século XVI, a população judaica chegava a 10.000 pessoas; a cidade
se tornara um próspero centro têxtil, e foco de intensa atividade
intelectual. O estudo da Cabala (o misticismo judaico) floresceu durante
este período, e novos esclarecimentos da lei judaica, codificados no
Shulchan Aruch, espalharam-se por toda a Diáspora, desde as casas de estudo
de Safed.
À proporção que o governo otomano declinava e perdia sua eficiência, o país
foi caindo de novo em estado de abandono geral. No final do século XVIII, a
maior parte das terras pertencia a proprietáriosausentes, que as arrendavam
a agricultores empobrecidos pelos impostos, elevadose arbitrários. As
grandes florestas da Galiléia e do monte Carmelestavam desnudas; pântanos e
desertos invadiam as terras produtivas.
O século XIX testemunhou os primeiros sinais de que o atraso medieval cedia
lugar ao progresso. Várias potências ocidentais procuravam alcançar posições
na região, freqüentemente através de atividades missionárias. Eruditos
ingleses, franceses e americanos iniciavam estudos de arqueologia bíblica; a
Inglaterra, a França, a Rússia, a Áustria e os Estados Unidos abriram
consulados em Jerusalém. Foram inauguradas rotas marítimas regulares entre a
Terra de Israel e a Europa, instaladas conexões postais e telegráficas e
construída a primeira estrada, entre Jerusalém e Iafo. O renascimento do
país como a encruzilhada comercial de três continentes acelerou-se com a
abertura do Canal de Suez.
Conseqüentemente, a situação dos judeus do país foi melhorando, e a
população judaica aumentou consideravelmente. Em meados do século, a
superpopulação dentro das muralhas de Jerusalém levou os judeus a construir
o primeiro bairro fora dos muros (1860) e, durante os vinte e cinco anos
seguintes, mais outros sete, formando o núcleo da Cidade Nova. Por volta de
1880, os judeus já constituíam a maioria da população de Jerusalém. Terras
agrícolas eram compradas em todo o país; novas colônias rurais se
estabeleciam; e o hebraico, durante muitos séculos restrito à liturgia e à
literatura, era revivido. O cenário estava pronto para a criação do
movimento sionista.
Sionismo - o movimento de libertação nacional do povo judeu - é uma palavra
derivada de "Sion", o sinônimo tradicional de Jerusalém e da Terra
de
Israel. O ideal do sionismo - a redenção do povo judeu em sua pátria
ancestral - está enraizado na contínua espera pelo retorno e na profunda
ligação à Terra de Israel, que foi sempre parte inerente da existência
judaica na Diáspora através dos séculos. O sionismo político surgiu em conseqüência da contínua opressão e
perseguição dos judeus na Europa Oriental e da desilusão com a emancipação
na Europa Ocidental, que não pusera fim à discriminação nem levara à
integração dos judeus nas sociedades locais. Sua expressão formal foi o
estabelecimento da Organização Sionista (1897), durante o Primeiro Congresso
Sionista, reunido por Teodoro Herzl - http://www.mfa.gov.il/mfa/go.asp
em Basiléia, na Suíça. O
programa do movimento sionista continha elementos ideológicos e práticos
para a promoção do retorno dos judeus à sua terra, do renascimento social,
cultural, econômico e político da vida nacional judaica, procurando também
alcançar o reconhecimento internacional para o lar nacional do povo judeu em
sua pátria histórica, onde os judeus não fossem perseguidos e pudessem
desenvolver suas vidas e identidade.
Leia como curiosidade:
http://www.shemo.hpg.ig.com.br/mlk2.html
O Domínio Britânico
(1918-1948 D.C.)
Em julho de 1922, a Liga das Nações confiou à Grã-Bretanha o Mandato sobre a
Palestina (nome pelo qual o país era designado na época) -
http://www.mfa.gov.il/mfa/go.asp?MFAH00pr0
. Reconhecendo "a ligação
histórica do povo judeu com a Palestina", recomendava que a Grã-Bretanha
facilitasse o estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina-Eretz
Israel (Terra de Israel). Dois meses depois, em setembro de 1922, o Conselho
da Liga das Nações e a Grã-Bretanha decidiram que as estipulações
destinadas
ao estabelecimento deste lar nacional judaico não seriam aplicadas à região
situada a leste do Rio Jordão, cuja área constituía os três quartos do
território do Mandato - e que mais tarde tornou-se o Reino Hashemita da
Jordânia. Portanto, a Jordânia, inicialmente com o nome de Transjordânia,
foi destinada aos palestinos muçulmanos sobre quase 80% das terras que
seriam dos judeus, ou seja, para que não houvessem muitos problemas, mais
tarde em 1948, onde Israel ficou em cima de apenas aproximadamente 20% do
território que, originalmente, seria dos judeus.
Administração
As autoridades mandatórias britânicas concederam às comunidades judaica e
árabe o direito de gerirem seus próprios assuntos internos. Utilizando-se
deste direito, a comunidade judaica, conhecida como o ishuv, elegeu em 1920
um órgão governamental autônomo, baseado em representação partidária, que
se
reunia anualmente para avaliação das atividades e a eleição do Conselho
Nacional (Vaad Leumi), responsável pela implementação de sua política e
programas. Este conselho desenvolveu e manteve uma rede nacional de serviços
educacionais, religiosos, sociais e de saúde, financiada por recursos locais
e por fundos angariados pelo judaísmo mundial. Em 1922, conforme estipulado
pelo Mandato, foi constituída a "Agência Judaica", para representar
o povo
judeu diante das autoridades britânicas, governos estrangeiros e
organizações internacionais.
Desenvolvimento Econômico
Durante as três décadas do mandato, a agricultura expandiu-se, foram criadas
fábricas e construíram-se estradas; as águas do Rio Jordão foram represadas
para a produção de energia elétrica; e o potencial mineral do Mar Morto
passou a ser explorado. Em 1920 foi fundada a Histadrut (Federação Geral de
Trabalhadores), para promover o bem-estar dos trabalhadores e criar
empregos, através do estabelecimento de empresas de propriedade cooperativa
no setor industrial, assim como de serviços de comercialização para as
colônias agrícolas comunais.
Imigração
Motivadas pelo sionismo e encorajadas pela "simpatia para com as aspirações
sionistas dos judeus", expressas pela Inglaterra, através do Ministro de
Relações Exteriores Lord Balfour (1917), chegaram ao país, entre 1919 e
1939, sucessivas levas de imigrantes, cada uma das quais trouxe sua
contribuição específica ao desenvolvimento da comunidade judaica. Cerca de
35.000 judeus chegaram entre 1919 e 1923, sobretudo da Rússia, e tiveram
influência marcante sobre o caráter e a organização da sociedade nos anos
seguintes. Estes pioneiros lançaram os fundamentos de uma infra-estrutura
social e econômica abrangente, desenvolveram a agricultura, estabeleceram formas de assentamento rural comunal singulares - o kibutz e o moshav - e
forneceram a mão-de-obra para a construção de moradias e estradas. A onda
seguinte, entre 1924 e 1932, trouxe uns 60.000 judeus, sobretudo da Polônia,
e contribuiu para o desenvolvimento e enriquecimento da vida urbana.
Estes imigrantes se estabeleceram principalmente em Tel Aviv, Haifa e
Jerusalém, onde criaram pequenos negócios, firmas de construção e indústrias
leves. A última grande onda imigratória anterior à 2a Guerra Mundial ocorreu
na década de 30, após a ascenção de Hitler ao poder, e compôs-se de cerca
de
165.000 pessoas. Estes recém-chegados, muitos dos quais eram profissionais e
acadêmicos, representaram o primeiro grande influxo proveniente da Europa
Central e Ocidental. Por sua educação, habilidades e experiência, eles
elevaram os padrões comerciais, refinaram as condições urbanas e rurais e
ampliaram a vida cultural da comunidade.
Cultura
Aos poucos, ia surgindo uma vida cultural específica da comunidade judaica
na Terra de Israel. A arte, a música e a dança desenvolveram-se
gradualmente, com o estabelecimento de escolas profissionais e estúdios.
Criaram-se galerias e salas de espetáculos onde se apresentavam exposições e
espetáculos, freqüentadas por um público exigente. A estréia de uma nova
peça, o lançamento de um novo livro ou a retrospectiva de um pintor local
eram comentados pela imprensa e tornavam-se o tema de animadas discussões
nos cafés e reuniões sociais.
O hebraico -
http://www.mfa.gov.il/mfa/go.asp?MFAH07q20
- foi reconhecido
como uma das três línguas oficiais do país, ao lado do inglês e árabe, e
era
usado em documentos, moedas e selos, assim como nas transmissões
radiofônicas. A atividade editorial proliferou, e o país tornou-se o centro
mundial da atividade literária em hebraico. Teatros de vários gêneros abriam
suas portas a audiências entusiásticas, e apareceram as primeiras peças
originais hebraicas.
Oposição Árabe e Restrições Britânicas
O renascimento nacional judaico e os esforços da comunidade por reconstruir
o país encontraram forte oposição por parte dos nacionalistas árabes. Seu
ressentimento explodiu em períodos de intensa violência (1920, 1921, 1929,
1936-39), quando os transportes judeus eram molestados, campos e florestas
incendiados e a população judaica era atacada sem motivo.
As tentativas do movimento sionista de chegar a um diálogo com os árabes
foram infrutíferas, e o nacionalismo árabe e judeu se polarizaram em
situação explosiva. Reconhecendo os objetivos opostos dos dois movimentos
nacionais, a Grã-Bretanha recomendou (1937) que o país fosse dividido em
dois estados, um árabe e um judeu. A liderança judaica aceitou a idéia da
partilha e encarregou a Agência Judaica de negociar com o governo britânico,
num esforço de reformular alguns aspectos da proposta. Os árabes eram
absolutamente contra qualquer plano de partilha, mesmo com a criação da
Jordânia em 1922, cujo objetivo era evitar todo este conflito após 1948.
Os movimentos clandestinos
Três movimentos clandestinos judeus operaram durante o período do Mandato
Britânico.
O maior era a Haganá, fundado em 1920 pela comunidade judaica como milícia
de auto-defesa para garantir a segurança da população judaica. A partir dos
meados da década de 30, ela também passou a retaliar os ataques árabes e a
responder às restrições britânicas contra a imigração judaica com
demonstrações de massa e atos de sabotagem.
O Etzel, criado em 1931, rejeitou as restrições auto-impostas pela Haganá e
iniciou ações independentes contra objetivos árabes e ingleses.
O menor e mais militante dos grupos, o Lechi, surgiu em 1940, e sua linha
era sobretudo anti-britânica. Os três grupos foram dissolvidos em maio de
1948, com a criação das Forças de Defesa de Israel.
Atos de violência contínuos e em grande escala levaram a Grã-Bretanha a
publicar o Livro Branco (maio de 1939), que impunha drásticas restrições à
imigração judaica, embora tal restrição significasse negar ao judaísmo europeu um refúgio à perseguição nazista. O início da 2a Guerra Mundial,
pouco depois, levou David Ben-Gurion, mais tarde o primeiro chefe de governo
israelense, a declarar: "Lutaremos na guerra como se não houvera o Livro
Branco, e combateremos o Livro Branco como se não houvesse guerra."
Voluntários judeus na 2ª Guerra Mundial
Mais de 26.000 homens e mulheres da comunidade judaica do país uniram-se às
forças britânicas como voluntários no combate à Alemanha nazista e seus
aliados do Eixo, servindo no exército, marinha e aeronáutica. Em setembro de
1944, após prolongados esforços da Agência Judaica no país e do movimento
sionista no exterior pelo reconhecimento da participação dos judeus da
Palestina no esforço de guerra, foi constituída a Brigada Judaica, unidade
militar independente das forças britânicas, com bandeira e emblema próprios.
Formada por cerca de 5.000 homens, a Brigada atuou no Egito, no norte da
Itália e no noroeste da Europa. Após a vitória dos aliados na Europa (1945),
muitos de seus membros uniram-se ao movimento de "imigração ilegal",
para
trazer sobreviventes do Holocausto à Terra de Israel.
O Holocausto
Durante a 2a Guerra Mundial (1939-1945), o regime nazista executou,
deliberada e sistematicamente, seu plano-mestre de liquidação da comunidade
judaica da Europa; durante este período foram assasinados 6 milhões de
judeus, entre os quais 1,5 milhão de crianças. Hoje em dia, a campanha
anti-semita tenta ludibriar o mundo com teorias absurdas, chamadas de
"Revisionistas", tentando convencer a todos de que nunca houve tal
matança
de judeus por Hitler, porém este genocídio foi mais do que provado que
existiu. Ainda existem judeus vivos que podem testemunhar tal perseguição,
exploração e matança de judeus. À proporção que as tropas nazistas varriam
a
Europa, os judeus eram perseguidos selvagemente, submetidos a torturas e
humilhações inconcebíveis e fechados em guetos, onde tentativas de
resistência armada trouxeram em conseqüência medidas ainda mais drásticas.
Dos guetos eles eram transportados aos campos de concentração onde alguns
afortunados eram submetidos a trabalhos forçados, e a maioria era
assassinada em fuzilamentos em massa ou nas câmaras de gás. Somente alguns
escaparam. Alguns fugiram para outros países, outros uniram-se aos
partisanos (resistência) e alguns foram escondidos por não-judeus, que o
fizeram arriscando suas próprias vidas. Em conseqüência, de uma população
de
quase 9 milhões, que constituíra no passado a maior e mais vibrante
comunidade judaica do mundo, sobreviveu apenas 1/3, incluindo aqueles que
haviam deixado a Europa antes da guerra.
Para ler mais sobre o Holocausto Nazista:
http://www.geocities.com/Pentagon/Quarters/3415/holo1.html
Após a guerra, os britânicos intensificaram suas restrições ao número de
judeus que tinham permissão de entrar e se estabelecer no país. A comunidade
judaica reagiu, instituindo uma ampla rede de atividades de "imigração
ilegal", para salvar os sobreviventes do Holocausto. Entre 1945 e 1948,
cerca de 85.000 judeus ingressaram no país, através de rotas secretas e
muitas vezes perigosas, apesar do bloqueio naval britânico e do
patrulhamento nas fronteiras para interceptar os refugiados antes que eles
chegassem ao país. Os que eram capturados eram internados em campos de
detenção na ilha de Chipre.
