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(Crítica -
Outubro
/ 2003)
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Dicas da semana:
(Período de 26.10.2003
à 31.10.2003)
A Casa de Bernarda Alba (La casa de Bernarda Alba), de Mario Camus, 1987, Espanha - Provavelmente por sua deixar claro na tela sua origem teatral, a adaptação do clássico de Federico García Lorca não teve o reconhecimento que merecia. O diretor Mario Camus vinha do magistral “Os Santos Inocentes” e a opção por essa adaptação não era o que o mercado cinematográfico dele esperava.
A história da Bernarda Alba que impõe a suas filhas e criadagem um luto fechado pela morte de seu esposo. A trama se desenvolve por meio da transgressão que vai se instalando na grande casa, enquanto a mãe tenta controlar a todos com mão de ferro.
O elenco recheado de atrizes de origem teatral, traz a atriz/cantora Ana Belén num dos pontos altos de sua carreira, num de seus melhores papéis.
A marca da cena teatral pode incomodar a muitos espectadores, mas a força poética de Lorca e a criatividade de alguns ângulos de câmera experimentados pelo diretor Camus fazem da experiência de assistir esse filme um grande programa.
Cotação: *****
Freddy vs Jason, de Ronny Yu - Um filme para iniciados no trash do terror. Unir dois dos vilões mais famosos desse filão cinematográfico significa que já não resta muito sangue para tirar do celulóide e que possa entreter o público.
A pouca lógica que constrói os dois personagens por si só não possibilitaria a reunião dos dois seres, mas há muito àquelas boas idéias, por vezes postas nos filmes das séries, já foram esquecidas.
A partir do encontro inusitado dos dois seres no inferno, a trama se desenvolve com um festival de mortes e sustos óbvios e um final inexpressivo, mas que sempre deixa a possibilidade de uma possível continuação para um próxima temporada de lançamentos para o verão americano.
Cotação: *
Lourival Sobral
Dicas da semana:
(Período de 19.10.2003
à 25.10.2003)
A Vingança de Willard (Willard), de Glen Morgan, 2003 - Uma estranha ligação entre um homem e ratos é o mote central desse terror modernoso que estréia nas telas brasileiras com boas chances de conquistar um lugar de cult no coração do público brasileiro que, por vezes, rende-se a pequenos filmes.
Estrelado por Crispin Glover (o pai de Michael J. Fox em “De Volta para o Futuro”) é um filme inovador na forma como as imagens foram trabalhadas na tela e que os atores se entregaram à fita, criando um sentimento de unidade que é perceptível na sala grande.
Uma boa chance de experimentar um filme de terror que, sem grandes ambições, prende a atenção e não apela para o absurdo completo, há uma certa lógica, uma interação entre os desdobramentos da trama que, no cinema atual, já é um grande achado.
Cotação: ** ½
Aos Treze (Thirteen), de Catherien Hardwicke, 2003 - O processo de intronização de uma jovem estudiosa que, com ajuda da garota mais popular da escola, é apresentada ao submundo das drogas.Um elenco jovem e cheio de vida emprestam veracidade ao filme que escapa do padrão de filmes para adolescentes americanos. Não se vê piadas escatológicas, os problemas são vividos e são apresentados de forma a demonstrar os interesses e os perigos que cercam os jovens americanos em suas vidas escolares.
Um roteiro coerente e a sinceridade da mão feminina da diretora Hardwicke aprofundam ainda mais a alma das jovens protagonistas que estabelecem uma relação muito intensa com a audiência que, dificilmente, não será tocada pela forma sincera como as situações são apresentadas.
Um filme surpreendentemente bom que foge à regra do que normalmente é exportado pela indústria cinematográfica americana.
Cotação: ***
Lourival Sobral
Dicas da semana:
(Período de 12.10.2003
à 18.10.2003)
Maria
- A Mãe de Jesus, de Moacyr Góes -
Um
encontro inusitado entre o diretor teatral que comandou a vanguarda da cena
carioca no início dos anos 90 e o Padre Marcelo Rossi nesse filme que foi lançado às vésperas do 12 de outubro, dia consagrado à Nossa
Senhora Aparecida.
A produção surpreende pelo mínimo necessário para fazer crível a grande história bíblica encenada em locações brasileiras e com um toque vanguardista que Góes consegue emprestar ainda que preso à exigências comerciais.
O elenco cumpre sua função, com destaque para José Dumont, mas por vezes parece uma recriação do espetáculo da Paixão de Cristo que tornou a cidade de Nova Jerusalém famosa.
Padre Marcelo não compromete, seu tom de voz é pequeno e quase desaparece nas telas, mas empresta credibilidade para as pretensões do filme que é uma interessante tentativa de se fazer filmes com fins comerciais e para toda família. É a globalização chegando à renovação carismática.
Cotação: **
A Estranha Família de Igby (Igby Goes Down), de Burr Steers, 2002 - Um grande sucesso do circuito alternativo americano é lançado no Brasil com a presença de Kieran Culkin, irmão menos famoso de Macaulay Culkin e Susan Sarandon.
A história de um jovem de 17 anos que decide tentar a vida em Nova York e experimenta o choque cultural e seu aprendizado de fim de adolescência.
O elenco é o grande destaque com grandes atuações de Culkin e Sarandon - ambos receberam prêmios e indicações por esse filme - mas também Ryan Philippe (“Segundas Intenções”) e Bill Pullman, que conseguem mensurar na emoção o desconforto do jovem Igby em sua vidinha interiorana e suas relações familiares difíceis.
Uma boa experiência cinematográfica, num filme melancólico, com leve tom de comédia-dramática que dificilmente desagradará o público.
Cotação:
***
Lourival Sobral
Dicas da semana:
(Período de 05.10.2003
à 11.10.2003)
Violação de Conduta (Basic), de John McTiernan - Um oficial do departamento anti-drogas (John Travolta) investiga o desaparecimento de alguns soldados americanos que não voltaram de uma missão. Esse é o mote simples desse filme que quer ser mais que uma trama burocrática.
Um filme feito para Travolta mostrar suas caras e bocas, tendo a seu lado coadjuvantes de peso como Samuel L. Jackson e Giovanni Ribisi que emprestam qualidade interpretativa a seus personagens, ainda que, por vezes, pareçam sem função na trama.
O diretor McTiernan é acima da média daqueles que se aventuram em filmes de ação e o resultado final é atraente na tela. Ele é visualmente inspirado, resolve as necessidades do filme com inteligência e faz bom uso do arsenal de efeitos e pirotecnia postos a sua disposição.
O resultado final é um filme de roteiro claudicante, mas que aglutina nomes de peso em sua ficha técnica que fazem milagres e salvam o que seria um filme banal para uma possibilidade de entretenimento padrão USA até aceitável
Cotação: ** ½
A Experiência (Das Experiment), de Oliver Hirschbiegel, Alemanha, 2001 - O cinema alemão, pós-geração anos 70, consegue chegar ao resto do mundo com certa dificuldade, pois seus temas fogem um tanto do que normalmente é distribuído no cinema comercial e, até mesmo, no circuito de filmes de arte.Uma trama mirabolante que narra uma experiência psicológica em que 20 pessoas são divididas num cenário de prisão e divididos entre prisioneiros e guardas, reproduzindo o microcosmos de uma prisão. As reações humanas são postas a prova e, ainda que por vezes pareçam forçadas, inegavelmente surpreendem.
Um filme divertido, na era dos Big Brothers e similares, que pode ter o condão de incomodar por vezes a audiência, ainda que no final não possa ser tomado realmente a sério.
Cotação: ** ½
Lourival Sobral
Dicas da semana:
(Período de 01.10.2003
à 04.10.2003)
Dez (Tem), de Abbas Kiarostami - O cinema iraniano tomou de assalto o mundo cinematográfico em finais dos anos 80 e até hoje ainda pode ser considerado como inovador. A emoção ainda é o seu alvo e cada filme debruça-se na possibilidade de demonstrar como os seres humanos se emocionam.
Mãe e filho, problemas e situações que confundem a relação e demonstram faces da sociedade iraniana que em sua volta à modernidade capitalista acaba por confrontar a realidade da república islâmica instalada no país em finais da década de setenta.
Kiarostami continua sendo um maestro de emoções e talento absoluto em tirar de atores com pouca experiência tudo que pretendia ver na tela, criando uma bela obra.
Cotação: *** ½
Submerso (Bellow), de David Twohy - Durante a guerra, dois submarinos se embatem numa batalha particular por uma parte do oceano. A desnecessidade da guerra e os sentimentos de nacionalismo e patriotismo que oscilam entre o extremado e o inexistente. Tudo isso reunido neste interessante thriller de guerra.
Uma aventura sóbria com elenco desconhecido e talentoso, destaca-se o ótimo Bruce Greenwood (o John Kennedy de “Dez dias que abalaram o Mundo”) e que emprestam uma face distante que ainda mais ressalta o trabalho de reconstituição que vê-se impresso na tela.
Uma verdadeira aventura, com a mescla de emoção, cenas de aventuras e efeitos especiais que tocam a quem for se aventurar a assisti-lo. Uma chance de conhecer que o mainstream ainda consegue realizar boas obras desde que tenha em mãos um bom roteiro.
Cotação: ***
Lourival Sobral
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