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- CINEMA -
(Crítica - Agosto / 2003)

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Março/03   -   Abril/03   -   Maio/03   -   Junho/03   -   Julho/03


Dicas da semana:
(Período de 23.08.2003 à 31.08.2003)

Caçado (The Hunted), de William Friedkin - Dois premiados atores de competência reconhecida, um diretor com alguns filmes premiados clássicos no currículo, nem tudo isso faz desse “Caçado” um grande filme.

            O jogo de gato e rato entre um ex-agente americano que torna-se ameaça ao matar quatro homens numa floresta e seu mentor relembra, em muito, a premissa do clássico “Rambo - Programado para Matar” do canadense Ted Kotcheff, um filme subestimado e muito interessante.

            O duelo de interpretações dos premiados Tommy Lee Jones (“O Fugitivo”) e Benicio Del Toro (“Traffic”) não deixa de ser um plus para aqueles que se aventurarem em assistir o filme, pois quase sempre estão acima do nível do cinema atual, mas não conseguem resistir a pobreza do roteiro.

            A trama não se define entre a aventura rasgada, de cenas de ação e a busca da tensão que impulsionaria um interessante drama, resultando num filme híbrido que, por vezes, frustam as expectativas do público. Os dois protagonistas não se firmam na trama, variam de emoções sem grande consistência, enfraquecendo as possibilidades interpretativas do elenco.

            O diretor William Friedkin, premiado por “O Exorcista” e “Operação França”, ano a ano, em nada, confirma a aposta feito em seu talento no início da década de 70, quando chegou a ser apontado como uma das maiores revelações do cinema americano.

            A produção é precária e, em certos momentos, o padrão de qualidade americano é esquecido, o que é louvável e justificável em produções de menor porte, com intenções artísticas, mas que num filme de aventura, diminuem ainda mais as possibilidades de sucesso do filme.

Cotação: **

A Noite Americana (La Nuit Americaine/Day for Night), de François Truffaut, 1973, França - Relançamento do maior sucesso internacional do falecido diretor francês François Truffaut, o filme que lhe rendeu reconhecimento da indústria americana que o acolheu em suas festas anuais de premiação e um alargamento de suas possibilidades comerciais nos círculos de cinema daquele país.

            A narrativa de uma caótica da feitura de um filme francês, dissecando as relações humanas dentro do processo de filmagem e das implicações comercias e estéticas que podem influenciar e conturbar o ambiente do trabalho de composição de uma obra cinematográfica.

            Truffaut esteve extremamente crítico, seu humor está ainda mais ácido que na maioria dos seus filmes e seu elenco está excepcionalmente bem escalado e, de certa forma, buscando uma identificação entre personagens e autores, destacando-se a sensibilíssima presença de Valentina Cortese, que à la Gloria Swanson em “Crepúsculo dos Deuses”, vive uma atriz em seu ocaso.

            Premissa semelhante serviu de mote para a novela brasileira “Espelho Mágico” de Lauro César Muniz, que disseca o ambiente das telenovelas.

Cotação: **** ½

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 16.08.2003 à 22.08.2003)

Encurralada (Trapped), de Luis Mandoki, 2002 - Após o seqüestro de sua filha, mãe busca desesperadamente salvá-la, estabelecendo ligação com o chefe dos seqüestradores. As coisas vão se complicando, trazendo uma sucessão de sustos e reviravoltas que conduzem o filme.

            O diretor argentino, radicado nos Estados Unidos, Mandoki faz seu primeiro filme de suspense com a marca da qualidade dos seus melhores trabalhados (“Gaby - Uma História Verdadeira” e “White Palace”), mas apesar de seu talento na condução dos atores, o roteiro não lhe ajuda a construir uma obra propícia a melhor apreciação do público.

            O elenco capitaneado pela sul-africana Charlize Theron consegue emprestar qualidade a trama e fazer críveis os sustos e os momentos de suspense, mas não consegue corrigir a flacidez do roteiro nem vencer os chavões dos filmes de seqüestro.

Cotação: **

Deixe-me Viver (White Oleander), de Peter Kominsky, 2002 - Um filme estrelado por três das melhores atrizes do cinema americano atual: Michelle Pfeiffer, Renée Zellwegger, Robin Wright Penn, todas merecedoras de prêmios da indústria de cinema e que trabalharam juntas num filme que lhes pode oferecer oportunidade de um bom papel.

            Uma mulher envenena seu marido e sua filha acaba por conhecer lares provisórios que tentam acolhê-la, uma oportunidade para emoções e longas conversas femininas, num roteiro que, por vezes, torna-se verborrágico com os personagens perdendo minutos preciosos da vida do público com um falatório desnecessário e repetitivo.

            Uma boa chance de ver Pfeiffer no melhor de sua forma, um filme sensível, feminino que faz pensar e coloca questões pertinentes, ainda que sua trama tenha um assassinato como ponto de partida.