O Caminho Para a Independência
A inabilidade da Grã-Bretanha em conciliar as exigências opostas das
comunidades judaica e árabe levou o governo inglês a requerer que a
"Questão
da Palestina" fosse inscrita na agenda da Assembléia Geral das Nações
Unidas
(abril de 1947). Em conseqüência, foi constituído um comitê especial para
preparar propostas relativas ao futuro do país. Em 29 de novembro de 1947, a
Assembléia votou pela adoção da recomendação do comitê propondo a partilha
do país em dois estados, um judeu e outro árabe. A comunidade judaica
aceitou o plano; os árabes o rejeitaram. Após a decisão da ONU, os
militantes árabes locais, ajudados por forças voluntárias irregulares dos
países árabes, desfecharam violentos ataques contra a comunidade judaica,
num esforço por frustrar a resolução da partilha e impedir o estabelecimento
do estado judeu. Após vários revezes, as organizações de defesa judaicas
expulsaram a maior parte das forças atacantes, tomando posse de toda a área
que tinha sido destinada ao estado judeu.
Em 14 de maio de 1948, data em que o Mandato Britânico terminou, a população
judaica na Terra de Israel era de 650.000 pessoas, formando uma comunidade
organizada, com instituições políticas, sociais e econômicas bem
desenvolvidas - de fato, uma nação em todos os sentidos.
O Estado de Israel
O Estado de Israel foi proclamado no dia 14 de maio de 1948, de acordo com o
plano de partilha da ONU de 1947. Menos de 24 horas depois, os exércitos
regulares do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país,
forçando Israel a defender a soberania que acabara de reconquistar em sua pátria ancestral. Nesta luta - conhecida como a Guerra de Independência de
Israel - as recém-formadas Forças de Defesa de Israel (FDI), pobremente
equipadas, rechaçaram os invasores em lutas ferozes e intermitentes, que se
prolongaram por 15 meses, e custaram a vida de 6.000 israelenses (quase 1%
da população judaica no país na época). No transcurso dos primeiros meses de 1949, realizaram-se negociações
diretas, sob os auspícios da ONU, entre Israel e cada um dos países
invasores (exceto o Iraque, que se recusou a negociar com Israel até hoje);
o resultado foi a assinatura de acordos de armistício, que refletiam as
posições no final dos combates. Em conseqüência, a planície costeira, a
Galiléia e todo o Neguev ficaram sob soberania israelense, a Judéia e a
Samaria (a Margem Ocidental) ficaram sob o domínio da Jordânia e a Faixa de
Gaza, sob administração egípcia; a cidade de Jerusalém ficou dividida,
cabendo à Jordânia o controle da parte oriental, inclusive a Cidade Velha, e
a Israel, o setor ocidental da cidade.
Sob Ocupação Jordaniana
A Cidade Velha de Jerusalém foi ilegalmente anexada à Jordânia em 1950, após
ter sido ocupada pela Legião da Jordânia, em 28 de maio de 1948 - uma
anexação reconhecida apenas pela Grã Bretanha e pelo Paquistão. As duas
partes da cidade foram divididas com arame farpado e campos minados,
enquanto os soldados jordanianos atiravam a esmo nos cidadãos israelenses do
alto das antigas muralhas sagradas. Todos os israelenses - judeus,
muçulmanos e cristãos - tiveram sua entrada proibida na Cidade Velha, em
flagrante violação do Acordo de Armistício entre Israel e Jordânia, assinado
em março de 1949. Os turistas estrangeiros em visita a Jerusalém geralmente
tinham que apresentar a certidão de batismo. Durante todos esses anos, todos
os vestígios da presença judaica na cidade foram sistematicamente abolidos.
Construiu-se uma estrada que cortava o antigo cemitério judaico no Monte das
Oliveiras, usando-se suas lápides para pavimentar os pisos nos acampamentos
militares e nas latrinas. Cinqüenta e oito sinagogas, incluindo a Sinagoga
Hurva, de 700 anos de construída, na Cidade Velha, foram praticamente
violadas e destruídas. Negou-se o acesso aos judeus a seus lugares sagrados,
especialmente ao Muro das Lamentações. E os israelenses muçulmanos também se
viram impedidos de ter acesso às mesquitas na Cidade Velha de Jerusalém.
Quando Israel libertou Jerusalém, o Governo promulgou a Lei de proteção dos
Lugares Santos, garantindo liberdade de acesso e culto aos locais sagrados
de todas as fés e denominações, além de autonomia interna a vários grupos
religiosos para administrarem suas respectivas propriedades e locais de
culto. O Knesset estendeu jurisdição israelense a Jerusalém Oriental, dessa
forma unificando a cidade sob governo de Israel e colocando um fim à
legislação discriminatória. Os israelenses agiram com rapidez para
normalizar os direitos aos muçulmanos de orar no Monte do Templo, apesar do
fato de que este seja o mais sagrado dos locais para a religião judaica.
Hoje em dia, o Wakf, que administra o Monte do Templo, proíbe os judeus de
orarem nesse local sagrado.
Jerusalém na História Judaica
Jerusalém está indissoluvelmente ligada ao povo judeu. Seu status especial
para a tradição judaica remonta a cerca de 4.000 anos. Em 1004 A.C., David
fez da cidade a capital de seu reino e seu filho, Salomão, lá construiu o
Templo Sagrado. A cidade permaneceu como capital da dinastia de David
durante 400 anos, até ser conquistada e destruída pelo babilônios, em 586
A.C.
Jerusalém é mencionada mais de 800 vezes na Bíblia; e tem 70 nomes na
literatura pós-bíblica.
A destruição de Jerusalém é comemorada em rituais sem conta, orações, em
dias de jejum. Os judeus, em todo o mundo, fazem sua orações voltados para
Jerusalém. Quebra-se um copo na cerimônia de casamento, pois nenhuma alegria
pode se completa enquanto o Templo Sagrado de Jerusalém não for
reconstruído. Os judeus muito religiosos deixam um quadrado de reboco sem
acabamento, ao construir uma casa nova, "em memória da destruição do Templo". As orações do Seder de Pessach (Páscoa dos judeus) e de Yom
Kipur
(Dia do Perdão) culminam com o desejo fervoroso de que "no ano próximo, estejamos em Jerusalém!"
A Construção do Estado
Com o fim da guerra pela independência, Israel concentrou seus esforços na
construção do Estado pelo qual o povo tinha lutado tão longa e arduamente. O
primeiro Knesset (parlamento) de 120 assentos entrou em funcionamento após as eleições nacionais (25 de janeiro de 1949), com a participação de quase
85% dos eleitores. Duas figuras que haviam conduzido Israel à independência tornaram-se os líderes do país: David Ben-Gurion, presidente da Agência
Judaica, foi eleito Primeiro-Ministro; e Chaim Weizmann, presidente da Organização Sionista Mundial, foi o primeiro Presidente eleito pelo Knesset.
Em 11 de maio de 1949, Israel tornou-se o 59o. membro das Nações Unidas.
De acordo com o conceito de "reunião dos exilados", que é a
verdadeira razão
de ser do Estado de Israel, os portões do país foram abertos de par em par,
confirmando o direito de cada judeu de vir a Israel e, ao chegar, receber cidadania automaticamente. Nos primeiros quatro meses de independência,
chegaram ao país cerca de 50.000 imigrantes, em sua maioria sobreviventes do
Holocausto. No final de 1951, haviam chegado cerca de 687.000 pessoas,
homens, mulheres e crianças, dentre os quais 300.000 refugiados dos países
árabes; a população judaica do país duplicara no prazo de quatro anos.
A crise econômica causada pela Guerra da Independência e a necessidade de
dar atendimento à população que crescia rapidamente exigiram uma política de
austeridade interna e a procura de ajuda financeira do exterior. O auxílio
prestado pelo governo dos Estados Unidos, os empréstimos de bancos
americanos, a contribuição dos judeus da Diáspora e as reparações alemãs
do
pós-guerra foram empregados na construção de moradias, na mecanização da
agricultura, no estabelecimento da marinha mercante e da linha aérea
nacional, no desenvolvimento industrial e na expansão de rodovias,
telecomunicações e rede elétrica.
No final da primeira década, a produção industrial do país tinha dobrado,
assim como o número de pessoas empregadas; as exportações industriais haviam
quadruplicado. O aumento das áreas cultivadas havia trazido a
auto-suficiência no suprimento de todos os produtos alimentícios básicos
(exceto carne e cereais); cerca de 20.000 hectares de terra árida foram
reflorestados, e foram plantadas árvores ao longo de 800 km de estradas.
O sistema educacional, desenvolvido pela comunidade judaica no período
anterior ao estado e que agora incluía o setor árabe, expandiu-se
consideravelmente. A freqüência escolar tornou-se gratuita e compulsória
para todas as crianças entre 5 e 14 anos (desde 1978 ela é obrigatória até
os 16 anos e gratuita até os 18). As atividades artísticas e culturais
floresciam, misturando elementos ocidentais, do Oriente Médio e da África do
Norte; judeus chegados de todas as partes do mundo traziam consigo as
tradições específicas de suas comunidades, assim como os aspectos culturais
preponderantes dos países onde haviam vivido durante gerações.
Quando Israel celebrou seu 10o aniversário, a população ultrapassava os 2 milhões de habitantes.
A Campanha do Sinai, 1956
Apesar de tudo, estes anos de construção nacional foram obscurecidos por
sérios problemas de segurança. Os acordos de armistício de 1949 não só
haviam fracassado em pavimentar o caminho para a paz; eram também
constantemente violados. Contrariando a resolução do Conselho de Segurança
da ONU desetembro de 1951, os navios israelenses e aqueles com
destino a Israel eram impedidos de passar pelo Canal de Suez; o bloqueio ao
Estreito de Tiran foi reforçado; incursões de grupos terroristas
provenientes dos países árabes vizinhos ao território de Israel, vindos para
matar e sabotar, eram cada vez mais freqüentes; e a península do Sinai
convertia-se gradualmente numa imensa base militar egípcia.
Com a assinatura de uma aliança militar tripartite entre o Egito, a Síria e
a Jordânia (outubro de 1956) a ameaça à existência de Israel tornou-se mais
iminente. No curso de uma campanha militar de oito dias, as FDI capturaram a
Faixa de Gaza e toda a península do Sinai, detendo-se a 16 km a leste do
Canal de Suez. A decisão da ONU de enviar uma Força de Emergência (UNEF) ao
longo da fronteira Egito-Israel e garantias egípcias de permitir a livre
navegação no Golfo de Eilat levaram Israel a concordar em retirar-se em
etapas (novembro de 1956 - março de 1957) das áreas conquistadas poucas
semanas antes. Em conseqüência, o Estreito de Tiran foi aberto, permitindo odesenvolvimento do comércio com países da Ásia e da África, assim como a
importação de petróleo do Golfo Pérsico.
Os anos de Consolidação
Durante a segunda década (1958-68), as exportações duplicaram e o PNB subiu
cerca de 10% anualmente. Artigos anteriormente importados, como papel,
pneus, rádios e geladeiras, eram agora fabricados no país; mas o crescimento
mais vertiginoso ocorreu nos ramos recentemente criados, como metalúrgica,
mecânica, química e eletrônica. Como o mercado interno para os produtos
alimentícios estava chegando rapidamente ao ponto de saturação, o setor agrícola voltou-se a culturas destinadas à indústria alimentícia, assim como
a produtos frescos para fins de exportação. Para atender à demanda do crescente tráfego comercial, um segundo porto para navios de grande calado
foi construído em Ashdod, na costa do Mediterrâneo, além do já existente em
Haifa.
Em Jerusalém foi construída a sede definitiva do Knesset, assim como novos
prédios para o Centro Médico Hadassa e para a Universidade Hebraica, em
substituição aos locais anteriores situados no Monte Scopus, abandonados
após a Guerra da Independência. Foi fundado o Museu Israel, com o objetivo
de colecionar, conservar, estudar e expor os tesouros artísticos e culturais
do povo judeu.
As relações exteriores de Israel expandiam-se: estreitaram-se os laços com
os Estados Unidos, os países da Comunidade Britânica, a maioria dos países
da Europa Ocidental, quase todos os países da América Latina e da África e
alguns da Ásia. Iniciaram-se extensos programas de cooperação internacional, e centenas de israelenses, médicos, engenheiros, professores, agrônomos,
peritos em irrigação e monitores de movimentos juvenis, compartilhavam seu know-how e experiência com outros países em desenvolvimento.
Em 1965 o país trocou embaixadores com a República Federal da Alemanha, um
passo que fora anteriormente adiado por causa das amargas memórias do povo
judeu dos crimes cometidos durante o regime nazista (1933-45). Oposição
violenta e debates públicos precederam a normalização das relações entre os
dois países.
O julgamento de Eichmann
Em maio de 1960, Adolfo Eichmann, um dos principais organizadores do
programa de extermínio nazista duranta a 2a Guerra Mundial, foi trazido ao
país para ser julgado segundo a Lei israelense (de Punição) dos Nazistas e
de Seus Colaboradores, de 1950. Neste julgamento, iniciado em abril de 1961,
Eichmann foi considerado culpado de crimes contra a humanidade e o povo
judeu, e condenado à morte. Seu apelo à Suprema Corte foi rejeitado, e ele
foi enforcado em 30 de maio de 1962. Esta foi a única vez em que a pena de
morte foi aplicada sob a lei israelense.
A Guerra dos Seis Dias, 1967
Esta guerra eclodiu seguindo-se a um período de crescente campanha
anti-Israel, em todo o Oriente Médio, durante os meses de abril e maio de
1967. Em 15 de maio, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser ordenou a
retirada das Forças de Paz Emergenciais das Nações Unidas estacionadas no
Sinai e, logo a seguir, fechou o Estreito de Tirã à navegação de Israel,
desafiando as leis internacionais. Em 31 de maio, o Egito havia deslocado
100.000 homens, 1.000 tanques e 500 peças de artilharia pesada para o Sinai.
O Egito e a Jordânia tinham assinado um acordo militar de defesa e a Síria,
Jordânia e Iraque haviam convocado seus exércitos. O Kuwait, Arábia Saudita,
Sudão e Argélia tinham enviado tropas e armamentos. Israel viu-se cercado
por um contingente de cerca de 250.000 soldados, mais de 2.000 tanques e 700
aviões de combate. O Presidente Aref, do Iraque, declarou: "Nosso objetivo
é
claro: varrer Israel do mapa". Em 4 de junho, Israel defrontava-se com o
inimigo em três frentes.
