Área Cultural | Área Técnica |
Ciência
e Tecnologia
-
Colunistas
-
Cultura
e Lazer |
Aviação
Comercial -
Chat
- Downloads
-
Economia |
Página Principal |
- Administração
de Empresas -
01 / abril / 2005
Coerência na
Administração Pública
Por Antonio Carlos
Evangelista Ribeiro
Colunista-Titular do Portal Brasil
Para que uma Administração tenha êxito, em qualquer que seja a área de atuação
é preciso coerência nas decisões e atitudes de seus administradores, além de
postura ética no respeito ao direito legal existente e comportamental no
sentido de dar exemplo aos comandados.
O
que se observa, hoje, no País, na administração pública, é que cada um dos
poderes legalmente constituídos (poder executivo, poder legislativo e poder
judiciário) está atuando em completa dissonância administrativa.
Cada
qual esta, cada vez mais, “puxando brasa para sua sardinha”. Desculpem-se o
uso dessa frase, nada didática, porém, essa foi a expressão mais adequada que
encontrei para qualificar, sob a minha ótica, a administração pública. “Puxar
a brasa para a sua sardinha”, significa
procurar suas próprias conveniências sem importar-se com as dos outros.
Não
há preocupação, por parte do administrador público, com o verdadeiro
objetivo da entidade pública, seja ela do poder executivo, legislativo ou
judiciário. Percebe-se que a grande preocupação é a disputa de poder e o
aumento de regalias e benesses para cada seara (seara - conjunto numeroso de
pessoas ou agremiação que adere a algum princípio benéfico).
Essa
é a impressão que tenho do sistema de administração empregado pelos poderes
públicos legalmente constituídos. Cada um dos poderes só entra em consonância
com os outros, quando há comprometimento de que este poder e os outros também
serão farão jus a benesses e favorecimentos. O comprometimento com a causa pública
é o que menos importa.
Se
acharem que estou exagerando é só ler os jornais, ver e ouvir os telejornais,
preferentemente os mais independentes ou menos comprometidos com o poder público.
Como
vimos no estudo de sistemas organizacionais nosso País é um grande sistema
integrado por inúmeros subsistemas que, por sua vez se subdividem em outros
menores.
Recapitulando:
“Sistema
é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, juntas, formam um
todo unitário com determinado objetivo e exercendo determinada função”.
Como
se pode depreender, o sistema principal (maior) funciona de forma harmônica
quando os seus subsistemas interagem de igual forma. Coerentes para o
atingimento de metas e objetivos comuns.
Por
outro lado, quando os subsistemas atuam de forma dissonante do objetivo
principal ocasiona conflitos, choques de interesses, e o sistema principal é
prejudicado em seus objetivos e metas.
No
caso da administração pública entendo que o objetivo a ser alcançado é o
bem estar coletivo. Este todo representa o coletivo integrante do sistema
principal (pessoas físicas, jurídicas, entidades) que devem interagir de forma
harmônica, socialmente justa e correta.
E,
o que presenciamos, em nosso dia a dia, é uma atuação publica dissonante,
voltada para o egocentrismo e priorizando interesses particulares e individuais
de seus “líderes” e, quando muito, a parte de seu subsistema, ignorando os
demais poderes e agentes interativos.
Essa
dissonância ganha maior divulgação e destaque, atualmente, pela coragem e
autenticidade do Presidente do Legislativo Federal. O Deputado Federal vêm
atuando, exatamente, de forma idêntica a seus antecessores.
O
clientelismo, nepotismo, arbitrariedade, apadrinhamento político, negociação
de vantagens e nomeação de pessoas para cargos públicos com interesses
diversos da finalidade sempre foram realidade em nossa democracia, em todos os níveis
de poder.
A
diferença atual é que o Presidente do Legislativo é uma pessoa autêntica e
sincera em seus posicionamentos e, parece que deseja um destaque no cenário
nacional. Talvez tenha interesses maiores a serem alcançados.
Defende
o que acha certo, muito embora, o que seja certo, sob sua ótica, não é política
e socialmente aceito. E, isto, está trazendo à tona, para conhecimento de
grande sociedade as arbitrariedades praticadas anos a fio pela administração pública.
O
que é engraçado é que, agora, todos demonstram indignação e repulsa pelas
medidas arbitrárias tomadas como se isso não fosse uma prática consagrada na
administração pública.
Portanto,
o que presenciamos é um enorme sistema onde seus subsistemas não estão
interagindo de forma uníssona ocasionando conflitos, que, perdurando, podem
ocasionar rupturas em todo o sistema
Esse
quadro se transportado para um subsistema privado, uma empresa, por exemplo,
pode levá-la a enfrentar sérios problemas de sobrevivência.
O
principal objetivo da formação de sistemas organizacionais é o
fortalecimento de cada uma das partes integrantes através da união todas.
A
atitude isolada de qualquer subsistema influencia diretamente a estabilidade do
sistema maior e a interação entre os subsistemas, já que exceção pleiteada
afeta diretamente a interação dos conjuntos.
Evidentemente,
que a divergência entre uma das partes do sistema com as demais e com as
diretrizes do sistema principal, costuma ser resolvida rapidamente sem maiores
prejuízos ao conjunto.
Entretanto,
quando vários subsistemas divergem das diretrizes maiores do sistema principal
o fato se torna é preocupante. Causa uma sensação de descontrole e impressão de anarquia já
que o poder governamental mostra-se confuso na administração, na interação
com os demais poderes e na gestão de seus subsistemas. (anarquia - sistema
político e social em que o indivíduo se desenvolveria livremente, segundo seus
dotes naturais e sociedade poderia dispensar o governo).
Se
os subsistemas destoantes tivessem o mesmo objetivo seria de se repensar sobre a
condução do sistema maior e as diretrizes do sistema principal, porém, quando
cada subsistema tem seu próprio objetivo e estes são diferentes entre si e da
matriz traçada pelo sistema maior, cria-se uma situação de instabilidade
organizacional muito volátil.
Tal
situação pode gerar uma volatilidade extremamente grave, se não tratada
imediatamente, e contribuir em médio e longo prazo, para a desestabilização
do sistema organizacional.
Entretanto,
nós Administradores temos que se otimistas e encontrar soluções para resolver
de forma mais harmônica possível qualquer entrave ou superar qualquer obstáculo
para o atingimento dos objetivos.
Àqueles
que confundem otimismo com o desconhecimento da realidade. Mas, o Administrador
não deve se furtar ao pelo conhecimento pleno da realidade, justificado por um
otimismo míope.
Apesar
dos pesares, sou um otimista e acho que em tudo há um lado bom. Por pior que
pareça a situação sempre haverá, pelo menos, um ponto positivo, algo a ser
apreendido.
Nós Administradores temos a obrigação de atuar em nossas áreas de competências disseminando o conhecimento e mostrando a realidade para, quem sabe, em um futuro não muito distante, podermos desfrutar de um sistema organizacional mais adequado, justo e competente, e que seja, no mínimo coerente com os anseios da população brasileira.
Leia mais sobre administração ==> CLIQUE AQUI
FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI