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01 / setembro / 2005
A IMPORTÂNCIA DOS CUSTOS
Por Antonio Carlos
Evangelista Ribeiro
Colunista-Titular do Portal Brasil
Em um passado não muito distante as empresas estipulavam o preço de seus
produtos com uma equação simples:
Preço
Final = Custos da Empresa + Lucro pretendido
O preço ao consumidor era assim calculado e variava de acordo com os interesses
da empresa e na meta de lucro estipulada.
As outras variáveis, que refletiam diretamente no preço final e na aceitação
do produto pelo consumidor, além da qualidade e o preço dos concorrentes, eram
variáveis relacionadas às estratégias empresariais de mercado.
Os tempos mudaram.
Com a evolução tecnológica, praticamente, os produtos concorrentes se
igualaram quanto à qualidade e, por efeito do aumento da exigência e do poder
de compra do consumidor, as empresas se obrigaram a reduzir as margens de lucro
para manter a atratividade dos produtos.
Antes as empresas tinham a prerrogativa de definir seus preços a partir da
aplicação da margem de lucro desejada sobre os custos.
Hoje, a realidade praticamente inverteu esta equação. O lucro passou a ser
obtido pela diferença entre o preço do produto, determinado pelo mercado, e os
custos.
Na atual situação de mercado, onde as empresas têm que partir do preço final
ao consumidor para atingir sua meta de lucro, os custos são de fundamental
importância.
Portanto, a variável na formação de preço, que a empresa tem completa
autonomia e se sujeita exclusivamente à sua administração é o custo.
A atuação equação que deve ser utilizada para a determinação do preço
final é a seguinte:
Preço
Final = Preço aceito pelo consumidor
Diante desta realidade, resta à empresa, trabalhar nas outras variáveis na
formação do preço: os custos e a margem de lucro.
Não podendo aumentar o preço de venda dos produtos, por exigência e contenção
de mercado e como há, normalmente, uma resistência maior do
empresariado à redução de lucro, sobrou a outra variável: o custo.
Portanto, a solução para o aumento de lucro está na diminuição dos custos.
Essa variável pode ser influenciada positivamente, por exemplo, por melhorias
nos processos e a otimização eficiente no uso de recursos.
Há várias estratégias para reduzir os custos das empresas, mas,
primeiramente, o empresário tem que, efetivamente, saber seus custos para atuar
de forma correta e efetuar as economias que realmente tragam o resultado
pretendido.
Não é raro observar empresários e administradores tomarem atitudes inócuas
que podem afetar negativamente o desempenho da empresa e não trazem ganho
efetivo quanto aos seus custos.
A necessidade de redução de custos não significa cortes de pessoal, aquisição
de matéria-prima com qualidade inferior ou muito menos, encolhimento da
empresa. Essas ações, tempestivas mostram-se danosas ao desempenho
empresarial.
Essa necessidade, premente e contemporânea, de redução de custos, pode ser
uma excelente oportunidade para uma completa revisão da infra-estrutura
empresarial, das técnicas de produção, dos métodos operacionais adotados e,
de ações de marketing do produto.
Na maioria dos casos, a necessidade de redução de custos passa por
investimentos em melhorias. As implementações de melhores práticas de operações
e serviços, reduzem custos, e melhoram o desempenho empresarial.
Investimentos em tecnologia podem reduzir e conter os custos elevados. Além
disso, controlando os custos operacionais, as organizações podem enfatizar a
melhoria da qualidade e o surgimento de iniciativas.
Uma infra-estrutura eficiente pode aumentar a produtividade da organização e
reduzir sensivelmente os custos operacionais.
Um dos grandes problemas da maioria das empresas brasileiras, principalmente as
pequenas e médias, está no desconhecimento da matéria: a apuração de seus
custos.
Todos os setores de uma organização empresarial
podem ser solicitados a cortar custos, adiar projetos e diminuir
despesas.
Portanto, prezado colega Administrador, esteja atento às oportunidades que
possam surgir.
Excetuamos de nosso foco as variáveis estratégicas, pois entendemos que fogem à lógica de custos, pois são traçadas ponderando o interesse da empresa na participação, conquista e sedimentação de mercado e o público alvo. Essas variáveis estratégicas nem sempre ponderam os custos imediatos, já que levam em consideração prioridades com foco voltado no mercado, nos concorrentes e uma política empresarial de longo prazo.
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