Com a declaração de neutralidade por parte dos EUA e a imposição de um
embargo de armas na região, em conjunto com a França - enquanto que a
ex-URSS armava maciçamente os árabes - e os israelenses eram cada vez mais
isolados na arena internacional, o brado pela aniquilação de Israel não era
uma ameaça sem fundamento. Na manhã de 5 de junho, a Força Aérea de Israel,
antecipando-se a qualquer ação do inimigo, destruiu praticamente toda a
Força Aérea Egípcia. Os tanques israelenses cruzaram o Sinai até a margem
oriental do Canal de Suez. Em 5 de junho, a Jordânia atacou Israel.
A 7 de junho, os soldados israelenses derrubaram as muralhas da Cidade Velha
de Jerusalém. Correndo cegamente, esses soldados dirigiram-se ao Muro das
Lamentações, chorando como crianças ao abraçar suas pedras ancestrais. Após
escalar o Muro, soaram as palavras eletrizantes do Comandante Motta Gur: "O
Monte do Templo está em nossas mãos! O Monte do Templo está em nossas mãos!"
E isso é uma Promessa do Deus VIVO ao seu Povo!
Entre 2 Guerras
Terminada a guerra, o desafio diplomático de Israel era traduzir suas
vitórias militares em paz permanente, baseando-se na resolução 242 do
Conselho de Segurança da ONU que apelava pelo "reconhecimento da
soberania,
integridade territorial e independência política de todos os estados da
região e de seu direito de viver em paz dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, livres de ameaças ou atos de força". A posição árabe,
contudo, conforme formulada na Conferência de Cúpula de Cartum (agosto de 1967) era
"não à paz com Israel, não a negociações com Israel e não ao
reconhecimento
de Israel". Em setembro de 1968, o Egito iniciou uma "guerra de
desgate",
com ações esporádicas e estáticas ao longo das margens do Canal de Suez, que
se transformaram em combates de grande escala, causando pesadas perdas a
ambos os lados. As hostilidades cessaram em 1970, quando o Egito e Israel
aceitaram um novo cessar-fogo ao longo do Canal de Suez.
A Guerra de Iom Kipur, 1973
Três anos de relativa calma ao longo das fronteiras terminaram no Iom Kipur
(Dia da Expiação), o dia mais sagrado do calendário judaico, quando o Egito
e a Síria lançaram um ataque de surpresa coordenado contra Israel (6 de outubro de 1973): o exército egípcio atravessou o Canal de Suez e as tropas
sírias invadiram o planalto do Golan. Durante as três semanas seguintes, as
Forças de Defesa de Israel mudaram o rumo da batalha e repeliram os
atacantes, atravessando o Canal de Suez, e penetrando no Egito, ao mesmo
tempo que avançavam até 32 km de distância de Damasco, capital da Síria.
Dois anos de difíceis negociações entre Israel e o Egito e entre Israel e a
Síria resultaram em acordos de separação de tropas, pelos quais Israel se
retirou de parte dos territórios conquistados na guerra.
Da Guerra à Paz
Embora a guerra de 1973 tenha custado a Israel um ano de seu PNB, a economia
já tinha se recobrado na segunda metade de 1974. Os investimentos
estrangeiros cresceram, e quando Israel se tornou um membro associado do
Mercado Comum Europeu (1975), abriram-se novos mercados aos produtos
israelenses. O turismo incrementou e o número anual de visitantes
ultrapassou o marco de um milhão.Hoje, quem lidera a lista de caravanas que
visitam o Estado de Israel, é um brasileiro, o Bispo Macedo da Igreja
Universal, que através da Igreja, hoje em 93 países, forma caravanas de
fíeis para visitar a Terra Sagrada todos os anos.
As eleições de 1977 para o Knesset trouxeram ao poder o bloco do Likud, uma
coalizão de partidos liberais e centristas, terminando com quase 30 anos de
predominância do Partido Trabalhista. Ao tomar posse, o novo
primeiro-ministro, Menachem Begin, reiterou o compromisso de todos os seus
predecessores por uma paz permanente na região, apelando aos países árabes a
virem à mesa das negociações.
O círculo vicioso da rejeição por parte dos árabes a todos os apelos de paz
de Israel foi rompido com a visita do presidente egípcio Anuar Sadate a
Jerusalém (novembro de 1977), à qual se seguiram negociações entre o Egito e
Israel, sob os auspícios dos E.U.A., e que culmiram com os acordos de Camp
David -
http://apocalipse.visualmaster.com.br/israel/israel.
primer/timeline/content/1979.html (setembro de 1978). Tais acordos continham
as linhas gerais para um acordo de paz abrangente no Oriente Médio,
inclusive uma proposta detalhada de auto-governo para os palestinos. Em 26
de março de 1979, Israel e o Egito assinaram um tratado de paz em
Washington, que trouxe o fim aos 30 anos de estado de guerra entre os dois
países.
De acordo com os termos do tratado, Israel retirou-se da península do Sinai,
substituindo as antigas linhas de cessar-fogo e acordos de armistício por
fronteiras internacionais mutuamente reconhecidas.
Alguns dos países africanos que haviam rompido suas relações com Israel em
resultado da pressão árabe durante a crise do petróleo de 1973, renovaram
seus vínculos econômicos, restabelecendo as relações diplomáticas.
Operação Paz para a Galiléia, 1982
A fronteira internacional com o Líbano jamais foi questionada por nenhuma
das partes. Contudo, quando a Organização de Libertação da Palestina (OLP)
se instalou no sul do Líbano, após ter sido expulsa da Jordânia (1970),
passando a perpetrar repetidas ações terroristas contra as cidades e
colônias agrícolas do norte de Israel (Galiléia), causando danos físicos e
materiais, as Forças de Defesa de Israel cruzaram a fronteira e entraram no
Líbano (1982). A "Operação Paz para a Galiléia" conseguiu remover
a maior
parte da infra-estrutura organizacional e militar da OLP para fora da região. Desde então, Israel mantém uma pequena zona de segurança no sul do
Líbano, adjacente à sua fronteira setentrional, para salvaguardar a
população da Galiléia contra os constantes ataques de elementos hostis.
Desafios Internos
Nas décadas de 80 e 90, Israel absorveu mais de 750.000 novos imigrantes, em
sua maioria da antiga União Soviética, Europa Oriental e Etiópia. Este
grande influxo de consumidores, assim como o considerável aumento do número
de trabalhadores, profissionais ou não, somados a medidas estritas de
controle inflacionário, colocaram a economia num período de expansão
acelerada, tendo sido atingido um dos maiores índices de crescimento do PIB
entre os países ocidentais.
O governo que subiu ao poder após as eleições de 1984 para o Knesset se
compunha dos dois principais partidos políticos - o Trabalhista
(centro/esquerda) e o Likud (centro-direita). Este foi substituído, em 1988,
por uma coalizão encabeçada pelo Likud à qual, após o período de governo de
quatro anos, seguiu-se em 1992 uma coalizão trabalhista e de outros pequenos
partidos de esquerda. Durante estes anos, cada um dos governos trabalhou
pela consecução da paz, o desenvolvimento econômico e a absorção dos
imigrantes, de acordo com suas próprias convicções políticas.