Cotação: ***

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 09.08.2003 à 15.08.2003)

Voando alto (Viewing from the Top), de Bruno Barreto, 2003 - Uma jovem comissária buscando o sucesso pessoal e profissional, enfrentando uma série de problemas triviais, vivida pela “oscarizada” Gwyneth Paltrow, é a base do roteiro que trouxe de volta aos Estados Unidos o diretor brasileiro Bruno Barreto.

            Após dois filmes rodados no Brasil, “O Que é Isso, Companheiro?” e “Bossa Nova”, o cineasta teve acesso a um elenco interessante, recheado de caras conhecidas, demonstrando seu prestígio junto a comunidade cinematográfica.

            Apesar de contar com bom elenco, o roteiro do filme não ajuda as pretensões autorais de Barreto, o tom de comédia é frouxo e Paltrow, sobre quem está o peso do filme, relembra alguns de seus piores momentos cinematográficos, tal como, o péssimo “Segredo de Sangue”.

            As gags não funcionam, estão deslocadas em um filme adulto e se mostram mais propícias aos triviais filmes feitos para consumo de adolescentes e, cena a cena, o desperdício de talentos como Mike Myers (“Austin Powers” e “54”), o ótimo Mark Ruffalo (“Conte Comigo”) e até beldades de outras eras como Christina Applegate e Kelly Preston.

            Um filme descartável no currículo respeitável de Bruno Barreto que ficou distante de  seu melhor filme, o intimista “Atos de Amor” de 1996.

Cotação: **

Aos olhos de uma mulher (La Hija de Canibal), de Antonio Serrano, 2003 - O diretor Serrano fez sucesso estrondoso com a comédia bobinha “Sexo, Pudor e Lágrimas”, cujo roteiro está sendo refilmado no Brasil sob a direção de Daniel Filho (“O Casal”, “A Partilha”), a comédia de seis adultos mexicanos na Cidade do México lhe rendeu popularidade e prestígio em boa parte do mundo, consolidou a carreira de seu elenco e lançou o hit musical “Sexo, Pudor y Lágrimas”, ótima canção de autoria de Alex Syntek.

            Em seu filme seguinte, Cecilia Roth, baluarte do cinema argentino, vive uma esposa que em busca de seu marido desaparecido que, ao tempo que o procura, vive situações inusitadas e divide com o público pequenas inconfidências, fazendo a audiência parceira de sua busca e de seus sentimentos.

            A bela argentina empresta seu talento a um roteiro que, por tentativa de ser criativo, tornou-se confuso, com pouca concatenação e com um daqueles finais que muitas vezes destroem bons momentos cinematográficos latino-americanos em verdadeiros desastres.

            Resiste apenas no filme a frescura que a onda cinematográfica vem revelando nos últimos anos, pois impossível não perceber o sentimento e o estilo consagrado em filmes tão díspares como “Amores Brutos”, “O Crime do Padre Amaro” e “E sua Mãe Também”, mas que guardavam uma alma do México moderno, transgressor, revolvendo sentimentos destilados durante anos de controle social pela Igreja e pelo sistema político.

Cotação: ** ½ 

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 01.08.2003 à 08.08.2003)

Amor Eterno Amor (Innocence), de Paul Cox, 2000, Bélgica/Austrália - Uma singela história sobre o reencontro de namorados após quarenta anos de separação, a redescoberta de um grande amor, a solução da conta de mágoas, lembranças e possibilidades que se estabelecem a partir daquele momento.

            Um elenco de qualidade e desconhecido, destaque para eficientíssima Julia Blake, que consegue tornar crível um roteiro sensível que empurra com leveza a trama, sempre ofertando pequenas surpresas, mínimas reviravoltas que importam pouco à trama, mas lhe oferece uma coloração mais interessante.

            Interessante oportunidade de se assistir um filme que foge das tramas banais, em que o investimento dramático é na palavra, no desempenho dos atores e no cuidado de emprestar doses de emoção que permeiam cada minuto da exibição.

Cotação: *** ½

O Dono da Festa ( Van Wilder), de Walt Becker, 2003 - Um filme que faz parte da safra de 2003 das comédias românticas para adolescentes que são oferecidas ao mundo durante o verão americano.

            Jovem universitário (Ryan Reynolds) pretende tornar o seu ano letivo uma grande festa, mas as coisas acabam se complicando por complicações amorosas e financeiras, levando-o a recorrer àquelas idéias originais típicas dessas comédias para solucionar seus problemas.

            Uma comédia sem grande ambição, com a bela Tara Reid em seu elenco, e que serve como diversão para quem se interessa e se diverte com este tipo de filme, pois, em sua categoria, é até dos melhores realizados nos últimos tempos.

            Um filme que não vai ser clássico teen, mas que não vai transtornar o desejo de diversão de quem se arriscar em assisti-lo.

Cotação: * ½ 

Lourival Sobral             


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