Rumo à Paz na Região
Desde a assinatura do tratado de paz Egito-Israel (1979), várias iniciativas
foram apresentadas, por Israel e outros, com o objetivo de promover o
processo de paz no Oriente Médio. Tais esforços levaram à reunião da
Conferência de Paz de Madrid (outubro de 1991), realizada sob os auspícios
dos Estados Unidos e União Soviética, que reuniu representantes de Israel,
da Síria, do Líbano, da Jordânia e dos palestinos. Os procedimentos formais
foram seguidos de negociações bilaterais entre as partes e por conversações
multilaterais tratando de problemas regionais.
As Conversações Bilaterais
Israel e os palestinos: Após meses de intensivos contatos secretos em Oslo
entre negociadores de Israel e da Organização de Libertação da Palestina
(OLP), foi formulada uma Declaração de Princípios, onde foram delineados os
arranjos para o auto-governo dos palestinos na Margem Ocidental e na Faixa
de Gaza. Sua assinatura foi precedida por uma troca de cartas (setembro de
1993) entre o líder da OLP Yasser Arafat e o Primeiro-Ministro Yitzhak
Rabin, nas quais a OLP renunciava ao uso do terrorismo, comprometia-se a
invalidar os artigos de sua Carta que negam o direito de Israel à
existência, e se comprometia a uma solução pacífica do conflito territorial
de tantas décadas entre palestinos e judeus. Por sua parte, Israel
reconhecia a OLP como representante do povo palestino.
Assinada por Israel e a OLP em setembro de 1993 em Washington, a Declaração
de Princípios contém um conjunto de princípios gerais mutuamente acordados
sobre um período interino de cinco anos de auto-governo palestino, a ser
implantado em quatro etapas. O primeiro passo, estabelecendo o auto-governo
na Faixa de Gaza e na área de Jericó, ocorreu em maio de 1994. Em agosto do
mesmo ano foi introduzida a segunda etapa, que envolvia a transferência de
poderes e responsabilidades aos representantes palestinos na Margem
Ocidental em cinco esferas específicas - educação e cultura, saúde,
bem-estar social, impostos e turismo. O Acordo Interino Israelense-Palestino
de setembro de 1995, que constitui a terceira etapa, ampliou o auto-governo
palestino na Margem Ocidental através da eleição de uma autoridade autônoma
- o Conselho Palestino - a fim de permitir aos palestinos a condução de seus
assuntos internos.
A última etapa - negociações entre as partes sobre os arranjos para o status
final - iniciaram-se de acordo com o que estava previsto em maio de 1996.
Tais conversações determinarão a natureza permanente das disposições,
cobrindo assuntos pendentes que incluem: os refugiados, os assentamentos,
assuntos de segurança, fronteiras e Jerusalém.
Israel e a Jordânia: Três anos de conversações entre a Jordânia e Israel,
após a Conferência de Madrid, culminaram com uma declaração do Rei Hussein e
do Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin (julho de 1994), pondo fim ao estado de
guerra de 46 anos entre os dois países. O tratado de paz Jordânia-Israel foi
assinado no posto fronteiriço do Aravá (perto de Eilat, em Israel, e Ácaba,
na Jordânia) no dia 26 de outubro de 1994, na presença do Presidente
americano Bill Clinton. Desde então, Israel e a Jordânia vêm cooperando em
várias esferas para benefício de ambos países.
Israel e a Síria:Nos marcos estipulados por Madrid, as conversações entre as
delegações israelense e síria se iniciaram em Washington e têm-se realizado
periodicamente a nível de embaixadores, com a participação de altos
funcionários americanos. Dois ciclos recentes de conversações de paz
sírio-israelenses (dezembro de 1995 e janeiro de 1996) focalizaram a
segurança e outros assuntos-chave. Profusamente detalhadas e de amplo
escopo, as conversações identificaram importantes áreas de concordância e
convergência conceptuais, para discussão e consideração futuras.
Conversações Multilaterais
As conversações multilaterais foram iniciadas como parte integrante do
processo de paz, com o objetivo de encontrar soluções para problemas
regionais fundamentais, e ao mesmo tempo instaurar confiança para permitir
relações normalizadas entre as nações do Oriente Médio. Após a Conferência
Multilateral de Moscou para o Oriente Médio (janeiro de 1992), na qual participaram 36 países e organizações internacionais, as delegações se
dividiram em cinco grupos de trabalho, que tratam de áreas específicas de interesse regional comum: meio ambiente, controle dos armamentos e segurança
regional, refugiados, fontes de água e desenvolvimento econômico. Seus
participantes se encontram periodicamente em vários locais da região.
Israel no Século XX
Após o assassinato do Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin (novembro de 1995), o
governo - de acordo com seu direito de nomear um dos ministros (neste caso,
obrigatoriamente um membro do Knesset) para exercer o cargo de primeiro-ministro até as próximas eleições - nomeou o Ministro das Relações
Exteriores Shimon Peres a esta função, com todos os privilégios concedidos
pelo cargo. As eleições de maio de 1966 trouxeram ao poder uma coalizão
governamental constituída de elementos nacionalistas, religiosos e
centristas, chefiada por Binyamin Netanyahu do Likud.
Com o objetivo de dedicar-se aos interesses primordiais do Estado de Israel,
o governo tem diante de si vários desafios, entre os quais a continuação do
processo de paz; a garantia da segurança do país; a ampliação dos laços
diplomáticos no mundo; a melhoria do sistema educacional, com a instituição
de turmas menores e o aumento do número de aulas diárias; a promoção de
oportunidades educacionais iguais; a ênfase nos estudos científicos e
tecnológicos, a fim de atender à indústria israelense; o aumento da competividade econômica com menor intervenção governamental; a redução do
déficit na balança de pagamentos; a manutenção de um índice inflacionário
baixo; a diminuição da burocracia governamental; a diminuição do peso dos
impostos; o encontro de soluções para os problemas habitacionais; e a
expansão da infra-estrutura. O ritmo constante de imigração e o progresso do
processo de paz influenciarão sem dúvida de forma positiva o crescimento e o
desenvolvimento contínuo de Israel rumo ao próximo século.
Resumo da História na URL: http://www.webiblico.2x.com.br/Estudos/Israel/GeografiaHistoria/ISHIS_historia.htm
Dados de Israel ==>
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Hatikva - O Hino Nacional
Tradução:
A Esperança
Enquanto no fundo do coração
Palpitar uma alma judaica,
E em direção ao Oriente
O olhar voltar-se a Sion,
Nossa esperança ainda não estará perdida,
Esperança de dois mil anos:
De ser um povo livre em nossa terra,
A terra de Sion e Jerusalém.
Transliterado:
Kol od balevav penimah
Nefesh Yehudi homiyah
Ulfa'atey mizrach kadimah
Ayin letzion tzofiyah
Od lo avdah tikvatenu
Hatikvah bat shnot alpayim
Lihiot am chofshi beartzeinu
Eretz Tzion v'Yirushalaim
A Estrutura Política
Israel é uma democracia parlamentar, na qual funcionam os poderes
legislativo, executivo e judiciário. Suas instituições são a Presidência, o
Knesset (parlamento), o Governo (gabinete de ministros) e o Judiciário. O
sistema se baseia no princípio da separação de poderes, com controle
recíproco, o poder executivo (o governo) estando sujeito ao voto de
confiança do poder legislativo (o Knesset) e a independência do judiciário
sendo garantida por lei.
Leia mais sobre os presidentes, primeiros-ministros, etc. na URL:
http://www.mfa.gov.il/mfa/go.asp?MFAH0aqk0
Resumo Histórico na URL:
http://www.beth-shalom.com.br/artigos/vintefatos.shtml
Charges sobre o conflito: http://www.netjudaica.com.br/novaNetJudaica/Default.asp?subMenu=Hasbara&novaPagina=Hasbara/Charges.asp
PROVÉRBIOS DE SALOMÃO
A Chave da Sabedoria
(Descubra o
que não querem que você saiba)
Capítulo 1
1 Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel.
2 Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem
as
palavras da prudência;
3 para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo
e a
eqüidade;
4 para dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom
siso;
5 para o sábio ouvir e crescer em sabedoria, e o instruído
adquirir sábios
conselhos;
6 para entender provérbios e sua interpretação, como também as
palavras
dos sábios e suas adivinhações.
7 O temor do SENHOR é o princípio da ciência; os loucos desprezam
a
sabedoria e a instrução.
8 Filho meu, ouve a instrução de teu pai e não deixes a doutrina
de tua
mãe.
9 Porque diadema de graça serão para a tua cabeça e colares para
o teu
pescoço.
10 Filho meu, se os pecadores, com blandícias, te quiserem tentar,
não
consintas.
11 Se disserem: Vem conosco, espiemos o sangue, espreitemos sem razão
os
inocentes,
12 traguemo-los vivos, como a sepultura, e inteiros, como os que
descem à
cova;
13 acharemos toda sorte de fazenda preciosa; encheremos as nossas
casas de
despojos;
14 lançarás a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa.
15 Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; desvia o teu pé
das suas
veredas.
16 Porque os pés deles correm para o mal e se apressam a derramar
sangue.
17 Na verdade, debalde se estenderia a rede perante os olhos de
qualquer
ave.
18 E estes armam ciladas contra o seu próprio sangue; e a sua própria
vida
espreitam.
19 Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça;
ela
prenderá a alma dos que a possuem.
20 A suprema Sabedoria altissonantemente clama de fora; pelas ruas
levanta
a sua voz.
21 Nas encruzilhadas, no meio dos tumultos, clama; às entradas das
portas
e na cidade profere as suas palavras:
22 Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós,
escarnecedores,
desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento?
23 Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente
derramarei
sobre vós meu espírito e vos farei saber as minhas palavras.
24 Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão,
e não
houve quem desse atenção;
25 antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha
repreensão;
26 também eu me rirei na vossa perdição e zombarei, vindo o vosso
temor,
27 vindo como assolação o vosso temor, e vindo a vossa perdição
como
tormenta, sobrevindo-vos aperto e angústia.
28 Então, a mim clamarão, mas eu não responderei; de madrugada me
buscarão, mas não me acharão.
29 Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do
SENHOR;
30 não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão.
31 Portanto, comerão do fruto do seu caminho e fartar-se-ão dos
seus
próprios conselhos.
32 Porque o desvio dos simples os matará, e a prosperidade dos
loucos os
destruirá.
33 Mas o que me der ouvidos habitará seguramente e estará
descansado do
temor do mal.
Capítulo 2
1 Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os
meus
mandamentos,
2 para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o
teu
coração ao entendimento,
3 e, se clamares por entendimento, e por inteligência alçares a
tua voz,
4 se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a
procurares,
5 então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de
Deus.
6 Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento
e o
entendimento.
7 Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; escudo é para
os que
caminham na sinceridade,
8 para que guarde as veredas do juízo e conserve o caminho dos seus
santos.
9 Então, entenderás justiça, e juízo, e eqüidade, e todas as
boas veredas.
10 Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento
será
suave à tua alma.
11 O bom siso te guardará, e a inteligência te conservará;
12 para te livrar do mau caminho e do homem que diz coisas
perversas;
13 dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos
caminhos das
trevas....
Entenda o significado ea diferença entre
os termos ligados às escrituras sagradas
PENTATEUCO OU TORÁ
O Pentateuco, que os judeus chamam de Torá, é formado de 5 livros: Gênesis,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A palavra Torá é hebraica e
significa LEI (ou INSTRUÇÃO). A palavra Pentateuco é grega e significa cinco
divisões.
Os 5 livros do Pentateuco são históricos, mas os judeus os consideravam como
"lei", porque eles formam uma unidade onde a lei, dada por Deus, é o
ponto
principal.
TANACH
Essa palavra é uma abreviaçào composta pelas iniciais das palavras hebraicas
'Torá' (ensinamentos), 'Neviim' (profetas) e 'Ketuvim' (escritos), sendo a
Torá a base.
A palavra Torá referia-se originalmente a uma instrução particular
transmitida ao povo por um porta-voz de Deus, como um profeta ou sacerdote.
Como esses ensinamentos consistem sobretudo em preceitos, a palavra Torá é
muitas vezes traduzida como Lei ; e como esses ensinamentos consistem na
essência da primeira divisão da Bíblia que compreende os livros Gêneses,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, a palavra também serve para
designar essa unidade, também conhecida como Pentateuco (da expressão grega
para cinco pergaminhos), ou os cinco livro de Moisés.
Os cristãos conhecem o Tanach como sendo o Antigo Testamento da Bíblia.
Testamento significa "aliança" e os cristãos reconhecem esta aliança
de Deus
com o povo de Israel. Durante a formação da Bíblia hebraica houve um
processo de seleção. Foram incluidos somente aqueles livros que se
acreditava terem sido escritos por profetas sob inspiração divina.
TALMUD
Conjunto de anotações escritas por rabinos e outros religiosos que se diziam
dedicados a estudar a Torá, tendo 2 versões: a Versão de Jerusalém e a
versão Babilônica, que diferem apenas em certos aspectos. A palavra Talmud é
uma derivação da raiz hebraica "lamad", que significa
"estudo". Entretanto,
apesar de muitos judeus darem muita importância ao Talmud e de tratarem-no
como se fosse autoridade e uns até o tratarem como se estivesse acima dos
Escritos no Tanach, na verdade o Talmud é apenas uma coletânea de
pensamentos e argumentos de rabinos e estudiosos religiosos, que muitas
vezes afastam-se muito dos Escritos da Torá, não estando por diversas vezes
diretamente baseado nos ensinamentos do Tanach e nem nos textos dos
Profetas.
Traduções e divisões da Torá e da Bíblia
A Bíblia nem sempre foi dividida em capítulos e versículos como ocorre
atualmente. Inicialmente, a Torá (O Pentateuco - 5 livros de Moisés), foi
dividida em Seções (parashót) para leitura nas sinagogas judaicas, cada uma
dessas seções lida em uma semana, com a quantidade de "parashót"
igual ao
número de semanas do ano judaico. O restante da Bíblia hebraica completando
o Tanach, ou seja, o Velho Testamento, era dividida em versículos e seções para leitura nas sinagogas, antes da era cristã.
A divisão moderna do Antigo Testamento e sua numeração em Capítulos foi
efetuada em 1228 e é atribuída a Estêvão Langton, professor em Paris e
nomeado Arcebispo de Canterbury. É possível que ele tenha usado a divisão já
existente. A numeração do Antigo Testamento em Versículos foi realizada por
Sante Pagnini, em 1528.
Tal divisão e distribuição, como também o título e a ordem dos Livros
Sagrados apresentam leve diferença entre a Vulgata e as traduções atuais.
Por exemplo: do Salmo 10 ao 148, a numeração da Bíblia hebraica está uma
unidade à frente da numeração da Bíblia grega e da Vulgata, que reúnem os
Salmos 9 e 10 e os Salmos 114 e 115, mas dividem em dois os Salmos 116 e
147.
Existem, ainda, nas bíblias, diferenças de ordem na disposição dos livros.
Por exemplo: na Bíblia judaica (Tanach), temos como último livro o II Livro
das Crônicas; na Vulgata, o último livro do Velho Testamento é o II livro dos Macabeus; nas Bíblias ocidentais católicas ou protestantes, o último
livro do Velho Testamento é o Livro de Malaquias, descobrindo-se ainda
outras diferenças, à medida que se manuseia cada uma delas.
Termos "cristão", "católico" e "messiânico"
"Católico" é uma palavra que muitas vezes é confundida com
"Cristão". Os
católicos eram os fiéis da Igreja católica apostólico romana. Cristãos são
todos aqueles que seguem os ensinamentos de Jesus Cristo, independentes de
rótulo religioso e também as Igrejas Batista, Presbiteriana, Universal,
Metodista, Pentencostais, Assembléias etc.
Sabemos que a Igreja Católica Apostólica Romana não agiu conforme os
ensinamentos cristãos em muitas ocasiões na história, como por exemplo, nas
Cruzadas e até mesmo na época da Inquisição e do Holocausto nazista.
Portanto, "católico" e "cristão" são termos completamente
distintos, apesar
de existirem católicos que tem atitudes consideradas cristãs. Até mesmo no
Holocausto nazista muitos católicos arriscaram suas vidas no intuito de
salvar judeus.
"Messiânico" é quem acredita na vinda do Messias, conforme descrito
no
Antigo Testamento (Tanach). Popularmente falando, "Judeus Messiânicos"
são
os "judeus-cristãos", ou seja, judeus que acreditam em Jesus Cristo
como
sendo o Messias. Chamam Jesus de "Yoshua HaMashiach", o que traduzindo
significa, "Jesus - O Messias". Os judeus tradicionais tem
preconceitos
contra os judeus messiânicos, achando que eles são "ladrões de
almas" e
"proselitistas", porém o que os messiânicos fazem é seguir a risca
o que diz
a própria Torá no Antigo Testamento - Tanach, o trecho que profetiza sobre a
Brit Ha Chadashá (Novo Testamento), Jeremias 31:31 e 32:
Tradução:
Jeremias 31:31 - "Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que firmarei
nova
aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá."
Jeremias 31:32 "Não conforme a aliança que fiz com seus pais,
no dia em
que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles
anularam a minha aliança, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor."
E também, no Tanach - Isaías 5 e 53, a previsão de que o Messias seria
rejeitado pelo seu próprio povo:
Tradução:
Isaías 5:24 Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e
a erva
seca se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor
se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos e
desprezaram a palavra do Santo de Israel.
Isaías 53:3 Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens;
homem de
dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o
rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
Isaías 53:4 Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e
as
nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus
e oprimido.
Isaías 53:7 Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca;
como
cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus
tosquiadores, ele não abriu a boca.
E, portanto, os Judeus Messiânicos seguem estas e outras passagens no Tanach
que evidenciam a descrição de Jesus Cristo como o Messias e adotam o Novo
Pacto de Deus ampliado a todos os povos, seguindo, portanto, o Antigo e o
Novo Testamento (o Tanach e o Brit Ha Chadashá).
Para considerá-los proselitistas e sermos preconceituosos contra este
segmento do judaísmo, teríamos também que considerar outras correntes também
como proselitistas e submetê-las ao mesmo preconceito aplicado aos
Messiânicos, pois outras linhas também tem a visão da Torá completamente
adversa da linha ortodoxa, tal como ocorre com a linha cabalista, linha
ultra-ortodoxa, etc.
Evangelho é uma palavra grega que significa "boa notícia". Dentre vários
evangelhos, os de Mateus, Marcos, Lucas e João são Escritos que nasceram em
comunidades cristãs particulares, e apareceram entre 30 e 70 anos depois da
morte de Jesus Cristo, ou seja, depois da morte de Jesus, os discípulos
continuaram a sua obra reunindo comunidades para viver um estilo de vida de
acordo com a palavra e a ação de Jesus,mais inspirados pelo espírito de
Deus, 'O ESPÍRITO SANTO' que vive em todos nós. A intenção dos evangelhos
não era inicialmente fazer uma biografia de Jesus. Queriam esclarecer e manter vivo nas comunidades o compromisso de recordar e ensinar as suas
palavras, sua atividade e seu destino (incluindo morte e ressurreição). Os
Evangelhos são quatro formas de anúncio de Jesus, escritas no ambiente de
comunidades diferentes. Por isso tratam da pessoa, das palavras e das ações
de Jesus de modo ao mesmo tempo semelhante e diferente.
O Novo Testamento é a parte da Bíblia cristã onde fala de Jesus Cristo,
também conhecido com Yoshua Hamashiach (O Messias). Segundo o Novo
Testamento, Jesus veio ao mundo para estabelecer a aliança definitiva entre
Deus e os homens, onde ele mostra que Deus é Pai para os homens, e como os
homens devem viver, baseando seus ensinamentos nos escritos da Torá.
Através de sua palavra e ação, de acordo a descrição do Novo Testamento,
Jesus inaugurou a nova aliança (Brit Ha Chadashá) ou, em outras palavras, o
Reino de Deus. Esse Reino ou aliança é aberta a todos os homens, todos os
povos de todos os tempos e lugares. Uma prática de reunir toda a humanidade
como uma família em que todos são chamados a viver como irmãos, repartindo
entre si todas as coisas, e a mesma fé, viva.
Jesus não deixou nada escrito. Ele pregou, ensinou e colocou em prática a
vontade de Deus, já escrita e passada ao mundo através do Antigo Testamento.
E, segundo o Novo Testamento, Jesus ressuscitou, enviou o Espírito Santo aos
seus seguidores, chamados apóstolos e discípulos, e estes continuaram sua
missão, pregando, ensinando e fazendo como Jesus fazia. Foram eles que
escreveram os Evangelhos que encontramos no Novo Testamento.
O Novo Testamento, conforme foi dito antes,
já era previsto no AntigoTestamento.
SALMO 125
(Cântico das Subidas)
1 Os que confiam no SENHOR serão como o monte Sião, que não se abala,
mas
permanece para sempre.
2 Como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o SENHOR está
em volta
do seu povo, desde agora e para sempre.
3 Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos
justos,
para que o justo não estenda as mãos à iniqüidade.
4 Faze bem, ó SENHOR, aos bons e aos que são retos de coração.
5 Quanto àqueles que se desviam para os seus caminhos tortuosos,
levá-los-á o SENHOR com os que praticam a maldade; paz haverá sobre Israel.
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